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Pilhas de Discos #8 – Dream Theater, The Night Flight Orchestra, Desert’Smoke, Axetasy, Forsaken Hill, Raging Slayer e muito mais!

Dream Theater – “Parasomnia”
2025 – InsideOut Music

Dream Theater está de volta. Esta pode ser uma afirmação que carece de poder tendo em conta que a banda nunca esteve ausente mas a verdade é que com o regresso de Mike Portnoy e não desfazendo a qualidade imensa de Mike Mangine, sente-se que os Dream Theater estão finalmente completos com o regresso de Mike Portnoy, um dos membros fundadores. Este é portanto um regresso altamente inspirado que sente-se (pelo menos este escriba sente) que continua onde “Black Clouds & Silver Linings” ficou. Pesado, melódico, conceptual e altamente eficaz, este é o álbum de Dream Theater que os fãs esperaram mais de uma década e traz mais um série de temas com potencial para povoar setlists durante muito tempo. (9.5/10)

The Night Flight Orchestra – “Give Us The Moon”
2025 – Napalm Records

Os The Night Flight Orchestra são muito mais do que uma super-banda. OU então são uma super-banda não pelos músicos que a compõem mas sobretudo pela excelente música que debitam. Apesar de ser descaradamente uma proposta nostálgica, o que é certo é que a boa música, como já disse muitas vezes, é intemporal e este álbum não desilude com mais um conjunto forte de músicas que nos entram imediatamente. Sem dúvida, um dos grandes trabalhos de Hard Rock e AOR deste início de ano. (9/10)

Time Rift – “In Flight”
2025 – Dying Victims Productions

Quando o comunicado de imprensa diz que os Time Rift são como uma máquina do tempo do rock’n’roll, ficamos apresentados. Nem é preciso dizer mais nada, nem usar mais argumentos para nos convencer. E não é um caso do comunicado de imprensa dizer aquelas palavras mágicas para nos convencer. É mesmo o que sentimos ao ouvir este “In Flight”, um álbum que seria perfeito exceptuando o facto de ser criminalmente curto – apenas trinta minutos. Por outro lado, são trinta minutos que se multiplicam por muitas audições. O hard’n’heavy na sua melhor forma. (8.5/10)

 

Echoes – “IO”
2025 – Minollo Records

Echoes é um projecto italiano que não é fácil de definir sonicamente mas essa é uma das razões de ter tido um impacto bastante positivo. Com as guitarras a assumirem o peso do stoner/sludge bem pesadão e com elementos electrónicos a reforçar o seu lado mais hipnótico. Uma excelente surpresa. (8/10)

Civilian Thrower / Convulsions – “Split 2025”
2025 – Lixiviat Records

Split de grind bruto é sempre um motivo para gostarmos do underground, principalmente quando junta duas bandas com arte na coisa. Os Civilian Thrower são abrasivos e com uma pitada de noise, enquanto os Convulsions têm os pés mais assentes no punk/crust. Duas identidades diferentes mas muito válidas para quem gosta de castanhada da boa. (7.5/10)

Tremonti – “The End Will Show Us How”
2025 – Napalm Records

É impressionante a carreira de Tremonti, seja a solo seja com os Alterbridge que surgiram na ressaca dos Creed. Aquilo que sempre nos cativou em Tremonti era o facto de ser uma proposta com peso acrescido em relação à sua banda principal. “The End Will Show Us How” quebra com isso já que a música aqui contida é por demais semelhante àquela que os Alterbridge apresentariam. Até a nível vocal. O que faz com que este álbum seja aborrecido para quem gostava mais de Tremonti do que Alterbridge. Apesar de competente, bem produzido (apesar do tom digital que é comum à maior parte das produções modernas) este é um trabalho que cheira a desilusão. (6/10)

Chris Harms – “1980”
2025 – Napalm Records

Eu consigo perceber o apelo nostálgico. Aliás, sou bastante sensível e apologista do mesmo, mas em alguns casos funciona tão bem como uma anedota. Por mais boa que seja, a segunda vez que é ouvida terá sempre um menor impacto que a primeira. Assim é este trabalho a solo de Chris Harms dos Lord Of The Lost. É interessante e vai buscar aquele encanto da música movida a sintetizadores da década de oitenta onde a voz de Harms dá um gostinho a gótico, já esperado. Mas conforme vamos avançando no álbum, é proporcional ao nosso desinteresse. A não ser os que gostam de música de dança da década de oitenta. Esses vão ter um prato cheio. (4/10)

