WOM Report – In We Fall, Three Of Me, Impuro @ Hard Club, Porto – 01.03.25
Os In We Fall lançaram o seu álbum de estreia, “Inner Self”, em Dezembro passado (sob a etiqueta da Eclipse Records) e várias datas foram marcadas para apresentá-lo. No Porto, aconteceu no Hard Club, a 1 de Março. A banda de Vila Real convidou outras duas, locais, para completar o cartaz e oferecer ao público uma noite de metal/rock alternativo de classe.
Os ImPURO foram os primeiros a pisar o palco, a contagiar os presentes com a sua desenvoltura – em especial a vocalista Raquel Peleias e o baixista Alexandre Manuel Pinto, que não parecem conhecer a palavra “quieto”. Excepto quando o baixo deixou de ouvir-se; aí Alexandre foi obrigado a parar, mas quando o problema ficou resolvido, dobrou a energia da sua prestação. Ainda não publicaram nada, mas têm um canal no YouTube, com vídeos ao vivo, onde podemos confirmar esta intensidade que descrevo, em temas como “Adamastor”, “Smoke Machine” ou “OVNI de Alfanea” (uma música sobre “um fenómeno estranho que aconteceu na década de noventa”).
Com maior popularidade, seguiram-se os Three Of Me, a promover o seu segundo álbum, “Silence In The Attick”. Eram vários os fãs da banda dos irmãos Dourado, o que permitiu alguma familiaridade, e os pedidos de apoio ao underground soaram mais a ordens, mas de um modo a que todos acharam piada. Ou a última música, que Ricardo disse que só ia tocar porque um amigo tinha (supostamente) acabado de chegar, mas o irmão, o baixista Miguel, apontou para a setlist: “mas já estava ali”. O que nunca é brincadeira é a garra que demonstram, fazendo com que “Sick”, “Deadlock” ou “Ravaging” entrem no ouvido e por lá fiquem.
Ao contrário do que é habitual, os cabeças de cartaz não eram os mais esperados, mas gostei de ver os fãs e amigos das outras bandas ficarem até ao fim e sairem satisfeitos com essa decisão. A agressividade post-grunge sobre uma estrutura melódica mais “velha guarda”, cantada por uma voz cheia de expressividade (Daniel Moreira) e completada por uma segunda (Carlos Carneiro) que lhe dá mais textura, é um resumo vago do que levou a essa satisfação, e temas como “Road To Li(v)e”, “Winter Shades”, a semi-balada “Looking Inside” e a tão actual “Silent War” (lembro que este concerto foi dois dias depois daquele infeliz debate entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky) fazem de “Inner Self” um álbum recomendado – e, consequentemente, dos In We Fall uma banda cujos concertos vale a pena assistir.
É claro que não reinventaram a roda, mas (quase) ninguém anda à procura de novas fórmulas e sim de novas composições, novas variantes de uma mesma fórmula que tanto significa para nós. E podem contar com os In We Fall para isso.
Texto e fotos por Renata Lino
Agradecimentos In We Fall
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