The Spirit Review

Mais cedo ou mais tarde teria que acontecer. Era inevitável. As incursões de Frank Miller no cinema acabaram por ficar marcadas pelo argumento horrível do Robocop 2, pelo que quando Sin City saiu, fiquei agradavelmente surpreendido. Quando soube deste The Spirit fiquei curioso, mas com a ideia de que poderia estar aqui um trabalho interessante. Não mergulhei muito a fundo na coisa mas pelo que percebi, não teve grande aceitação na crítica. Acabei por não ver o filme até recentemente, sempre com a esperança de que poderia estar aqui algo na linha do Sin City. 

Confesso que nunca conheci a personagem criada por Will Eisner além dos diversos anúncios nas páginas das revistas da Marvel ou DC Comics editada pela brasileira Editora Abril. O que até foi algo de espantar, ir para um filme adaptado de banda-desenhada em branco. Mas assim foi e se calhar até foi melhor, porque assim a desilusão não terá sido tão grande. Se a sequela de Sin City foi um fracasso quanto a nós, o que dizer deste filme? Chega a ser doloroso, pensar que Frank que pegou na fórmula de Sin City e acabou com ela num filme onde nada corre bem.

Desde as interpretações até ao argumento em si, o facto da história ter sido transportada automaticamente para o grande ecrã só fez com que nos primeiros minutos se criasse uma impressão que condenou o resto do filme. Talvez seja pelo facto da personagem não ser muito conhecida, mas o facto é que se fica a primeira metade do filme à espera que algo mude e a segunda metade a não acreditar que algo não mudou. Há muitas adaptações más da banda desenhada para o cinema mas creio que esta será aquela que mais tentou ser fiel (apesar de não ter feito uso do parceiro de The Spirit, uma personagem que era um esteorotipo racial da década de trinta) e a que pior resultou, numa altura em que apenas os maus argumentos impedem de termos boas adaptações. 

Constrangedoramente mau.

Nota 2/10