Report

WOM Report – Falling In Reverse, Hollywood Undead, Sleep Theory @ Sagres Campo Pequeno, Lisboa – 07.11.24

Dia de semana, horários antecipados por meia hora por opção dos Falling In Reverse e um Sagres Campo Pequeno cheio para ver pela primeira vez as três bandas do cartaz, duas delas muito aguardadas mas a primeira também já com expressão suficiente para agarrar o público com a sua actuação. Infelizmente para nós, não nos foi possível apanhar a actuação dos Sleep Theory desde o início mas quando chegámos ao local, encontrámos o espaço já praticamente cheio e o público a vibrar com temas como “Stuck In My Head” e “Another Way”. Se a banda de abertura tem como função aquecer o público, podemos dizer que essa missão foi cumprida na perfeição.

No entanto sentia-se algo especial no ar, uma magia que nem sempre conseguimos presenciar nos muitos espectáculos onde estamos presentes. Algo tornado evidente por coisas como simples como o público cantar entusiasmadamente o refrão de músicas como “Livin’ On A Prayer” dos Bon Jovi. O que viria de seguida era algo bastante diferente, mas a expectativa explodiu assim que se ouviu a intro na forma do tema principal da banda sonora de “O Bom, O Mau E O Vilão” de Ennio Morricone que foi interrompida por “California Dreaming” de forma bombástica. A disposição dos Hollywood Undead é caótica onde todos cantam, excepto pelo baterista. Por vezes os instrumentos, a guitarra e o baixo, iam trocando de mãos e algumas vezes até nem eram convocados, sendo que era a batida e o ritmo às palavras o prato principal.

“Riot”, “Comin’ Hot” e “Ruin My Life” fazem lembrar em como os Beastie Boys foram uma das grandes inspirações para todo o cruzamento entre o rap e o metal. Uma mistura que continua a ter o seu poder e que meteu um Sagres Campo Pequeno crescentemente cheio aos saltos e a sentir o ritmo. Um dos momentos divertidos foi quando chamaram ao palco um fã, o Marco, e onde o mesmo demonstrou talento natural para se juntar à banda. Interessante ver que apesar das diferenças estilísticas, uma curta rendição do clássico de Neil Diamond, “Sweet Caroline”, não diminuiu o entusiasmo e a participação do público a cantar com a banda. O final viria com a já habitual “Undead”, música imagem de marca da banda, que findou uma estreia muito aguardada e memorável para todos os fãs presentes.

A pausa serviu para não só desmontar o palco dos Hollywood Undead como transfigurar o cenário para receber os Falling In Reverse. Uma estreia muito aguardada e que em termos cénicos só tornou com que se tornasse ainda mais inesquecível. Com a “Highway To Hell” dos AC/DC a soar, os ecrãs gigantes acenderam-se para mostrar a banda a sair dos bastidores para aumentar ainda mais a expectativa e levando os fãs imediatamente à loucura. Não sendo algo que se vê pela primeira vez, a forma como é usado é extremamente inteligente e altamente eficaz, diminuindo a distância entre a banda e os seus fãs, algo que viria a ser muito explorado durante todo o concerto.

Início com “Prequel” que funciona quase como intro para “Zombified”, que é quase como que um tema a solo de Ronnie Radke, ele que, queira-se ou não, goste-se ou não, é o centro da banda, é a personagem principal de todos os vídeos (que iam surgindo nos ecrãs gigantes em simultâneo com as músicas quem iam sendo tocadas) e é por quem o público chamou sempre – chegando até numa certa altura a dizer algo como “Ronnie? Então e o resto da banda?” Musicalmente, o som dos Falling In Reverse é bastante variado, o que faz com que o seu espectáculo seja bastante dinâmico. Das divertidas “I’m Not A Vampire”, “The Drug In Me Is You” e “All My Life” até às mais intensas “Losing My Mind”, “Popular Monster” e “Ronald”, era impossível não se ficar empolgado com aquilo que se ouvia, via e sentia.

A pirotecnia foi constante e apenas um dos elementos que tornou este um concerto inesquecível. A reacção do público, a reacção da banda (ou de Ronnie) ao público – dizendo que este era um dos concertos mais memoráveis da sua carreira, o que é algo que se pode repetir todas as noites nas diversas cidades por onde passam, mas que os fãs sentem sempre de uma maneira diferente dos mais cépticos (ou cínicos). “Watch The World Burn” completou o círculo e acabou com intensidade uma estreia que ficará gravada na memória de uma sala completamente cheia, assim como ficaram os corações dos fãs que esperaram anos por poder viver este momento.

Texto por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferreira
Agradecimentos Free Music Events


 

 

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