WOM Report – Henka, Phaser @ República da Música, Lisboa – 04.07.25
Em 2000 os Nightwish participaram no festival da canção da Finlândia, chegaram à final e ganharam em larga escala o voto popular, mas ficaram em penúltimo nos votos do júri acabando por não ir à Eurovisão. Curiosamente uma história semelhante iria acontecer em Portugal 25 anos depois, com Henka e o tema “I Wanna Destroy U”. Mais uma vez vitória nos votos do público, e uma pontuação do júri no sentido oposto a custar a vitória. Esta participação não deixou de ser um sucesso, não só como forma de agitar as águas num meio mainstream bastante conservador, mas funcionou como uma boa forma de divulgar a música da artista portuguesa, sedeada no Reino Unido. É neste seguimento que surgiu a estreia de Henka em Portugal com datas em Lisboa e no Porto.
A abrir a noite em Lisboa, na República da Música, esteve Phaser, DJ e artista multimédia, apresentou o trabalho mais recente “Forever Online”. Música electrónica, cantada na maioria em português, onde se incluíram temas como “Infinito”, “Ou Depois” e o single “O Amor é Breve”. Ao longo do espectáculo foi-se mostrando muito comunicativo e simpático partilhando algumas das histórias sobre os vários temas. O ambiente era intimista, com Phaser sozinho num palco com pouca luz apenas acompanhado pelas imagens projectadas no ecrã e que iam seguindo o ritmo da música.
Chegando a hora, Henka era aguardada por uma plateia bem composta e acolhedora, entrando ao som de “Pedestal”, acompanhada por uma dupla feminina na bateria e guitarra. Seguiu-se “Fading Out” mantendo a energia em alta, e a batida de “The Fear”. Já com o público bem quente, e algum teasing à mistura, chegou a música que toda a gente esperava, “I Wanna Destroy U”, um tema energético, e a música mais pesada de toda a noite que colocou o público a cantar o refrão. Os ânimos serenaram no momento mais calmo da noite com uma bela versão de “Ao Longe o Mar” dos Madredeus, e “The Death of Peace of Mind”. Henka não conseguiu deixar de se emocionar um pouco, depois de agradecer ao público.
Seguiríamos com energia em alta até ao fim da noite com temas como “Burn em All”. “Airies” ou “Hurricane”. Muito interactiva, e irrequieta, Henka foi dominando o palco e puxando pelo público, que se mostrou sempre muito presente, e claramente conhecia o material a ser tocado. Além da postura cativante, o destaque vai para a prestação vocal de Henka, quer nos momentos limpos, quer nos excelentes momentos agressivos que foi tendo, e na facilidade da transição entre os dois.A terminar, um dos grandes destaques da noite, “I’m A God”, que deixou o público a gritar por mais uma música já depois de Henka sair do palco. Não deixou de ser um momento engraçado quando inesperadamente voltou ao palco para cantar as primeiras palavras de “Povo que Lavas no Rio” antes de se despedir de novo. Muito boa esta estreia, que sem dúvida deixou uma óptima imagem não só da cantora mas também dos temas, que se encontram entre as sonoridades do industrial, metal alternativo e gótico, a que Henka deu uma personalidade própria.
Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Filipa Nunes
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