Desert’Smoke – “Desert’Smoke”
2025 – Raging Planet

Segundo álbum para os Desert’Smoke que é o mesmo que dizer que temos mais quatro temas para viajar pelos campos do stoner rock instrumental com laivos psicodélicos. Quatro temas que nos preenchem ao longo de pouco mais de trinta e cinco minutos e que só pecam mesmo por, no final de tudo, serem bastante curtos. Também será indicativo da qualidade da sua música, quando o tempo passa a voar é porque o impacto é sem dúvida positivo. Uma das mais talentosas bandas nacionais a evidenciar, mais uma vez, o seu enorme talento. (9.5/10)

Axetasy – “Withering Tides”
2025 – Dying Victims Productions

Álbum de estreia dos alemães Axetasy que começam a sua carreira da melhor maneira possível: com um estrondo metálico na forma de speed metal. Dentro da onda revivalista que se tornou uma tendência no underground mas que ainda não deu para enjoar, já que a qualidade continua a superar em muito a qualidade. Um álbum rápido e furioso, para ouvir muitas vezes e fazer air guitar com fartura. Vicío absoluto. (9/10)

Nachtblut – “Todschick”
2025 – Napalm Records

Extreme Gothic Metal poderá ser um rótulo que parece parvo mas até assenta bem a estes alemões que juntam algum peso às suas sonoridades e ambiências góticas. Ao sétimo álbum já não há grandes segredos a revelar mas o que eles trazem é um álbum sólido que dá-nos aquela sensação de déjà vú boa, de que estamos a ouvir algo familiar mas a sensação é boa. Mesmo cantando em alemão, não se perde o impacto na forma como os temas se infiltrar na nossa cabeça. Um bom regresso, recomendado. (8.5/10)

Manntra – “Titans”
2025 – Napalm Records

Vindos da Croácia, os Manntra tocam, segundo o comunicado de imprensa, Folk Metal. Não é isso que se encontra em Titans. Temos antes um metal melódico, moderno, cheio de ganchos ao estilo Eurovisão, mas que o faz de maneira positiva – curiosamente de maneira que já encontramos e em muitas propostas da Napalm Records. Um bom álbum para introduzir o som da banda que certamente vai encontrar muitos fãs. (8/10)

Days Of Jupiter – “Desolation”
2025 – Reigning Phoenix Music

Os Days Of Jupiter estão a tornar-se num caso sério do hard’n’heavy actual. Ao quinto álbum, a banda regressa depois de seis anos de ausência dos discos e com um trabalho que mostra bem a sua qualidade. Conjunto de temas melódicos e com refrões peganhentos que dão um bocado de trabalho para nos vermos livres deles. Seis anos depois, os Days Of Jupiter estão prontos para continuar onde tinham parado. (7.5/10)

Avantasia – “Here Be Dragons”
2025 – Napalm Records

Lembram-se quando Avantasia era um projecto power metal paralelo do simpático e talentoso Tobias Sammet? Os Edguy, a sua principal banda foi perdendo importância e Avantasia tornou-se a prioridade e um projecto de sucesso, muito maior do que a sua outrora prioridade. Com esse sucesso também veio um ampliar do espectro abordado, indo para territórios ainda mais melódicos e rock. O que não é mau. No entanto, é impossível não fazer o paralelo com Ayreon, onde a cada disco a curiosidade maior vai para os vocalistas/músicos convidados embora Ayreon tenha sempre um foco no progressivo que torna no geral os seus álbuns duradouros. Não sendo este um mau disco, como nenhum dos outros anteriores, apenas não faz ferver o sangue como seria suposto. Competente, com bons convidados (destaque para Geoff Tate naquele que é o melhor tema do disco, o tema título), mas que não nos traz grande valor acrescido em relação ao que foi feito. (7/10)

Ex Deo – “Year Of The Four Emperors”
2025 – Reigning Phoenix Music

Se o conceito de termos Kataklysm orquestral era vencedor tempos atrás, a coisa agora não resulta tão bem. Principalmente quando os piores elementos dos Kataklysm parecem estar a infiltrar-se aos poucos nos Ex Deo. Mais do que a componente orquestral, são os riffs gordos e repetitivos que marcam estes quatro temas. Nem tudo é mau, porque há momentos onde os elementos sinfónicos conseguem brilhar, principalmente no tema final “Vespasian”. No geral é um sinal alarmante de que a banda poderá estar a ficar sem ideias. (6/10)

