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Road To Vagos – Primal Fear

Um dos grandes do heavy metal alemão vem a Portugal – Primal Fear. Uma carreira com mais de vinte anos de carreira que se iniciou, curiosamente, devido a uma aposta falhada por parte de Ralf Scheepers, quando este saiu dos Gamma Ray para tentar a sua sorte com os Judas Priest. Depois de isso não correr bem, Matt Sinner (dos Sinner) juntou-se a ele para formar uma nova banda de heavy metal tradicional, onde a inspiração era mesmo… Judas Priest. Não podemos dizer que os Primal Fear eram uma cópia descarada de Judas Priest, embora nunca tenham escondido a influência da seminal banda britânica, tendo até nascido após um concerto da banda de covers Just Priest onde Scheepers, Sinner e Tom Naumann. A este trio

A este trio juntou-se Klaus Sperling, na bateria e o trabalho auto-intitulado foi lançado pela Nuclear Blast. Numa altura em que o heavy metal puro e duro ainda era um estilo menosprezado, não deixou de ser impressionante a entrada da banda nas tabelas de venda do seu próprio país, batendo recordes para a entrada mais alta por uma banda de estreia. Heavy metal sem concessões e que chamou a atenção do mundo, tendo contado até com alguns leads de Jai Hansen. Após digressões bem sucedidas, a banda voltou em força em 1999 com o segundo álbum, “Jaws Of Death” e com uma formação nova, tendo-se juntado Stefan Leibing nas guitarras

O seu segundo trabalho seguiu a linha do primeiro, com a fórmula de heavy metal que era uma clara homenagem à década de oitenta e com a sua identidade nacional bem presente. E claro, Judas Priest. Boa recepção pelos fãs e crítica no entanto a banda teria que se despedir de um dos seus membros fundadores. Tom Naumann encontrou dificuldades de saúde durante as várias digressões que fez com a banda e teve mesmo que ser substituído por Alex Beyrodt temporariamente. A substituição definitiva foi feita por Henny Wolter que viria já a brilhar no próximo álbum de originais da banda, “Nuclear Fire”.

A fórmula permanecia inalterada mas a capacidade que os Primal Fear demonstravam para escrever grandes canções de heavy metal superavam qualquer sensação de cansaço. Este álbum permitiu-lhes fazer a primeira incursão pelos E.U.A..

Com um ritmo editorial alucinante, a banda lançou no ano seguinte “Black Sun”, que tinha uma espécie de conceito transversal, focando a odisseia de uma equipa de exploração social, continuando a tradição de ter temas de ficção ciêntifica. Em termos sonoros, a banda continua a seguir a mesma fórmula embora seja possível reparar numa mudança de sonoridade de trabalho para trabalho. “Black Sun Não foi excepção.

Durante a digressão de apoio a “Black Sun”, houve uma série de mudanças no alinhamento da banda, com Henny Wolter a sair da banda e a ser substituído por Tom Naumann que assim regressava aos Primal Fear.  Já no ano seguinte, em 2003, foi a vez do baterista Klaus Sperling ter saído a meio da digressão, sendo substituído por Randy Black que seria confirmado mais tarde como o baterista oficial dos alemães.

Até se poderia estranhar com o crescente sucesso da banda que não apostassem (eles e a editora) num álbum ao vivo, ou como começou a ser a tendência, na combinação de DVD/CD. “History Of Fear” foi lançado em 2003 e juntava uma série de actuações da banda desde 1999 até à altura em que foi lançado, além de contar com um CD com a actuação em Wacken em 2001.

E sabíamos que eventualmente as críticas positivas iriam ser superadas por aqueles que de alguma forma se sentiram cansaços da consistência da banda. Talvez “Devil’s Ground” não seja o trabalho mais forte da banda mas sem dúvida que tem aqui alguns dos seus grandes clássicos, sobretudo a viciante “Metal Is Forever” que ficou marcada como um dos seus grandes sucessos.

Mal acabou a digressão de apoio a “Devil’s Ground”, a banda começa a trabalhar nas gravações do seu sexto álbum, “Seven Seals”, anunciando que iriam fazer algumas mudanças profundas na composição. Tal não se verificou, para além da inclusão mais veemente de teclados. A composição não conseguiu seguir o arrojo do seu conceito sobre anjos e demónios da mitologia católica.

