WOM Entrevista – Xxxapada Na Tromba Especial – Dead Meat
Todos ansiamos por música ao vivo. Por diversas razões e motivações, mas todo o underground já está farto de estar em suspenso. O tempo passa rápido tanto quando passa lento e quando um dos grandes eventos de 2020 acaba por ser um dos poucos, já diz muito em relação ao estado desta nossa nação. O Xxxapada Na Tromba está previsto regressar em 2021 já com um grande cartaz confirmado. Em forma de antecipação, fomos falar com uma das bandas nacionais que integra o certame, os Dead Meat. Sempre uma aposta segura no que diz respeito ao brutal death / grind e uma devastação garantida em cima de qualquer palco, os Dead Meat lançaram recentemente “Unleash The Gore”, mostrando que a destruição sonora está melhor que nunca. Dinis Gonçalves, vocalista da banda de Castelo Branco mostrou-nos o actual momento dos Dead Meat – Por Fernando Ferreira / Foto por Sónia Ferreira
Olá Dinis e bem vindo ao nosso World Of Metal. Três anos depois do “Preachers Of Gore” estão de volta com “Unleash The Gore”. Que balanço fazes destes três anos de intervalo e da reacção do vosso álbum de estreia?
Hail World of Metal. Estes anos foram bastante intensos e agitados. Com o álbum lançado em Dezembro de 2017, tivemos um pequeno problema… ficámos sem baterista logo no início de 2018, após o concerto do Xxxapada na Tromba. Como já tínhamos concertos agendados, tivemos de falar com o Rolando, pois, como foi ele que gravou o álbum, foi mais fácil adaptar-se aos temas. E assim foi, demos vários concertos promovendo ao máximo o álbum, a reação do público ao nosso novo baterista e sonoridade da banda não podia ter sido a melhor, e então decidimos manter o Rolando para que nos pudesse acompanhar aos 3 como baterista ao vivo, e assim foi. Esta formação de Dead Meat tem sido bastante sólida, e o balanço tem sido bastante positivo.
Vamos então falar de “Unleash The Gore”, o EP que lançaram recentemente. Este foi um EP que além de mostrar que vocês estão activos, também demonstra que estão mais potentes que nunca e também me dá a sensação de que estão agora a entrar numa das vossas melhores fases, quer em termos criativos quer em termos de estabilidade até de alinhamento, concordas?
Dada a receção do álbum de 2017 e com o tempo a passar, sentimos a necessidade de dar algo novo ao público, e por isso caímos todos na ideia de fazer um EP. Com a formação mais sólida desde a entrada do Jacinto em 2016 e do Rolando em 2018, os temas surgem naturalmente e as composições ganham um novo feeling proveniente da adição destes elementos. Se antes já era brutal death, agora alguns elementos respiram mais, o que sentimos que confere um novo peso à banda e uma maior vontade de criar. Pensamos que o objetivo foi cumprido, e apesar das adversidades deste ano que nos obrigaram a cancelar alguns concertos, conseguimos entregar um produto bem pensado, bem produzido que prova que continuamos com vontade de distribuir brutalidade.
Recorreram ao Miguel Tereso e aos seus Demigod Recordings e o resultado foi demolidor. Calculo que ficaram bem satisfeitos com o resultado.
Já conhecemos o Miguel há bastante tempo, pelo que foi uma escolha óbvia quando estava para ser decidido quem iria tratar do áudio. O resultado foi nada menos do que o que tinha sido idealizado! Foi dada toda a atenção aos detalhes e pouco ou nada poderia ser feito para ter um melhor resultado. Além de misturar e masterizar, o Miguel é também músico e por isso as suas ideias são muito objetivas, e foi uma enorme ajuda a resolver pequenos detalhes que fizeram com que as malhas ficassem ainda mais sólidas. É de frisar que o muitos dos artistas da Miasma Records recorrem aos Demigod Recordings, e olhando para o catálogo, dá para ter uma ideia da qualidade inerente ao trabalho dos dois. A Miasma Records e a Vomit Your Shirt foram as editoras que nos acolheram neste lançamento e não podiamos estar mais satisfeitos, desde a divulgação ao próprio lançamento!
O EP foi lançado numa altura em que o mundo foi obrigado a recolher-se e a fechar para balanço. Qual foi o impacto que o Corona teve nos vossos planos?
Não podia ter sido pior. Todos os concertos de 2020, alguns fora de fronteiras, foram cancelados… até ao final do ano temos pelo menos 2 concertos, mas ainda não sabemos se se vão realizar, mas como as coisas estão em Portugal é bem possível que não se realizem. Temos feito divulgação através das redes sociais, entrevistas, rádios, etc, o que tem sido brutal, mas nos palcos é onde nós gostamos de estar, sentir o apoio do público, conviver com a malta, não há nada melhor na vida de um músico. Mas em compensação com esta paragem, temos vindo a compor novos temas, para um futuro lançamento, mas só depois de pisarmos todos os palcos possíveis dentro e fora das nossas fronteiras. (risos)
São uma das confirmações para o Xxxapada Na Tromba para 2021 que é sempre a principal festa nacional de música extrema dentro da sonoridade brutal death/goregrind. Para vós, o que significa fazer parte de um alinhamento de um evento como o Xxxapada?
É a terceira vez que somos convidados para tocar neste festival, e não há duvidas que não há de ser a ultima, nem que seja como público! Isto porque é um festival incrível, com uma organização reconhecidamente trabalhadora e ambiciosa que faz sempre por trazer o que melhor se faz neste domínio do metal, e como tal para nós é sempre , com toda a humildade, um enorme prazer de fazer parte do cartaz e tocar ao lado de grandes bandas e conviver com o pessoal. É um marco obrigatório todos os anos, e seja como banda ou como público, contamos sempre estar presentes.
Sendo que será, provavelmente, um dos primeiros festivais em muito tempo, e como as pessoas também estão ávidas por música, qual é a vossa expectativa tanto para a vossa actuação como para o festival em si?
Fora os receios de um possível cancelamento caso a situação atual não veja melhoria, o que não podemos nem pensar porque ainda falta bastante tempo e o pensamento positivo nesta altura é importante, contamos que seja realmente um regresso aos palcos com bastante impacto para nós, pois finalmente vai nos dar a possibilidade de apresentar o novo trabalho. Embora ainda não saibamos propriamente a reação do público em relação a este novo material ao vivo, clássicos não hão de faltar, e reações positivas são sempre comprovadas nessa secção! (Risos) Isto para não falar da sede sedenta tanto dos músicos para debitar brutalidade nos palcos como da malta para abanar a carola no meio desse caos infligido, o que vai dar uma nova dimensão ao ambiente já por si singular do festival. Para a nossa atuação, pode-se esperar uma descarga maioritariamente de temas novos com alguns êxitos do passado! (Risos) Vai haver festa… Um grande obrigado pela entrevista e por todo o apoio da WOM a Dead Meat Stay brutal…
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