Entrevistas

WOM Entrevista – Warkings

Está por dias o lançamento do próximo disco dos Warkings. Finalmente deu-se a oportunidade de conversar com Viking, um dos guerreiros da misteriosa banda, e saber o que pensa sobre “Revenge” e não só. Por Miguel Correia; Fotos por Schwaighofer Art

 Olá Viking, como estás tudo bem? Deixa-me agradecer pela disponibilidade para realizar esta entrevista…

Ok, nós é que agradecemos…como estás? Já ouviste o novo trabalho?

Sim, tudo bem também. E claro que sim! “Revenge” está quase a chegar e pelo que ouvi, mais uma prova de superação. Uma nova cruzada para os poderosos Warkings? Como e quando é que tudo isto começou a acontecer?

Obrigado pelas palavras, sabes é sempre motivador ouvir algo de construtivo, de bom sobre o nosso trabalho… quando é que tudo começou… bem, nós estamos sempre a gravar ideias e neste caso com o objetivo de ser um novo trabalho, penso que no final do verão passado, depois de todos os festivais, de todos os compromissos, voltamos para o nosso mundo e as coisas foram-se compondo. Começamos a conversar sobre que histórias poderiam surgir no novo disco, juntar ideias, sabes, todo o processo normal de composição. No final do ano já estávamos a fazer gravações, por isso, como compreendes são processos de etapas que se vão cumprindo dentro da nossa agenda.

Um álbum trabalhado em tempos de confinamento social ou conseguiram escapar a tudo isto que estamos a viver?

Conseguimos, sim, felizmente nós já tínhamos muitas coisas prontas, e quando digo prontas, gravadas, estava tudo quando surgiram estas declarações de confinamento, por isso, felizmente, as coisas não nos afectaram. Agora, a história é outra, não podemos trabalhar no que gostamos, que é dar concertos, estar parados a esse nível, confesso está a ser muito mau.

E como é que estão a gerir tudo isso, naturalmente havia planos de promoção, de tocar em festivais…

Pois, tínhamos planos, naturalmente, temos planos, mas não sabemos como vai ser até porque nesta altura as coisas estão como tu também sabes. Temos coisas agendadas para o início do próximo ano, temos a esperança de que tudo esteja mais controlado e permita não só aos Warkings, mas a todas as bandas. Temos festivais por todo o lado no próximo ano, queremos muito mostrar o nosso trabalho em palco, mas lá está, ninguém sabe o que vai acontecer, temos de esperar, infelizmente! Lembrei-me por exemplo, temos um festival em Inglaterra em novembro, ainda não foi cancelado, pode ser que aconteça…

Tempos inesperados e difíceis para toda a indústria?

Sem dúvida, ninguém tem culpa, mas é o que temos e este sentimento de impotência perante estas situações é horrível de sentir. Nós vivemos disto e não poder fazer o nosso trabalho… Está a afetar todo o mundo, na verdade!

Vamos então falar do novo disco. “Freedom”, “Azrael” e claro o tema “Warriors”. São tudo temas com o cunho ou a essência da banda. Ao ouvir os primeiros acordes sabemos logo identificar quem estamos a ouvir. Mas quero perguntar se quando se tem um trabalho anterior fortemente reconhecido pela imprensa e pelos fans, é sempre um peso iniciar todo o processo de composição para um novo disco?

Wow, mais uma vez obrigado…sabes, honestamente, não pensamos assim, pelo menos nós. Quando criamos novas músicas, pensamos naquele momento, projetamos as coisas, definimos um caminho sem qualquer peso do passado, até porque esse poderia vir de uma coisa negativa por exemplo. Quando trabalhamos para um novo disco, também pensamos em criar músicas que possam ser tocadas e cantadas ao vivo. Portanto, o passado, seja positivo ou negativo, não pesa, não influencia, não condiciona. Acima de tudo fica a aprendizagem. A única pressão que temos é da editora, do género, vá lá, temos um prazo e tal… (risos) mas nada de mais.

(Risos) Normal, até porque as coisas nesse ponto têm um deadline. E quando é que sentem que tem a musica pronta para fazer parte de um disco?