Forsaken Hill – “The Fortress Of Solitude”
2025 – Edição de Autor

A mistura de death metal melódico com folk metal tendo como resultado metal épico, não é nada de novo para os nossos ouvidos. No entanto, a paixão com que estes temas é debitada e o resultado fazem com que tenhamos aqui uma colecção de temas marcantes que rapidamente se tornam viciantes. O déjà vú poderá surgir algumas vezes mas nunca como uma coisa má, aqui é como se estivessemos a ouvir novamente uma das nossas músicas favoritas. Mesmo sem o factor de novidade, este é um álbum que sentimos que podemos ouvir vezes sem conta sem nos cansarmos. (9.5/10)

Mean Mistreater – “Do Or Die”
2025 – Dying Victims Productions

Se há uma editora que tem um excelente gosto nas edições que aposta, essa editora é a Dying Victims Productions. Um ouvido bem atento que apanhou estes Mean Mistreater quando eles tinham lançado o álbum de estreia de forma independente (e que depois reeditaram) e que continuou a apostar neles para este segundo trabalho. “Do Or Die” é heavy speed metal raçudo e clássico, como se estivéssemos em 1986. Produção bem orgânica, uma voz marcante e uma bela colecção de malhas que não vamos querer parar de ouvir tão cedo (9/10)

Malcolm Galloway – “Metazoa”
2025 – Edição de Autor

O mestre está de volta. Malcolm Galloway, dos Hats Off Gentlemen It’s Adequate traz-nos mais um álbum onde a componente ambient se funde com o art/prog rock. É impossível não fazer um paralelo com o início de carreira de Mike Oldfield, embora a vertente ambient e de música de sintetizador esteja bem mais presente e sem tanto foco no minimalismo como Galloway tão bem faz. Um álbum para viajar e altamente recomendado para os fãs de excelente ambient music. (8.5/10)

Tria Prima – “Three Primes Of Alchemy”
2025 – Edição de Autor

EP de estreia dos ucranianos Tria Prima que apresentam um death metal versátil e bem interessante. Com fulgor e exuberância técnica, arranjos orquestrais que encaixam muito bem na música e uma capacidade para fazer temas que são catchy e ao mesmo tempo poderosos, este é um início de carreira discográfica bem interessante. (8/10)

Treewax x Icosandria – “Void Intention”
2025 – Edição de Autor

Adoramos splits, principalmente quando se juntam bandas talentosas. Apesar de ser algo mais comum no metal extremo (principalmente black e grind), o conceito é sempre interessante em qualquer contexto. Os Treewax tocam um rock indie alternativo que nos remete para a década de noventa e nos faz aperceber como o estilo ia (e vai) beber muito aos Beatles, e os Treewax não são excepção. Já os Icosandria brindam-nos com um post rock de nos elevar aos céus, e com capacidades para viajar na maionese impressionantes. Duas bandas diferentes mas que encaixam bem e seis temas que vale a pena conhecer. (7.5/10)

Buenos Vampiros – “Entre Sombras”
2025 – Spinda Records

Certas coisas resultam na perfeição. Como juntar a sonoridade etérea do post punk com uma vertente meio psych e indie, que cantado em espanhol dá um encanto muito próprio. Este disco dos Buenos Vampiros é daqueles que nos embalam tranquilamente e nos dá um prazer relaxante ao ouvir. Um conjunto de temas que soa imediatamente clássico. (7/10)

Monkey Okay – “Mausoleum”
2025 – Edição de Autor

Terceiro álbum dos Monkey Okay, uma banda dinamarquesa que todos os fãs de progressivo musculado, experimental e psicadélico têm que conhecer obrigatoriamente. Este álbum, divido em três partes (e ele próprio a segunda parte de uma trilogia) evidencia aquilo que a banda muitas vezes já revelou: que não gostam de se definir a si próprios. A tentação para lhes chamar de rock alternativo (e stoner) é enorme mas a verdade é que a costela progressiva e psicadélica/experimental é igualmente importante e presente. Grande álbum! (9.5/10)

Dokuga – “Antes Do Fim”
2025 – Garage, Records

Os Dokuga estão de volta e com um disco furioso. Curto e furioso, o que só faz com que seja algo que se dá muitas voltinhas e com muito gosto. “Antes Do Fim” é um conjunto de canções de raiva e protesto como o punk/hardcore deve ser. Sem grandes rodriguinhos, é castanhada do início ao fim que recomendamos urgentemente. (9/10)

