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WOM Report – Rendezvous Point, Temic @ República da Música – 19.03.25

Uma noite de metal progressivo que a República da Música recebeu, com os Rendezvous Point e Temic. Os Temic vinham apresentar “Terror Management Theory”, o primeiro álbum de originais, naquele que era apenas seu quarto concerto. Embora a banda esteja nos primeiros passos como colectivo, estamos perante músicos experientes e de grande qualidade. Na guitarra, Eric Gillette conhecido pela carreira a solo e colaboração na Neal Morse Band, Diego Tejeida teclista que esteve nos Haken durante muitos anos e parte da banda ao vivo de Devin Townsend, Simen Sandnes que passou por Portugal a poucos meses a acompanhar os Evergrey e Fredrik Klemp dos Maraton, a que se juntou recentemente o baixista Miguel Pereira.

Com esta formação seria de esperar uma prestação ao vivo de alto nível, e foi exatamente isso que aconteceu, com “Terror Management Theory” a ser tocado na íntegra. Depois da intro com “TMT”, “Through the Sands of Time” deu início a uma hora de metal progressivo de grande qualidade, bem executado onde a capacidade técnica e o virtuosismo se misturam de forma inteligente com melodias que ficam no ouvido.

O vocalista Fredrik Klemp cedo criou uma ligação com o público e foi sempre muito interactivo, chegando a ir para o meio do público cantar em “Count Your Losses”. Entre os destaques ficaram temas como “Falling Away”, “Skeletons” ou “Once More”, existindo oportunidade para ouvir em estreia ao vivo o tema “Paradigm”. A encerrar a set ficaria “Mothallah”, onde Frederik puxou o público para cantar o refrão, e os presentes na República da Música corresponderam. Desde o primeiro momento, a audiência esteve rendida, e contribuiu para o bom ambiente num concerto que iniciou da melhor forma a noite.

Os Rendezvous Point são um dos nomes mais fortes do Metal Progressivo norueguês e chegaram a Lisboa para a primeira data da tour de apresentação de “Dream Chaser”. A atmosfera densa do início de “Digital Waste” foi criando o ambiente para a entrada da banda em palco, um tema que vai aumentando de intensidade e proporcionou uma abertura de concerto ideal. Logo em seguida, “Utopia” marcou o primeiro contacto com o novo material. Embora “Dream Chaser” fosse o foco principal da setlist, a banda foi mantendo um equilíbrio com material dos dois primeiros álbuns prosseguindo com “Pressure” e “Para”.

Vivia-se um excelente ambiente na República da Música, com uma banda comunicativa pela voz do vocalista Geirmund Hansen, que ia conversando com o público entre músicas e que se mostrou um frontman muito expressivo na interpretação dos vários temas. Ao longo do concerto os Rendezvous Point foram mostrando uma energia crua e pesada aliada a complexidade do progressivo, com temas repletos de momentos em que cada elemento da banda poderia mostrar a sua elevada qualidade técnica.

Entre o novo material destaque para “Fireflies”, a groovy “Oslo Syndrome” e “Don’t Look Up”. A estes juntaram-se temas mais antigos como “Universal Chaos” e “Wasteland” em que Hansen recordou a passagem pelo Comendatio e a forma como o público portugues cantou o coro. O coro do público repetiu-se nesta nova passagem tal como em “Apollo”, mais um ponto alto de um excelente concerto. A noite terminaria com um regresso ao primeiro álbum, com “Mirrors” um tema dominado por um riff pesado, cheio de groove e com um espírito rocker. Uma grande noite de metal progressivo na República da Música, que acabava assim com energia em alta.

Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Filipa Nunes


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