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WOM Previews – Discharge & Simbiose – D-Beat Fest no RCA Club – 01.0.19!

Aproveitando o regresso dos Discharge ao nosso país (no próximo dia 1 de Março, no RCA Club), que terá honras de abertura com os nossos Simbiose, nada mais relevante do que falar de algo integrante do som de ambas as bandas, com as devidas distâncias de gerações: o d-beat. E o que é o d-beat? a forma mais rápida de explicar, musicalmente, é simplesmente observar o vídeo abaixo, feito por um dos seus criadores.

Teremos que separar no entanto as duas vertentes da sua criação. Apesar da batida em si possa não ter sido exactamente criada pelos Discharge – como o vídeo indica, os The Varukers também usavam aquela batida e a mesma pode ser rastreada até trabalhos anteriores de bandas como BuzzcocksMotörhead e Diamond Head (curiosamente tal é bem audível na cover dos Metallica no início da “Helpless”, eles que incorporaram também influências do punk/hardcore além do heavy metal tradicional) – o termo surgiu precisamente quando se tentava descrever o ritmo de bateria por parte da Terry “Tez” Roberts, baterista da banda britânica.

Independentemente das suas origens, é inegável que a banda britânica e principalmente o influenciador “Hear Nothing See Nothing Say Nothing”, álbum de 1982, marcaram gerações da música pesada e directa ou indirectamente (deixamos isso aberto ao debate) está presente na criação do thrash metal (Metallica, Slayer e Anthrax), do grindcore (Napalm Death e Extreme Noise Terror), do crust (com toda a cena sueca e bandas como Anti Cimex, ou a fornada de bandas britânicas que se seguiram como os incontornáveis Doom).

Podemos dizer que os nossos Simbiose são uma das bandas que pegou na herança do d-beat, assim como também do grindcore e do crust. Mais do que termos a influência musical, há o espírito de protesto e de contestação social. Os Simbiose são o expoente máximo do género em Portugal. Ora cantando em português ora cantando em inglês, a banda não tem papas na língua, chama as coisas pelos nomes enquanto musicalmente é uma das forças mais acutilantes da música extrema nacional. Após a perda traumática de um membro tão influente e querido como Sérgio “Bifes” Curto, a banda continua na sua missão, encontrando em João Lavagantes o sucessor ideal.

Apesar dos Discharge, após “Hear Nothing See Nothing Say Nothing”, tenham passado por uma estranha metamorfose que os levou por caminhos mais glam e mais tarde mais metal, seria no novo milénio que a banda voltaria às suas raízes e “End Of Days”, o último trabalho de originais, lançado em 2016, e que pudemos ouvir em 2016 no Vagos Metal Fest. Num ambiente mais fechado, ideal para a celebração dos seus hinos de protesto, os Discharge, em conjunto com os Simbiose, prometem um festim d-beat, mas mais que isso, uma verdadeira lição de história da música extrema.


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