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Road To Vagos – Equaleft

Foto João Fitas

Descrever os Equaleft de um ponto de vista frio e objectivo seria algo que não faria jus à essência da banda e do seu som. Termos como groove e djent ou outros mais comuns como death e thrash metal ou até mesmo progressivo… fazem todos sentido mas há algo muito mais do que isso na música da banda. Iniciaram-se no Porto, algures em 2003 das cinzas dos Mysterium, uma banda de metal gótico. A ideia partiu de Filipe “Piranha” e de Miguel “Inglês” que pretendiam ter uma maior liberdade em termos de expressão criativa e com esta base convidaram dois guitarristas – Pedro e Tiago. O primeiro lançamento da banda, curiosamente, foi um videoclip para o tema “Sober” que surgiu quase por acaso, juntando-se a necessidade da banda em promover o tema e a do realizador (João M.) precisar de fazer um trabalho para a faculdade.

Assolados com as malditas mudanças de formação, a banda nunca desistiu do seu intento que se manteve intacto e seguiu em frente conseguindo finalmente alguma estabilidade por volta de 2008 que lhes permitiu lançar a demo “As Irony PreVails…”, produzida por Bruno Silva (ex-Heavenwood) composta por quatro temas (um deles uma cover do mítico “Playback” de Carlos Paião) que lançaram as bases para o som e identidade da banda – uma mistura entre death metal, o groove do thrash e uma certa cadência técnica e progressiva.

O primeiro impacto foi positivo e ajudou a que a banda começasse a espalhar o seu nome e a conseguir chegar a muitos palcos nacionais, uma tendência que foi-se intensificando com o passar dos anos. Em 2010, foi o momento de voltarem ao estúdio e de solidificarem ainda mais a sua identidade sonora que assentava sobretudo na forma como não seguiam nenhuma tendência a fundo. O resultado foi o EP “…The Truth Vnravels”, que estava, pelo menos em termo de conceito lírico ligado ao lançamento anterior, a demo “As Irony PreVails…” Abaixo poderão ouvir o EP na íntegra:

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O palco e a estrada foram uma constante para os Equaleft, definição de banda trabalhadora que nunca deixou de lutar (e de por vezes remar contra a maré). A(s) experiência(s) foram-se acumulando e tudo isso desaguou no “Adapt & Survive”, algo que poderá ser tido como uma filosofia e descrição do próprio som da banda. Não fazer o mesmo que todos fazem, apresentar novas soluções, novas formas e com isto tudo, manter o peso e a identidade sónica que já tinham e sobre a qual continuaram a trabalhar. O álbum permitiu-lhes ainda chegar mais longe e manter a banda activa durante os próximos anos, passando por todos os principais festivais de norte a sul e marcando presença também em momentos icónicos como a abertura para os concertos de Sepultura e Gojira.

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Apesar do termo groove ser aquele que lhe é mais atribuído como descrição, a verdade é que estes nossos camaleões da música extrema nacional não se encaixa confortavelmente em nenhuma categoria ou rótulo. E não é assim com todas as grandes bandas, seja qual for o espectro da música? Um andamento impressionante que percorreu festivais e já com algumas tradições estabelecidas, do sabre de luz jedi na “Invigorate” até aos míticos húngaros. Em relação a esta tradição deliciosa, Miguel Inglês explicou-nos como a mesma surgiu na nossa edição 25º (download da mesma aqui) – “Os húngaros surgiram num final de tarde na fábrica de som, quando lá fomos dar um concerto. Como sempre há aqueles momentos mortos antes de se fazer som e como o pessoal das bandas estavam um pouco aborrecidos da longa espera, eu e o Nuno Veggy fomos lanchar. Decidimos então trazer uns húngaros para comermos enquanto não se fazia nada, apesar de a malta das outras bandas estar toda calada fomos oferecer um “docinho” e então aquilo quebrou o gelo. No concerto seguinte voltamos a fazer o mesmo e notamos que era uma forma de se quebrar o gelo entre a malta das bandas, Passados uns tempos eu vinha com uma caixa de húngaros do backstage do Metalpoint e como passei pelo público resolvi oferecer e a malta achou piada, depois desse dia é quase um ritual entre nós, bandas e público.

As mudanças de alinhamento foram o grande entrave no contínuo desenvolvimento da banda. Segundo o vocalista da banda, essa questão foi a grande causa da demora do lançamento daquele que seria o seguinte trabalho de originais, “We Defy” – “A mudança de membros implica sempre tempo de adaptação para os que entram porque temos que ensaiar músicas antigas, compor novas e também adaptarmo-nos aos métodos de cada um.Além disso tivemos sempre muito activos em concertos e parecendo que não atrasou imenso na parte da composição, mas sinto que valeu a pena pois crescemos imenso com a rodagem que tivemos do “Adapt & Survive”.

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“We Defy”, que podem ouvir acima é um álbum de gigantesca qualidade, capaz de competir com qualquer das propostas que nos chegue lá de fora e representação do talento e inconformidade da banda pela forma como continua a manter uma identidade imediatamente reconhecível assim como continuar a desbravar novos caminhos. É sem dúvida um dos grandes destaques para os palcos do próximo Vagos Metal Fest, onde todo o poderio da nova formação e dos novos temas irão certamente marcar. E se forem dedicados o suficiente para estar na primeira fila, quem sabe… talvez sejam contemplados com os belos dos húngaros.

Review de “We Defy” – O segundo álbum dos Equaleft demorou a chegar. Isto a opinião por parte de qualquer fã da banda. Se “Adapt & Survive” foi um álbum de apresentam que os mostrou como uma força bruta do nosso underground nacional, “We Defy” pode ser visto como um “Adapt & Conquer”, já que se assume como o trabalho da banda até agora. Maduro, mais complexo e mais inteligente, mais profundo. Mais tudo. O desafio que é feito no título e neste conjunto de temas parece ser não só à banda mas como também ao próprio estado de coisas. Temas como “Once Upon A Failure”, o tema-título ou a furiosa “Strive” são capazes de nos levar por diversos pontos e estados de espírito mas no final, além da sensação de termos sido atropelados por um rolo compressor, a certeza que se tem é que se teve por um dos álbuns mais coesos que tivemos oportunidade de ouvir nos últimos tempos. Nota 9.3/10

Facebook – http://www.facebook.com/equaleft


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