Reportagem Warm Up Metal Keeper – Dawnrider, Shivan, Lyzzärd @ Another Place, Almada – 21.04.18
O Metal Keeper nasceu da vontade de fazer algo de diferente dentro do panorama nacional de festivais de música pesada, com o objectivo de trazer ao nosso país grandes bandas de heavy metal tradicional, novas e veteranas, e claro, apostar nas bandas nacionais que se movam dentro do mesmo espectro. O que esperar de um concerto de preparação para um festival deste tipo? Heavy metal tradicional, puro e duro. E foi precisamente o que tivemos numa agradável noite a sul do Tejo, no Another Place, uma sala perfeita para o evento, acolhedora e com um ambiente fantástico.
A noite começou com um atraso considerável mas tendo em conta de que se tratava dos Lyzzärd, tudo estava perdoado. A primeira coisa que temos a referir e isto estende-se a todos as bandas do cartaz, é que foram alinhamentos de luxo. Ao contrário do que é costume com eventos de música pesada, as bandas de abertura tiveram direito de antena o suficiente para explorarem quase todo o seu catálogo inteiro. Quem ficou a ganhar foi o público.
A banda da Trofa tocou o seu álbum de estreia, o excelente “Savage” na totalidade e ainda houve espaço para apresentar um novo tema, muito bem recebido, aliás como toda a actuação da banda. Heavy metal clássico que contagia seja pelo seu som, seja pela entrega da banda em palco. Até a cover inesperada “Maniac”, original de Michael Sembello resultou de forma perfeita. Uma grande prestação que nos trouxe a certeza de que o heavy metal nacional está em excelentes mãos.
Da nova geração para a anterior, vieram os Shivan. A banda de Loures poderá não ter ainda uma discografia extensa ou sequer um álbum editado, mas podemos considerar que a banda é já veterana em cima dos palcos nacionais e essa experiência é algo evidente na forma como abordam temas como “Final Victory”, Earth Place. Apesar de algumas dificuldades técnicas em termos de som nos dois primeiros temas, o concerto dos Shivan foi ao encontro daquilo que qualquer fã de heavy metal tradicional procura.
Temos peso, temos a interacção entre os dois guitarristas com a esperadas harmonias clássicas à la Murray-Smith ou Downing-Tipton dos anos clássicos dos Iron Maiden e Judas Priest respectivamente, o baixo pulsante que em conjugação com a bateria estabelece a base que é complementada por uma voz segura. Por falar em Priest, ainda houve tempo para a rendição ao clássico da banda, “Breaking The Law”.
A noite já tinha dado lugar à madrugada quando os Dawnrider subiram ao palco do Another Place. Esta actuação era bastante aguardada, não só pelo poder que a banda lisboeta têm vindo a demonstrar desde 2004 como também se encontrar renovada em termos de formação, tendo apenas Hugo Conim como membro original. Para quem acha que a banda tem andado desaparecida, podemos considerar que isso só aconteceu em termos de lançamentos (a banda não lança nada desde 2014) já que a banda nunca deixou de dar concertos, apesar das mudanças de formação – como podem confirmar na entrevista na nossa mais recente edição.
Tivemos uma viagem ao longo de toda a carreira da banda com passagem pelos três álbuns e dois dos seus três splits editados, onde o maior destaque é a forma como o facto de terem agora teclas dá um toque de classe imbatível ao seu som. Fica com um feeling vintage a relembrar aquela sonoridade do heavy/rock de teor oculto da década de setenta, uma época onde a banda vai buscar inspiração. “Evil Deeds”, “Walking Blind” e “Cry Of The Vampire” estabeleceram o alto nível daquilo que iríamos encontrar até ao final da noite.
Além de revisitar o passado, também ficamos com um cheirinho daquilo que está para vir no futuro. “What Now If Not Life?” foi o tema de heavy doom metal apresentado em absoluto exclusivo que nos garantiu a qualidade expectável para o futuro lançamento dos Dawnrider, capaz de criar um ambiente soturno bem forte. A banda está bem entrosada e sente-se que está mais forte que nunca, principalmente o novo vocalista Filipe Relêgo que se encontra bem confortável na sua posição de frontman. Para o final ficar ia reservado dois temas lançados nos dois últimos splits da banda. Primeiro “Under The Sleep” (com Hugo Conim a sair do palco e a tocar no meio do público) e já em regime de encoore, “Serpent’s Gile”. Um final apoteótico para uma noite de heavy/doom metal tradicional e um bom aperitivo para a segunda edição do Metal Keeper.
Reportagem por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferreira
Agradecimentos a Metal Keeper
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