Report

WOM Report – Equaleft, Pitch Black, Grindead, Spitgod – Bourbon Room, Porto – 12.10.24

Os concertos de Equaleft já são famosos pela maneira como a banda dá tudo em palco e contagia o público com essa atitude; mas quando lançam o seu terceiro longa-duração, “Momentum”, no ano em que comemoram 20 anos de carreira, é todo um outro nível de festa. Convidaram três bandas para fazer parte do cartaz que Telmo Cruz disse parecer “O Primavera Sound do Metal”. O vocalista/guitarrista dos Spitgod mostrou-se assim bem-disposto, e diria ainda que a irmã (a baterista Beatriz Cruz) também estava à venda, quando informou que os temas ali tocados faziam parte do EP “Through Life ‘Till Death”, disponível na banca do merchandise. Para quem gostar de death metal com raízes crust, o duo de Paços de Ferreira deverá ser um nome a manter debaixo de olho, tanto ao vivo como em estúdio, e temas como “Nothing But The Will” e “March Of The Dead” ficarão certamente nos seus ouvidos.

Nascidos das cinzas dos Genocide (cuja verdadeira fénix tinha, curiosamente, tomado forma no sábado anterior para celebrar em grande os 25 anos de “Breaking Point”), os Grindead provaram mais uma vez ter a sua própria identidade dentro do género – mesmo tocando uma cover de “Dissection”. É o traquejo de todos estes anos, não o sucesso de projectos passados, que levou o Bourbon ao rubro com a interpretação esmagadora de “Cut-Throat” ou “Malignant Faith”, retirados de “Culture Decline/Machines Arise”.

E por falar em “machines”, seguiu-se a “thrash killing” dos Pitch Black, que ao fim de quase 30 anos continua bem oleada. Era raro o metahead que não acompanhava as letras de cada música, e entre esses quase nenhum ficava indiferente à agressividade que sempre os caracterizou, independentemente das alterações na formação. “Standards Of Perfection” nunca deixará de ser a minha preferida, pelo que tenho sempre de mencioná-la, mas “Divine Not Human”, “And The Killing Ends”, “Thrash Metal Elite” ou “Disturbing The Peace” foram alguns dos já considerados hinos que deixaram os presentes felizes – muitos deles sem fôlego também.

Mas se estas três bandas aqueceram os ânimos, a subida ao palco dos anfitriões fê-los explodir – para desespero do segurança, que eventualmente desistiu de advertir os stagedivers (até porque o próprio Miguel Inglês acabou por lançar-se para os braços do público…).

Todos os novos temas foram apresentados, intercalados pelos que os fãs já conhecem de trás para a frente. Se bem que muitos já estavam familiarizados com “Momentum”, que estava disponível nas plataformas digitais há uma semana – e em “Here & Now”, Inglês instruiu o público para berrar aquelas duas palavrinhas no refrão e até pareceu ser um clássico de longa data.

“And It Will Thrive”, o primeiro single, foi dedicado a Victor Matos (Web) pelo seu apoio incondicional ao underground nacional, fazendo-o assim prosperar. Mas mais que dedicatórias, convidados especiais é que não podem faltar neste tipo de evento: Paulo Rui (Besta e Redemptus) em “To Step”, conforme versão de estúdio; Marco Fresco (dos extintos Tales For The Unspoken) e Tiago Maglor (antigo guitarrista dos próprios Equaleft) em “Invigorate”; e o também ex-guitarrista Miguel Martins subiu ao palco para tocar os dois últimos temas antes do encore, “Strive” e “Fury”. De realçar que este foi o primeiro concerto do guitarrista original Nuno Veggy desde o seu regresso aos Equaleft, quase dez anos após a sua saída, o que também era motivo de celebração; mas um outro de igual peso era o aniversário de Inglês no domingo, pelo que após a meia-noite, André Matos pôs toda a gente a cantar os parabéns ao carismático vocalista. Não houve bolo, mas os húngaros – guardados numa geleira, para que o chocolate não derretesse! – foram distribuídos como manda a tradição, depois de “We Defy” fechar o concerto mais longo (hora e meia) da carreira dos groovers à data.

Texto e fotos por Renata Lino
Agradecimentos Equaleft


 

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