De forma muito natural. Compomos, alteramos e há aquele momento em que sentimos que a música está pronta, não totalmente fechada, não sei, é algo difícil de explicar. Acima de tudo quando sentimos que aquela música soa como um todo, liricamente e musicalmente, claro. Quando as peças se juntam, quando sentimos que a atmosfera da música está no caminho definido… será esse o momento, para tentar responder à tua pergunta.

Como defines “Revenge”?

Sabes, queríamos acima de tudo que fosse um álbum com a nossa imagem. Guitarras pesadas músicas singalong, com todos os elementos do nosso som presentes. Pode soar sempre cliché quando se diz, este é o nosso melhor trabalho…mas acima de tudo o último disco que uma banda faz tem sempre uma conexão com ele muito forte, naturalmente será esse o sentimento de qualquer banda perante um novo disco. Neste caso queríamos algo mais épico, com mais envolvência musical para quem o ouve e sinto que isso foi atingido.

Ok, pergunta difícil. Qual é a melhor música para ti?

(Risos) Não vai ser difícil de responder, Apesar de gostar delas todas, sou um Viking, por isso “Odin’s Son”!

Sem dúvida, é um tema forte, também gosto muito desse e mais uma vez surge a participação de The Queen of the Damned? Mais um excelente desempenho.

É verdade e mais uma vez ela faz um enorme trabalho, é sempre com muito gosto que a recebemos.

Estamos a falar de uma rainha, mas aqui são quatro reis tão distintos unidos pela música, a melhor arma que se pode ter! Concordas que a música une gerações, raças e derruba todas as barreiras? A música não deveria ser uma inspiração para o mundo?

Miguel, sem dúvida! A música tem essa capacidade e nós temos de certa forma a responsabilidade de dar o nosso melhor nesse sentido. Apelamos sempre aos nossos fans para se juntarem a nós como nossos guerreiros, claro que tudo num sentido figurado, mas usando as tuas palavras, a música é a nossa arma a melhor de todas para unir as pessoas. Os festivais são o melhor exemplo disso. Juntam pessoas de toda a parte do mundo. Estão ali para se divertir, partilhar e aproveitar juntos todos aqueles momentos. Por isso, estás totalmente certo com a tua afirmação inicial. A música deveria ser uma inspiração para o mundo é uma linguagem universal, que todos compreendem, seja que tipo de música for. Deveríamos colocar de parte todas as nossas diferenças e juntar as nossas forças para criar um mundo melhor.

Para vocês que voltaram do mundo dos mortos chegar aqui e ver tudo diferente,  foi um choque, no mínimo…

Não dá para entender muito do que se está a passar. Todas estas questões que levam ao conflito, independentemente da cor da pele ou daquilo em que tu acreditas… somos todos iguais!

Objectivos para os Warkings?

Acima de tudo tocar, gravar ir para estrada. Afinal tudo aquilo que um músico deseja poder fazer.

“Revenge” é um passo à frente?

Sem dúvida, independentemente dos clichés, aliás a editora até nos pediu para dizer que este é o melhor álbum dos Warkings, ahahaha, mas mais a sério, nós queremos sempre o melhor. Sentimos sempre que é um passo à frente e nesse sentido quando percebes que tudo se enquadra no que está definido inicialmente, então sim. Até podes na próxima entrevista voltar a fazer esta pergunta e eu responder de forma ligeiramente diferente, mas neste momento é o que sinto.

Eu acho que quando fazemos o que gostamos, com toda a paixão, todos os dias são passos à frente na nossa aprendizagem enquanto seres humanos.

Wow, gostei muito dessa afirmação…

Podes usá-la quando e como quiseres, por mim sem problemas…

Gostei mesmo, porque na realidade é isso que devemos ter presente. Ter a possibilidade de fazer o que gostamos e de levar ao todos o nosso trabalho, feito com paixão, com muito de nós… Miguel gostei disso!

Obrigado Viking e até uma próxima oportunidade.

Cá estarei, obrigado em nome dos Warkings.

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