Entrevistas

WOM Interviews – Poli Correia – Especial Lisbon Tattoo Rock

No próximo dia 29 de Novembro e até dia 1 de Dezembro, vai ocorrer na Altice Arena – na Sala Tejo – mais uma edição do Lisbon Tattoo Rock (conferir aqui tudo o que precisam de saber sobre este grande evento) que será imperdível para todos os fãs de tatuagens e, claro, música pesada, dois mundos que estão para sempre ligados. Para provar isso mesmo, apresentamos uma entrevista a Poli Correia, que não só é vocalista dos Devil In Me, Sam Alone e Correia, como também tatuador na Iron Skull e irá marcar presença na Convenção Internacional de Tatuagem de Lisboa. – Entrevista gentilmente cedida pela organização do Lisbon Tatoo Rock.

Como vês esta relação promovida pelo festival entre a tatuagem e o mundo da música? Acreditas que o público sai inteiramente beneficiado?

Do meu ponto de vista, e de um modo geral, acredito que sim. A partir de certa era, a cultura da tattoo começou a estar bem presente no meio musical e sim, o rock foi sem dúvida dos pioneiros a abraçar e ter orgulho em carregar pigmento na pele. Acredito que toda a gente ganha no final do dia, música aliada à tattoo é uma mais valia. Toda a gente ouve e mete determinada música nos seus estúdios para tatuar, independentemente do género musical.

Como consideras o desenvolvimento do universo profissional da tatuagem em Portugal? É importante uma convenção como esta para estabelecer novas relações profissionais e pessoais?

O universo “profissional” da tattoo portuguesa parece estar a caminhar numa boa direção. Eu gosto de convenções, por isso sou suspeito… considero que é bom para estarmos com tatuadores /amigos, partilhar conhecimento e até mesmo para passarmos todos um bom fim de semana rodeados de tattoo e arte relacionada com a mesma.  

Achas que as pessoas estão mais educadas atualmente para o que é, de facto, adotar a tatuagem como um modo de ser e de estar na vida?

Para começar acho que existe uma contra-informação enorme, mas a verdade é que cada vez existe mais gente tatuada. Não sei se as pessoas têm uma melhor noção da tattoo e da forma como a abordam e a carregam no seu dia-a-dia, mas parece-me que o que surgiu foi uma vertente mais apelativa a nível de grafismos para as massas “pop” que, outrora, pouco ou quase nada consideravam a tatuagem nas suas vidas.

A tatuagem sempre esteve conectada mais com a cultura musical underground e de géneros mais “pesados” sonoramente. Achas que ainda hoje é assim ou esse estigma tem vindo a desaparecer?

Desaparecer. Não tem só que ver com a questão “pop” que muitas culturas e movimentos artísticos por vezes acabaram por sofrer – se bem que a tattoo não tem um género musical especifico, a meu ver. De qualquer forma, tenho pena de ver a MTV e figuras de reality shows a usufruirem e a deturparem o conceito da tatuagem. Mas na verdade a tattoo está bem… apenas se abriu uma janela para as massas e, talvez, seja isso que nos faça parecer que tal esteja a acontecer.

Até que ponto ser músico e tatuador ao mesmo tempo potencia ambas as carreiras?

Sou um tatuador que gosta de fazer música e não o oposto. Eu nunca fui muito bom a vender esse “peixe”. Tomei a decisão de tentar ao máximo não misturar as duas, ou seja, nunca usei uma para vender a outra, até porque a tattoo para mim está acima de quase tudo na minha vida. A música foi sempre um hobbie que ganhou alguma relevância na minha vida, mas já tive situações em que tatuei devido ao facto de gostarem da banda em que toco… não vou mentir! Pode sim potenciar a carreira, mas eu nunca o fiz dessa forma. 

Iron Skull Tattoos / Devil In Me / Sam Alone / Correia


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