Katla – “Scandinavian Pain”
2025 – Napalm Records

Este não era um lançamento que esperávamos por parte da Napalm Records, centro de tudo o que é moderno e bonito. O doom metal zangado e com tomates. Só a intro é genial – uma pequena meditação guiada mas completamente subersiva que acaba da maneira mais fantástica de sempre, com um simples “Satan”. Como já puderam reparar, e apesar de ser doom metal, há aqui uma costela black metal que se manifesta quer por algumas vocalizações como pelas letras. No entanto, não há engano nenhum, este é mesmo um trabalho indicado para os fãs de doom, que não vão ficar desiludidos. (8.5/10)

Edge Of Paradise – “Prophecy”
2025 – Napalm Records

Moderno. É um adjetivo de que poderá logo fazer-nos recuar uns passos. Nem tudo é mau, temos alguns exemplos, como este “Prophecy” dos Edge Of Paradise que apesar de serem culpados de arrebanhar grande parte dos lugares comuns que poluem este lago actualmente, no processo acabam por criar bons temas, catchys e memoráveis. Talvez daqui a um ano ninguém se lembre deles, mas que têm garra e que entretém, isso é um facto inegável. Quem sabe depois disse eles não permanecem no tempo? (8/10)

Visceral – “Eyes, Teeth And Bones”
2025 – Raging Planet

Os Visceral estão de volta com o seu segundo álbum de originais e com mais um conjunto de canções embebidas de death metal negro e intenso. Algo que é exacerbado pela produção suja, criando um ambiente perfeito para a podridão subsistir sem oposição. Um pedaço do abismo da perdição sobre a forma de metal extremo unidimensional e ao qual os fãs do género não vão querer perder. (7.5/10)

Before Us – “Anima”
2025 – Edição de Autor

Não sendo o maior fã de metalcore, tenho de dar a mão à palmatória com os Before Us, uma banda que reúne músicos brasileiros, argentinos e portugueses. Este EP revela uma sonoridade forte e poderosa assim como empolgamento para quem gosta do casamento do metalcore com tiques nu metal. Lugares comuns? À pazada, mas o resultado final continua a ser interessante. (7/10)

Raging Slayer – “Catatonic Symphony”
2025 – Selvajaria Records

Thraaaaaaaaaaash! Furioso e impiedoso, unidimensional, mas muito divertido. Para quem está farto das incursões modernas do metal, este é um disco especialmente elaborado para vós. Elaborado pelo mastermind por trás de Animalesco, O Método e Rancid Amputation e contando com Lex Thunder dos Toxikull com uma prestação mais agressiva e Paulo Viera a produzir e a tocarl (dos Perpetrator entre muitos outros), este é um disco que dificilmente nos cansaremos de ouvir nos próximos anos. (9.5/10)

Grima – “Nighside
2025 – Napalm Records

Os Grima estão de volta e a expectativa era para termos um grande álbum de black metal atmosférico e é isso mesmo que entregam. A sua componente emocional não deturpa, de todo, o peso que entregam e a forma como essas duas componentes, antagónicas para alguns, se misturam e complementam é aquilo que faz a sua música especial e única ainda que possamos admitir que a sua música não é propriamente original. Muitos exemplos aqui, mas “Flight Of The Silver Storm” é um exemplo perfeito de uma dinâmica perfeita entre muitos elementos da música extrema. Uma banda obriatória conhecer! (9/10)

Arion – “The Light That Burns The Sky”
2025 – Reigning Phoenix Music

Quarto álbum dos finlandeses Arion que trazem o seu power metal sinfónico e bombástico. Confesso que inicialmente a produção moderna e algo estéril fez que tivesse alguma aversão mas depressa me converti a este conjunto de temas que se colam imediatamente ao interior do nosso cérebro e controlam o nosso corpo. Poder e melodia com muito peso à mistura fazem com que a produção moderna deixe de ser um problema – ainda que esteja sempre presente. E é esse o poder da boa música, conseguir chegar a nós, independentemente da forma como o faz. (8.5/10)

