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Reportagem Dark Tranquillity, Equilibrium, Miracle Flair, Red Soil @ Lisboa Ao Vivo, Lisboa – 13.04.18

Foi numa sexta-feira 13 que os Dark Tranquillity regressaram a Portugal no Lisboa ao Vivo, trazendo com eles os alemães Equilibrium e as bandas de suporte Red Soil e Miracle Flair.

A noite começou bem cedo, as 19.30, com os Red Soil que iniciaram as hostilidades com a sala ainda bastante despida. Os espanhóis entraram com atitude e deram uma performance energética, numa set de 30 minutos baseada no mais recente “Nemesis”. Praticando death metal melódico onde são claras as influências de uns In Flames, a banda deu um bom concerto com o vocalista Néstor Balaguer a ter muita interagir muito com o público. O som não era o mais claro o que fez com que em boa parte do tempo os teclados não se notassem muito, talvez a exceção tenha sido ao tocarem o single mais recente “Chaos” onde se ouviram perfeitamente. O final do concerto foi feito ao som de “My Name, My Enemy” com direito a uma pequena filmagem do público com uma Go Pro! como despedida.

Seguiram-se os suíços Miracle Flair, uma banda com um metal mais clássico e melódico. Nesta altura a sala já estava a ganhar mais público. Logo no início da atuação foram “vítimas” de problemas de som quando por mais que uma vez se ouviu um forte som de feedback que afogou todo o som da banda mas que não os impediu de assinar uma boa prestação quando o problema foi resolvido, em que tocaram músicas do álbum “Angels Cast Shadows”. O som dos Miracle Flair sempre me soou um pouco genérico, a típica banda de metal melódico com voz feminina, mas ao vivo acabou por ter um som melhor mais personalidade do que o trabalho de estúdio. A vocalista Nicole Hartmann tem uma boa voz mas infelizmente nem sempre se ouvia muito bem. Sempre simpática, teve alguns momentos para comunicar com o público, onde por esta altura também se incluíam os membros dos Red Soil que estavam no meio da plateia a assistir ao concerto dos colegas de tour.

Depois de um breve intervalo no meio de muito fumo surgiram os Equilibrium. Sou um fã do folk metal destes alemães e eles não desiludiram. Entrando com “Prey” rapidamente se percebeu que o publico aguardava pelos germânicos com entusiasmo, quando chegaram a “Waldschrein” a terceira musica do set já se vivia um ambiente de festa no Lisboa ao Vivo. Foi uma actuação com muita interacção com o publico e com humor como quando o vocalista Robse referia que estava mais velho mas continuava bonito. Já com o publico bem aquecido “Blut im Auge” trouxe um moshpit e terminou com o publico todo a cantar “oooooo”. “Unbesiegt” que começa com os seus teclados (que têm o seu quê de ambiente latino) continuou a festa com muita gente aos saltos, moshpit e crowdsurf. O som no global foi bom tirando num ou outro momento como no caso de “Unbesiegt” ficou algo enrolado e deixou de se perceber em alguns momentos. Antes do fim houve ainda tempo para outra musica muito bem recebida, “Born to Be Epic” que funciona muito bem ao vivo tendo deixado a sala (muito bem composta agora) a cantar em coro no refrão. Excelente concerto dos Equilibrium com um ambiente incrível. Notou-se bem que muita gente estava ali para os ver e que não era apenas mais uma banda até chegar a atracção principal da noite. Foi tão bom que foi uma pena só terem tocado 45 minutos. Claramente uma banda que ficaria a matar num Vagos Metalfest.

Já perto das 10.30, com as luzes a apagarem-se no Lisboa ao Vivo ouviu-se “Iron Man” dos Black Sabbath (cantado também pelo público) e houve um pequeno vídeo onde passavam imagens referentes a artwork dos Dark Tranquillity, que serviu de mote para a entrada dos suecos ao som de “Encircled” do álbum “Atoma” que os Dark Tranquillity continuam a apresentar nesta tour europeia. A banda não vinha a Portugal desde 2013 altura em que passaram pelo Paradise Garage e deram um grande concerto onde se sentia uma grande sintonia entre a banda e o público. A química neste concerto foi igualmente boa com Mikael Stanne a procurar constantemente a proximidade com o público, muitas vezes com um pé no palco e outro a apoiar-se em cima da grade que separa o publico do palco e cumprimentando as pessoas nas primeiras filas, ou muitas vezes a ajudar as muitas pessoas que foram fazer crowdsurft ao longo do concerto.

Numa breve viagem ao passado ouviu-se a excelente “Monochromatic Stains” e “The Treason Wall” com “Clearing Skyes” do novo álbum pelo meio. Seguiu-se uma pequena conversa com o publico e introdução de talvez a minha musica preferida de “Construct”, “The Silence of Noise”.  Em “The Mundane and the Magic” Mikael aproximou-se do público para cantar o refrão em conjunto. O som no geral estava bom mas em  a voz de Mikael praticamente deixou de se ouvir, o que levou a que um pouco mais tarde o microfone fosse trocado, resolvendo o problema. Os temas de “Atoma” foram no geral bem recebidos, mas pareceu que a preferência foi para o próprio “Atoma”. A setlist do concerto viria a ser variada com musicas de quase todos os álbuns da banda desde “Projector” com um foco em “Atoma” e curiosamente “Fiction” de 2007, tendo inclusive a uma sequência de três temas desse álbum com “Icipher”, “Terminus (Where Death Is Most Alive)” (um dos destaques da noite) e “Inside the Particle Storm”. A passagem por “Haven” foi feita com a inevitável “The Wonders at Your Feet” e antes do fim da set principal voltámos a “Projector” com a excelente “ThereIn” que nunca pode falhar e foi um dos momentos altos da noite.

Aquando da passagem pelo Paradise Garage, Mikael Stanne fez questão de ir cumprimentar todas as pessoas das primeiras filas, desta vez foi um bocado mais longe. Enquanto o público aguardava o regresso da banda para um encore, Mikael veio do backstage para o meio do assistência fingindo que também estava a assistir ao concerto, e quando a banda regressou, acabou por cantar “State of Trust” no meio dos fãs por entre cumprimentos, abraços e muita gente a filmar. Para acabar o encore e já com Mikael em palco, houve ainda tempo para as excelentes “Lost to Apathy” e “Misery’s Crown”. A despedida de Mikael Stanne fez-se com o beber de “penalty” uma Super Bock perante o apoio de todos os que se deslocaram ao Lisboa ao Vivo. Tirando o som em alguns momentos ficar algo enrolado, os Dark Tranquillity deram um concerto quase perfeito com muita interacção, um Mikael Stanne sempre muito simpático, e os novos membros Anders Iwers no baixo e o guitarrista Johan Reinholdz (que está como guitarrista só ao vivo), a mostrar como se integraram perfeitamente na banda.

Photo Report Red Soil
Photo Report Miracle Flair
Photo Report Equilibrium
Photo Report Dark Tranquillity

Texto e fotos por Filipe Ferreira
Edição por Filipe Ferreira e Filipa Nunes
Agradecimentos a Notredame Productions

 


 

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