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Reportagem Mastodon, Black Peaks @ Sala Tejo, Lisboa 21 de Junho 2017

Foi em jeito de celebração do solstício de verão que a Sala Tejo recebeu os Mastodon para a apresentação do novo álbum “Emperor of Sand”. Entre a típica fila para uma cerveja inicial, e com Yes a tocar enquanto se esperava, era fácil verificar que ia existir bastante afluência. 
Às 21 horas os Black Peaks iniciaram o concerto de abertura. Sendo para mim completamente desconhecidos (e imagino que para a maioria do público também), existia alguma curiosidade para ver os ingleses atuar. Após um primeiro impacto com uma intro á moda de uns The Dillinger Escape Plan, os Black Peaks iniciaram com “Set In Stone” a fazer uso da dualidade de voz límpida ou agressiva de Will Gardner (que entrou em palco com um ar bastante descontraído e copo na mão) e um refrão que fica no ouvido. Os Black Peaks vieram cá apresentar o álbum de estreia “Statues”, e diria que podem ser considerados uma banda de metal progressivo com uns toques de math metal ou post-rock. Pelo segundo tema já a Sala Tejo se encontrava bastante bem preenchida. Uma boa prestação da banda de Brighton que não só se mostrou muito competente do ponto de vista musical mas também bastante energética, especialmente o vocalista Will Gardner. Para mim uma boa surpresa, e tendo em conta a reação do público, os Black Peaks pareceram agradar á generalidade da Sala Tejo. Com algumas pausas para agradecer ao público e aos Mastodon pela oportunidade, foram cerca de 45 minutos de concerto que deixou uma excelente primeira impressão. 
Após uma pausa para preparar o palco e agora com sala preenchida, acendem-se os focos verdes e é a vez dos mastodontes Brann Dailor, Brent Hinds, Bill Kelliher e Troy Sanders entrarem em palco com “Sultans Curse” do novo álbum. O facto de o público ter começado imediatamente a cantar em coro mostra bem que “Emperor of Sand” já foi assimilado pelos fãs. Seguiu-se uma sequência de musicas mais antigas iniciada por “Divinations” recebida com muito entusiamo pelo publico e cantada em coro (algo que se repetiu frequentemente) bem como o primeiro crowdsurf da noite, algo que só ficou ainda maior com a entrada da rápida “The Wolf Is Loose” que também teve direito a uns “hey, hey” durante o solo de Hinds. Seguiu-se “Crystal Skull” numa playlist bastante equilibrada entre o material novo e o antigo, “Blood Mountain” foi o álbum mais tocado a seguir de “Emperor of Sand”. Tempo para os primeiros agradecimentos da noite e uma nova passagem pelo novo álbum com “Ancient Kingdom” mais um excelente solo de Hinds que brilhou novamente no instrumental “Bladecatcher”. 
O ambiente que se vivia na Sala Tejo era de facto espantoso, e só melhorou com a entrada da excelente “Black Tongue” que acabou com um coro a gritar o nome da banda. De seguida uma das preferidas da noite “Colony of Birchmen” e mais uma pausa para agradecimentos (“you are the fuking best”) e apresentação de “Ember City”.  
Com a iluminação do palco com o azul do mar lembrava-nos que se aproximava o tempo da grande baleia branca de “Megalodon” que deu lugar a bastante moche. Depois de mais uma passagem pelo novo álbum, uma das mais bem recebidas da noite foi Oblivion seguida por mais uma sequência de “Emperor of Sand”, “Show Yourself” (pessoalmente a minha preferida do novo álbum), “Precious Stones”, “Roots Remain” “Steambreather” que mostraram que ao vivo o novo álbum mistura-se de forma orgânica com o resto da discografia dos norte-americanos e funciona na perfeição. Pelo meio dessa sequência ainda tivemos direito “Chimes At Midnight” do álbum “Once More Round the Sun”. 
Tempo para um regresso a onde tudo começou e ao álbum “Remission” com “Mother Puncher” e “Brent Hinds” e “Bill Kelliher” lado a lado, seguido de mais uma viagem a “Blood Mountain” com “Circle of Cysquatch”, terminando a noite com mais um momento alto “March of the Fire Ants”. Com a moral em alta, a despedida da banda e o público a preparar-se para pedir uma “Blood and Thunder” foi a vez de Brann Dailor sair de trás da bateria e vir agradecer à plateia que praticamente não o deixou falar. Mais uma vez ouvia-se gritar por Mastodon na Sala Tejo, o que eventualmente levou Brann a perguntar se havia interesse de ouvir mais uma música. O entusiasmo que o público tinha vindo a manifestar a noite toda foi recompensado com uma demolidora “Blood and Thunder” que terminou o concerto da melhor forma possível.
Excelente concerto dos Mastodon que trouxeram muita gente a Sala Tejo que de certeza não saíram desapontadas. Ao longo da noite a banda foi tendo uma grande energia e apesar de não terem existido muitas pausas para falar entre músicas, existiu sempre uma grande comunicação entre banda e publico, especialmente da parte de Brent Hinds e Troy Sanders que foram imparáveis. Musicalmente, tirando o facto de nem sempre as vozes terem sido muito percetíveis, o quarteto mostrou-se sempre coeso com destaques para os solos de Hinds e Brann Dailor ser um verdadeiro monstro na bateria. Nunca é demais também referir a resposta das muitas pessoas que se deslocaram até ao Oriente, que foi impecável e criou um ambiente fantástico em mais um grande concerto na Sala Tejo.
Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Ana Nunes
Agradecimentos Prime Artists e PEV Entertainment

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