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WOM Profiles – David Vincent (I Am Morbid)

David Vincent estará sempre ligado aos Morbid Angel, não interessa quanto tempo passe. E não é de admirar que assim seja, já que o baixista, vocalista e produtor esteve presente e foi parte integrante da banda mesmo até antes de fazer parte dela. Como os fãs mais acérrimos dos Morbid Angel deverão saber que David Vincent foi o produtor do infame primeiro álbum da banda de 1986 que acabou por não ser lançado – apenas anos mais tarde e porque existiam uma série de bootlegs do mesmo. Reza a lenda que a principal razão foi porque Mike Browning, baterista e vocalista nos primeiros tempos da banda, se desentendeu com Trey Azagthoth e saiu da banda. O ábum acabou por ser colocado na prateleira e considerado por Trey como apenas uma demo. O que é certo é que o mesmo contém temas que viriam a fazer parte do álbum de estreia, o clássico “Altars Of Madness” e outros temas que seriam aproveitados para o “Blessed Are The Sick” e “Covenant”. Até ao “Formulas Fatal To The Flesh”, que reaproveitou o “Hellspawn” .

Depois de Browning sair, David Vincent assume o papel de vocalista, nuns novos Morbid Angel, substituindo assim Browning na voz e o baixista John Ortega e o primeiro lançamento foi a demo de 1987, “Thy Kingdom Come”. O álbum de estreia (o oficial), foi lançado em 1989, o mítico e já mencionado “Altars Of Madness”, um álbum que seria essencial para a explosão do death metal da Flórida. Mas esse não foi o único marco da música extrema em que David Vincent participou. “World Downfall” dos Terrorizer contou com os seus dotes de baixista e também produtor, tendo estado presente de forma significativa em dois dos maiores lançamentos tanto de 89 de sempre.

Nos próximos anos, os Morbid Angel seriam o seu principal foco e os álbuns “Blessed Are The Sick”, “Covenant” e “Domination”, marcariam a face do death metal para sempre e a sua evolução. E nesse aspecto, “Domination” foi importante e ver como o estilo poderia chegar ao mainstream (dentro de limites, obviamente), catapultando a banda e o género para níveis inauditos de popularidade. A aproveitar o bom momento, seria lançado o álbum ao vivo “Entangled In Chaos”, o testamento para os álbuns seminais lançados desde 1989.

Sem que nada o fizesse prever, o frontman resolve sair da banda para se juntar ao projecto de rock industrial da sua esposa, Genitortures, assumindo a designação de Evil D. Vincent, uma posição que já tinha preenchido de forma breve no início da década. Os Morbid Angel continuariam com Steve Tucker, numa altura em que o death metal voltou ao underground (e em muitos casos, à obscuridade) enquanto Vincent participa em dois álbuns dos Genitorures: “Sin City” de 98 e “Flesh Is The Law” de 2002 – mais tarde ainda viria a gravar também “Blackheart Revolution”.

A surpresa para os fãs deu-se quando Vincent voltou aos Morbid Angel em 2004, em grande parte para fazer concertos de reunião um pouco por todo o mundo. Apenas mais tarde se falaria naquilo que os fãs queriam, um novo álbum, o álbum “I”, quase dez anos depois de de “Heretic” de 2003. O infame “Illud Divinum Insanus” não correspondeu às medidas nem às expectativas de todos os fãs ávidos pelo regresso à glória aos seus anos de ouro. Com influências industriais, o álbum foi universalmente trucidado quer pela crítica, quer pelos fãs. Vincent foi visto como o principal responsável deste desaire embora, em abono da razão, seria difícil acreditar que Trey Azagthoth fosse seguir alguma direcção criativa que não acreditasse também.

A pressão foi demasiada e Trey voltaria a recorrer a Steve Tucker, numa série de eventos algo estranhos, com Vincent a afirmar, quando confrontado com essa notícia, de que ainda estaria na banda. Eventualmente lançaria um comunicado de imprensa a dar conta que tanto ele como Trey tinham diferenças e visões musicais incompatíveis e que cada um iria seguir o seu próprio caminho.

Com Morbid Angel ou não, David Vincent sempre se manteve ocupado, com algumas participações dignas de nota – voz para os Acheron no “Those Who Have Risen”; para os Chaostar no tema “Medea” do álbum “Anonima”; narração no tema “The Forbidden Path Across the Chasm of Self-Realization”, um dos poucos temas que não é instrumental do álbum a solo de Karl Sanders, “Saurian Meditation”; na “Blood Fire War Hate” dos Soulfly no álbum “Conquer” e, claro, o “Hordes Of Zombies”dos Terrorizer onde tocaria baixo. De nota também ter substituído Mr. Lemmy Kilmister nos The Head Cat, projecto rockabilly com membros dos Stray Cats.

Indisposto a deitar a toalha no chão, não só o frontman norte-americano traz aos seus fãs aquilo que eles querem ouvir – os melhores temas dos álbuns clássicos de Morbid Angel através dos I Am Morbid, prato principal do Morbid Fest – como demonstra ainda ter força criativa para estar presente num dos grandes álbuns da música extrema de 2019: “Something Wicked Marches In” com Vltimas, a sua nova banda com Flo Mournier dos Cryptopsy na bateria e Rune Eriksen dos Aura Noir e os “nossos” Earth Electric nas guitarras.

Com isto tudo e como forma de chamado para apreciação dos seus melhores momentos abaixo, só resta deixar a pergunta no ar: “Are You Morbid”?

 

I Am Morbid é a grande atracçã para o Morbid Fest, que  conta já com 20 datas por toda a Europa e terá data única em Portugal.

PREÇOS
Pré-Venda: 25€
No dia: 30€

Bilhetes disponíveis em bol.pt e locais habituais.


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