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Raios e Trovões – A mística da bifana, e a poesia do falhanço

Ativistas procuram-se

Por Lex Thunder (Midnight Priest / Toxikull)

Para quem está no “terreno” existe uma valente quantidade de concertos todas as semanas dos mais diversificados subgéneros, quer sejam eles de pequena ou grande dimensão. Existem também bandas novas e festivais novos. Podemos então garantir que o Rock não está morto. Por outro lado, se olharmos para os top de vendas nacionais e para as playlists mais ouvidas nas plataformas digitais, o metal raramente está lá presente, e quando está, são bandas com mais de 20 ou 30 anos de existência, o que é de facto preocupante. Acho que concluímos então que apesar de não estar morto, o Metal neste momento já não joga na “Champions”.

Independentemente de representar ou não mais valor que outros géneros, o género de música Rock neste momento joga na 2ª liga, não aposta na formação e corre o risco de estar nas distritais daqui a uns anos.

A idade de ouro do Underground, corresponde á Idade média se compararmos á indústria musical geral. Na minha opinião a principal razão prende-se ao medo de holofotes e ao consequente julgamento da nossa comunidade.  A maioria dos artistas e do público esconde-se nas orgulhosas sombras do próprio género. E geralmente quem segue a luz acaba por ser crucificado pelos que estão na caverna. Já não há Rockstars. Poucos querem aparecer de verdade, sendo que esta atitude é muitas vezes incentivada e valorizada, por aqueles que nada fazem e tem afundando o género no abismo.

Alguns defendem que o underground é bom, que tocar por bifanas representa algo poético e que o facto de investires o teu capital todo em algo que nunca dará retorno faz parte da mística rock n roll.  Ora bem, acho que devíamos esclarecer aqui que nada disto é bom. Nada disto é místico. Nada disto é poético. E nada disto é Trve.

Isto são tudo desculpas para que o constante falhanço no meio seja aceitável. Tens que fazer esforços sim, mas os esforços tem de ter em vista uma recompensa, certo? Ou sou o único a sonhar alto? Se sou talvez estou no ramo errado. Já pensaram que o vosso modo de vida poderia ser igual aquilo que vocês desejam caso a comunidade fique mais forte e visível a todos? Nós existimos e estamos aqui. Hoje em dia não faltam meios para comunicar e aparecer. Pergunto-me onde estão os Youtubers, podcasters, escritores, reviewers, sites que não estejam presos ao passado, criadores, e toda a malta que passa palavra? Em Portugal conto-os pelos dedos.

Imagine-se um ecossistema em que pelo menos de metade das pessoas que se dizem Metaleiras/Metalicas e que enchem a Altice Arena, começam a ter conhecimentos e estar presentes nos nossos concertos? Imaginem uma cena fortíssima e autossustentável, onde o importante era ser bom cá dentro e não lá fora. Imagem fazer da vida aquilo que mais gostamos, quer seja a divulgar bandas ou festivais, fazer musica, ou ouvir musica. Era bonito não era?

O futuro do género depende de cada um de nós. Mexe-te e divulga o Metal.


 

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