Inesperadamente, a banda viria a largar a Nuclear Blast em 2006, terminando assim a ligação à editora que os tinha apoiado desde o primeiro álbum. A nova casa seria a Frontiers Music, por onde lançariam o sétimo álbum “New Religion”. Este novo trabalho não foi propriamente pacífico já que foi decidido que Tom Naumann deixaria novamente a banda a favor de Henny Wolter.

Apesar de algumas opiniões contrárias, “New Religion” é um bom álbum, evidenciando capacidade para ir mais além do nicho onde estavam enfiados, isto sem deixar de ser heavy metal e sem deixar de ser uma evolução natural do álbum anterior. Ainda assim parecia haver alguma dificuldade em furar pela comunidade metal com a mesma facilidade com que tinham conseguido quase dez anos atrás. Isso não os iria impedir de continuar o seu caminho.

A banda foi surpreendida em 2008 pela notícia do abandono do guitarrista Stefan Leibing, que pretendia dedicar-se à família, longe das exigências de um músico a andar sempre em digressão. Magnus Karlsson, mago das seis cordas que já tinha participado com alguns solos no trabalho anterior, foi o substituto. Motivados talvez pela nova formação ou simplesmente inspirados, “16.6 (Before the Devil Knows You’re Dead)”, um álbum que se pode dividir entre a banda tentar recapturar (e conseguir) inspiração dos primeiros tempos da sua carreira como também seguir a direcção mais imediata de “New Religion”.

Um álbum ao vivo, “Live In The U.S.A.” (CD) e “All Over The World” (DVD) foram lançados, captitalizando este novo élan, embora, curiosamente “Live In The U.S.A.”, não conte com Karlsson e sim com Alex Beyrodt como músico de sessão, ele que já tinha sido companheiro de Matt Sinner nos seus Sinner e que viria inclusivamente a entrar para a banda no ano seguinte, 2011. Henny Wolter iria ceder então o lugar a Alex Beyrodt e faria a sua estreia com “Unbreakable”, o nono álbum da banda lançado em 2012.

Um dos seus trabalhos mais fortes até então lançados pela Frontiers Music também o que mais sucesso teve. Mostra a banda em pico de forma. É normal as bandas com alguma história tentem eventualmente voltar aos seus dias de glória, no entanto aqui sente-se que isso é conseguido de forma perfeitamente natural e sem “trair” a evolução que a banda estava a ter até então.

A tendência creativa de excelência mantém-se em alta com o décimo álbum de originais “Delivering The Black”, um álbum que não só consegue manter o bom momento como até superar. Um grande álbum de heavy metal tradicional onde já nem se pensa sequer nos Judas Priest ou o quer que seja. Primal Fear estavam mais fortes que nunca.

Após um grande álbum e uma digressão bem sucedida, mais instabilidade na formação. Primeiro foi o baterista Randy Black que devido a desentendimentos crónicos com Ralf Scheepers decide abandonar, sendo substituído por Francesco Jovino. A surpresa foi que Tom Naumann voltou também, ficando a banda agora com três guitarristas  – embora Karlsson também fosse teclista. Com esta formação lançaram “Rulebreaker”.

“Rulebreaker” talvez tenha sido um marcar passo em relação à excelência dos últimos trabalhos mas ainda assim tem uma qualidade que é inegável, uma qualidade que os fãs de heavy metal conseguem sempre reconhecer. Aquele travo de Primal Fear. Após um período de mais alguma calmia no que diz respeito à actividade, a banda lançou uma compilação com os seus melhores temas da estadia na Frontiers Music, apresentando quatro temas novos. O novo álbum só chegaria em 2018, sob a forma de “Apocalypse”.

“Apocalypse” supera o seu antecessor com mais raça, a raça do heavy metal como só os Primal Fear sabem fazer. Uma raça que está presente em toda a discografia da banda, o que obriga a todos os fãs do som sagrado a marcarem presença no Vagos Metal Fest!

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