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Reportagem – Moonspell @ Centro Cultural e Congressos, Caldas da Rainha – 10/03/2018

Concerto nas Caldas da Rainha de fim da pequena digressão nacional de apresentação para o excelente ”1755”, o primeiro álbum dos Moonspell totalmente cantado na língua de Camões que aborda o tema do grande terramoto de Lisboa que aconteceu a 1º de Novembro desse mesmo ano, 1755. O Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha é um belo local com óptimas condições, lugares sentados – um pouco atípico neste país para concertos de Metal mas não tão invulgar assim noutros países. Também não se pense que foi o mesmo que ir ao cinema, nada disso…

Após as luzes se apagarem começou a ”Intro/Em Nome do Medo”,  com o já habitual teatro de Fernando Ribeiro mascarado que entrou em cena num cenário de destruição com as ruínas do Convento do Carmo em fundo e uma cruz derrubada no chão. ”1755” começou em força com o público sentado para logo de seguida se levantar de vez em ”In Tremor Dei”, com a entrada em cena do fadista Paulo Bragança convidado tal como no disco a fazer as segundas vozes naquele que foi o primeiro momento alto do espectáculo. Seguiu-se ”Desastre” uma das melhores e mais poderosas novas malhas, visitou-se ”Night Eternal”. O ritmo foi este, intercalando os clássicos com os novos temas como com ”Ruinas” que antecedeu ”Opium”, um daqueles temas que não podia faltar, sempre um grande momento, assim como ”Awake”.

Voltou-se a “1755 com ”Evento” e ”Todos os Santos” e mais alguns clássicos, ”Vampiria” e o hino ”Alma Mater”, sempre momentos bem intensos e de interacção banda/público como eles bem sabem fazer. Já perto do (falso) fim, deixaram um belo momento de magia teatral/musical, ”Lanterna dos Afogados”, a bela versão da canção dos brasileiros Os Paralamas do Sucesso. Após uma curta retirada, lá voltaram para um encore em cheio com mais três clássicos, ”Everything Invaded”, ”Breathe” e a inevitável mas sempre bem vinda ”Fullmoon Madness” que fica para o encerramento definitivo do concerto.

Em jeito de balanço só acho que ficaram por tocar ”Abanão” e ”1º de Novembro” mas o que se pode dizer é que foi uma hora e meia muito bem passada. Moonspell é sempre um prazer, grande música, grandes músicos e um grande espectáculo visual, não fossem eles os nossos grandes embaixadores além-mar e já desde o tempo em que o Salvador Sobral ainda andava de chucha na boca e a gatinhar pelo chão. Que toda a honra lhes seja feita porque se há uma banda que representa bem o orgulho lusitano (no bom sentido) são eles… Sr. Presidente ainda demora muito a condecoração?

Reportagem por Luís Rato

 


 

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