Punchcard – “Soap Box Hero”
2025 – Felony Records

Os Punchcard, um dos nomes clássicos do punk de San Diego está de volta com “Soap Box Hero”, um álbum que entrega todos os elementos que são antecipados – guitarradas punk melódicas e com bons pormenores técnicos, refrões peganhentos que se colam à cabeça e aquele sentimento clássico do punk que tanto furor fizeram desde há duas, três décadas para cá. Um álbum que os fãs de punk rock melódico não vão querer deixar passar ao lado. (8/10)

Chumhuffer – “Slaughterhouse Five”
2025 – DWY Records

Os Chumhuffer são nova-iorquinos e apresentam bom e velho punk rock que muitas vezes cruza as fronteiras do hardcore old school. Old school é mesmo o melhor termo para descrever, pela forma que nos faz perceber como tínhamos saudades de punk com tomates. Cinco temas curtos que são irresistíveis para os fãs de punk da velha guarda. (7.5/10)

Bardos de Amergin – “Hinos Alcóolicos”
2025 – Supergoat Wreck-Whordes

One man band de Melkor, que lança bandas como os Agathocles lançam splits. E esta é bastante interessante. Folk metal cantado em português com o espírito festival e quase orgânico que nos contagia facilmente. Os resultados seriam superiores com outra abordagem vocal, mas ainda assim, é uma proposta capaz de garantir diversão. (7/10)

Subtonal Abysmal Ceremony – “Occult Resonance”
2025 – Supergoat Wreck-Whordes

Trabalho de estreia desta one-man band de Melkor, músico conhecido pelo seu trabalho com The Firstborn, Neoplasmah entre muitos outros. Trata-se de um death metal levemente melódico e com temáticas próximas do black metal. Por falar em black metal, por vezes há por aqui uma proximidade a Decayed, caso estes tocassem em andamentos mais lentos. Interessante mas esse interesse não consegue resistir a mais do que uma ou duas audições. (5.5/10)

Warbringer – “Wrath And Ruin”
2025 – Napalm Records (All Noir)

Que bujardona! Os Warbringer sempre apresentaram trabalho alto nível com o seu thrash metal, mas este seu sétimo álbum é de uma brutalidade que até nos apanhou desprevenidos. “The Cross And The Sword” inicia o álbum logo com um poder descomunal, poder que não vai diminuindo ao longo do disco. Thrash metal que não tem vergonha de ser apelidado de moderno mas que também não renega as raízes do estilo e as raízes da própria banda. O tempo normalmente é mais sóbrio nas suas avaliações, mas para nós, neste momento de puro vício, este é o seu melhor álbum de sempre! (9.5/10)

Brainstorm – “Plague Of Rats”
2025 – Reigning Phoenix Music

Os Brainstorm são uma daquelas bandas que têm qualidade para ser uma das propostas mais populares do género mas por um motivo ou outro (ou simplesmente azar) acabam por ser sobrevalorizados. “Plague Of Rats” é o seu décimo quarto trabalho e é provavelmente um dos mais sólidos,, senão mesmo o mais sólido dos últimos tempos na sua discografia. Uma qualidade invejável que percorre ao longo de todo o álbum, ainda que o início (pelo menos os primeiros quatro temas) sejam os melhores. No geral, um álbum para os fãs de heavy/power metal musculado alemão ouvirem com gosto. (9/10)

Ann My Guard – “She Of The Sea And Stars”
2025 – Edição de Autor

Tem sido muito interessante o percurso de Ann My Guard e este quinto álbum poderá ser uma excelente surpresa para quem deixou de acompanhar o projecto. Com um cariz bastante atmosférico e multifacetado, onde o folk e a world music (ou pelo menos um forte feeling desses dois elementos) se fundem com um espírito alternativo e por vezes electrónico, este é um álbum que vai agradar para quem gosta de viajar para outras paragens culturais sem sair do sítio. Belo, relaxante mas ao mesmo tempo intenso, é música para a alma. (8.5/10)

Temperance – “From Hermitage To Europe”
2025 – Napalm Records

Já todos sabemos o problema dos álbuns ao vivo hoje em dia, que acaba por ser também o problema de muitas bandas ao vivo – não apresentarem nada de muito diferente daquilo que é feito em estúdio, com as backing tracks a trazer toda a complexidade de estúdio para cima dos palcos. Por outro lado, há bandas em que isso mesmo acontecendo parcialmente, é algo que os fãs desejam. Posto isto, “From Hermitage To Europe” é um excelente álbum ao vivo que apesar de toda esta problemática continua a ser boa diversão e uma boa aquisição para os fãs da banda. (8/10)

