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WOM Report – Skálmöld, Finntroll, Blóðmör @ Gamla Bíó, Reykjavik – 20 e 21.12.19

Os Skálmöld são definitivamente uma das minhas bandas favoritas e das quatro vezes que os vi, foram concertos inesquecíveis. A primeira três foram em Portugal, a abrir para Eluveitie, Omnium Gatherum e Alestorm e em cada uma dessas ocasiões, na minha opinião, as suas performances “roubaram” o espectáculo. Não consigo lembrar-me de outra banda que demonstre tanta felicidade a tocar ao vivo, assim como cuidado para com os seus fãs. Hey e eu pertenço orgulhosamente ao seu clube de fãs oficial Born Loka. Ao saber que a banda ia para uma pausa após celebrar dez anos de carreira e iria agendar um concerto de celebração muito especial na sua cidade natal, Reykjavik, que diabos, tinha de estar presente! A razão para esta pausa é compreensível: estarem a ser constantemente requisitados para digressões longas e com muitos concertos fora do seu país, as vidas profissionais e pessoais são afectadas. Como a banda disse, “Obrigado pela década fantástica. A nossa pequena banda dos tempos livres cresceu até se transformar num monstro gigantesco e agora esse monstro precisa de descansar.”

A data escolhida foi 21 de Dezembro, solstício de Inverno, e o dia mais curto do ano. E como o seu concerto não fosse suficiente, eles juntaram os Finntroll, outra das minhas bandas favoritas, e os Blóðmör, uma jovem banda islandesa de thrash metal extremo. Mas como os concertos deste concerto esgotaram em poucas horas, a banda agendou outro concerto para o dia antes. E, adivinhem lá, esse também esgotou rapidamente, então um terceiro concerto foi agendado para 19 de Dezembro. Tenho de agradecer ao Tómas e Björt do Clube de Fãs, já que sem eles a minha presença não teria sido possível.

Deste modo, no dia 20 de Dezembro, depois de dormir só umas poucas horas, apanhei o primeiro vôo do Aeroporto de Lisboa às cinco da manhã. Depois de algumas horas numa escala em Amesterdão, apanhei o vôo da Icelandair para Reykjavik, completamente cheio. Chegando ao pôr de sol, por volta das três e meia da tarde, o autocarro do aeroporto ao centro de cidade levou duas vezes o tempo normal. Nunca esperei engarrafamentos de tráfego em Reykjavik! Estive na Islândia há dois anos em férias, e desde então lá, o turismo aumentou exponencialmente. A ilha, um dos meus sítios favoritos, tem tantas maravilhas da natureza, portanto seria só uma questão de tempo até haver uma explosão de turismo. Cheguei ao alojamento às cinco e vinte, já completamente noite, apenas para me refrescar, vestir o meu battle vest e ir para o Gamla Bíó, local do concerto. Encontrei e conheci lá vários membros do Born Loka pela primeira vez, irmandade no seu melhor!

No 21, acordo às nove, completamente de noite e decidi fazer um pouco de turismo. Naqueles dias, o nascer do sol era às onze e meia e o pôr de sol foi às três e meia, bastante estranho para um português. Fez frio, aproximadamente zero gruas centígrados mas foi tolerável. E naturalmente neve e gelo, o lago perto da câmara municipal estava congelado, foi até possível andar por cima dele. Depois de tirar algumas fotos, às quatro fui até um encontro do Born Loka no Hard Rock de Reykjavik, mesmo antes de ir para o último concerto. Fui aos concertos do dia 20 e 21. No primeiro dia, colei-me logo à barreira do pit, na primeira linha, no segundo estive na bancada. Como a setlists foi a mesma, esta minha reportagem foca os dois concertos. Mas tenho de destacar uma presença muito especial no último concerto, sentado seis lugares à minha direita: o Presidente da Islândia, Sr. Guðni Thorlacius Jóhannesson. Não há dúvida nenhuma, a Islândia é um país assombroso em todos os aspectos.

