WOM Electric Eye – Espiral – “Cuando Vuelve El Sol”
“Cuando Vuelve El Sol” é o tema que dá nome ao novo trabalho dos Espiral e foi o escolhido pela banda para o videoclip de promoção do álbum. Lançado hoje, tenho o desafio de falar sobre ele, desafio que tem tanto de agradável como de responsabilidade.
Vou dividir o vídeo em três partes: o tema, o vídeo e a banda.
O tema: desde sempre que os Espiral nos habituaram a uma certa ambiguidade nos seus temas, como se transportassem em si uma mensagem subliminar. Com letras que falam de dor, perda, inconformismo, revolta, transmitem em simultâneo uma mensagem de esperança, de “vale a pena”, de positivismo. “Cuando Vuelve El Sol” não é diferente: fala de saudade, de solidão, de ausência. Fala de amor e do poder da noite, das estrelas e da lua, que nos fazem sentir a presença daqueles que amamos, e de como o nascer do sol, nos pode trazer frio, quando as reminiscências do passado desaparecem com a luz do sol e ficamos mais sós que nunca. Mas “Cuando Vuelve El Sol” fala de todo este sentimento de saudade com um ritmo e uma força contagiante, que nos fazem cantar alto e sentir dentro de nós um amanhecer quente e motivador. Faz-nos sentir e acreditar que vamos vencer!
O vídeo: o vídeo de “Cuando Vuelve El Sol” assenta no tema do Alzheimer, que, não sendo o tema de inspiração da letra, se adequa perfeitamente. Ao longo do vídeo assistimos à dualidade de uma filha que tem de tomar conta da mãe, mas que a doença fez inverter os papéis. Entramos na mente da doente de Alzheimer, que se vê a si própria como uma adolescente a viver o seu primeiro amor. Mais uma vez, a dualidade está presente. Um vídeo genialmente produzido por Cristian Marfil, que já vem a trabalhar com os Espiral desde o seu primeiro álbum, tendo produzido os dois vídeos anteriores da banda.
E finalmente a banda: a banda aparece ao longo do vídeo, não fazendo parte da história, mas dando-lhe a banda sonora numa actuação ao ar livre. E que actuação! Esta nova Espiral é uma dose de adrenalina pura, de uma força contagiante. O que vemos é uma banda coesa, madura, segura do que está a fazer, mas completamente apaixonada pelo que faz. Alberto Mateos, para além da sua capacidade, e melodia vocal, veio trazer à banda a espontaneidade e exuberância da expressão corporal, captando a nossa atenção e dando profundidade aos temas, sem ocultar os outros elementos da banda. Toda a banda nos transmite energia e felicidade. É fantástica a entrega de Luís Zapater e José Corrales, que muitas das vezes, ora de olhos fechados, ora a fazer segundas vozes, se fundem com a guitarra como se fossem um só. As expressões faciais de António Jurado acompanham a bateria, que está mais forte e coesa que nunca, sendo um dos pontos altos deste álbum. E temos o baixo, que Rogelio Mateo ora acaricia, ora quase faz voar, fundindo-o com os nossos batimentos cardíacos, que acompanham o seu ritmo hipnotizante. Num determinado momento do vídeo, o cruzar de olhares entre Rogelio Mateo e José Corrales ilustra a cumplicidade e união da banda, que não deixa dúvidas que esta Espiral veio para agarrar a Lua!
Texto por Rosa Soares
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