Caos Soberano – “Ciclos De Traição”
2025 – Supergoat Wreck-Whordes

Melkor é realmente impressionante a nível de produtividade. Caos Soberano é mais um projecto de, podemos dizer, death metal melódico. Cantado em português – embora as letras não sejam propriamente reconhecíveis – são os leads de guitarra melódicos que carregam às costas todo este trabalho, tornando-o bem mais interessante do que aquilo que seria suposto. (7.5/10)

Ciconia – “Synaesthetic Garbage”
2025 – Art Gates Records 

O prog metal moderno tem um grande problema para mim: soar a plástico. Os Ciconia são uma banda com mais de dez anos e caminham orgulhosamente pelo caminho do prog metal moderno. E apesar do seu som ter, para mim obviamente, essa tonalidade digital e artificial, a música que produzem tem inegavelmente qualidade. O facto de ser instrumental e de as músicas serem curtas, também ajuda que o seu impacto seja superior. (7/10)

Helloween – “Live At Budokan”
2024 – Reigning Phoenix Music

A formação de sonho dos Helloween está de volta aos discos ao vivo e este não é muito diferente daquilo que apresentaram uns anos atrás, quando esta formação da banda alemã se reuniu, na altura, apenas para concertos. Temos algumas canções do novo álbum, temos um medley diferente de Kai Hansen (focando outros clássicos do primeiro álbum) e o resto não é surpreendente mas é mais uma oportunidade para os fãs da banda levarem mais este pedaço de história naquela que é a maior banda de power metal da Alemanha e talvez até do mundo. (9/10)

Make A Change… Kill Yourself – “Fri”
2012/2023 – Northern Silence Productions

Nome bastante caricato (ou pouco apelativo) para uma banda, mas sendo que se trata de black metal levemente depressivo, a coisa até faz sentido. “Fri” é o terceiro álbum deste duo norueguês que nos traz black metal cru, mas sem por isso não deixa de capturar algumas melodias bastante interessantes. No geral é bem mais interessante do que a tendência algo lamechas que algum do black metal depressivo puxa a si. Um álbum que vale a pena redescobrir. (8.5/10)

In Chaos – “Hope Wears Black”
2024 – Edição de Autor

Segundo álbum dos In Chaos que continuam a juntar como ninguém o thrash e o heavy metal. De tal forma que já não é possível dizer onde começa um e acaba o outro e no final aquilo que fica é a identidade dos In Chaos onde a melodia é um dos aspectos principais. Uma banda refrescante que faz falta ao metal nacional e um álbum sólido que consegue proporcionar muitas boas horas de diversão. (8/10)

Hirax – “Hate, Fear And Power”
1986/2023 – Armageddon Label

Clássico segundo álbum dos Hirax, prestes a completar três décadas de vida e que entretanto foi reeditado em vinil, CD e digital. Thrash crossover que se despacha em pouco mais de quinze minutos, que com uma produção crua leva tudo à frente. Não é dos álbuns mais interessantes ou memoráveis dos Hirax mas não deixa de ser um clássico. (7/10)

Godsin – “Blind Faith”
2024 – Firecum Records

EP de estreia dos portugueses Godsin que trazem thrash/death metal (pelo menos a componente death metal está presente nas vocalizações) que promete dar bons frutos no futuro. No futuro porque agora os mesmos ainda não são completamente visíveis ou audíveis. Sobretudo a nível vocal, onde residem as maiores fragilidades da banda. Sendo o primeiro lançamento, há espaço para progressão e para fazer mais e melhor. Instrumentalmente dão boas indicações e espera-se que também neste departamento consigam aprofundar a identidade musical aqui demonstrada. (6/10)

Frozen Land – “Out Of The Dark”
2023 – Massacre Records

Quando se tem um álbum que tem bom som, preenche os requisitos necessários para satisfazer as exigências de um certo estilo e mesmo assim fica-se no final com a sensação de que falta algo pode ser uma experiência bastante frustrante. No geral, este é um álbum que consegue preencher as necessidades de um fã de power metal mas ocasionalmente embarca por certas soluções, arranjos ou mesmo canções completas que são previsíveis e até constrangedoras – como no caso da espécie de balada “Don’t You Ever Leave Me” e da final “Señorita”. Interessante mas não consegue disfarçar a banalidade em que algum power metal mergulhou desde o início do milénio. (5/10)


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