Blóðmör é uma interessante nova banda islandesa que toca uma mistura de thrash e punk. Ganharam a batalha das bandas na Islândia em 2019. Eu não gosto de punk e o que tinha ouvido antes  não me cativou. Mas ver este trio ao vivo foi realmente bom, com a sua música rápida e atitude de palco agressiva. Cantado em islandês, algumas partes lembraram-me os Alien Weaponry. Tocaram oito canções, sendo que a última, “Líkþorn”, tem um feeling Skálmöld e foi o meu tema favorito.

Menos de um mês depois de ver Finntroll pela primeira vez no Vikings HRH, aqui estava eu e para uma dose dupla. Agora com uma setlist muito maior, 17 canções que abrangem todos os álbuns, onde o último, “Blodsvept” (2013) e “Nattfödd” (2004), cada um com 5 canções, tiveram as preferências. O concerto começou com “Blodsvept” e praticamente todos os suceessos foram incluídos, desde a midtempo “Nattfödd” midtempo à rápida “Solsagan” ou folk “Slaget Vid Blodsälv”. Naturalmente “Trollhammaren” incluiu-se mesmo antes da última canção “Under Bergets Rot”. Em ambos os concertos, o público participou bastante, mais activo no de dia 20. Os trolls finlandeses são sempre um prazer de ver ao vivo, aliando performances com algum humor e um grande conjunto de canções. Pequena nota – o teclista foi Filipe Muñoz da excelente banda Frosttide.

E finalmente os Skálmöld, vê-los pela primeira vez como cabeças de cartaz. Provavelmente mais de quinhentas pessoas assistiram a cada concerto, claro que a grande maioria eram islandeses mas houve algumas pessoas que vieram de todas as partes do mundo, pelo menos daa França, Alemanha, Ucrânia e Austrália, daquilo que consegui perceber. Só duas bandeiras nacionais estiveram lá, ucraniana e portuguesa.

Assim que as luzes diminuíram, o épico coro de “Heima”, sem instrumentos, começou (primeira canção do primeiro álbum “Baldur”), preparando a entrada de banda e a primeira canção “Árás”, seguida de “Fenrisúlfur”. Por esta altura, o público já estava em êxtase e a apoiar fortemente a banda. Isto viu-se bem na terceira canção, “Narfi”, onde houve um coro espontâneo e épico do público sem qualquer indicação por parte dos membros de banda. Todo o diálogo de Björgvin foi em islandês (ainda não entendia uma palavra da língua) com a exceção de algumas considerações em inglês, depois de “Miðgarðsormur, dedicado aos fãs estrangeiros. Se houver uma banda que exprime a sua alegria ao tocar ao vivo, essa banda é Skálmöld. Todos os membros com um sorriso permanente e cumplicidade entre eles. Contando com as 3 canções no encore, o concerto durou quase durante duas horas, contando um total de 13 canções, se não me engano. Entre todas as canções conhecidas, de todos os álbuns, algumas um pouco menos conhecidos e que nunca ouvi ao vivo foram incluídas, dando assim um bom resumo de uma história de 10 anos brilhantes. A participação pública foi grande, algum mosh e walls of death paredes da morte, especialmente no último dia (talvez um pouco violento).

Depois do último concerto, como é hábito, a banda veio para conversar com os fãs e muitos amigos. Só falei breve mente com eles, muito contente por me terem reconhecido mas a sala estava muito cheia e o meu vôo de regresso era apenas algumas horas depois. Foi uma experiência inesquecível. São momentos como este que me fazem orgulhoso dos meus 40 anos de amor pelo Metal e preencheram-me com alegria. Os concertos foram registados profissionalmente, portanto dentro de alguns meses espero que um  DVD/Blue Ray esteja disponível. Imperdível

Texto e fotos por João Speedy Santos
Agradecimentos Sounds From Apocalypse – texto original em inglês aqui


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