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WOM Report – The Cult, Lys Morke @ Coliseu dos Recreios, Lisboa – 17.07.24

Expectativas muito altas para os fãs portugueses reverem os The Cult, desta feita numa digressão que assinala os quarenta anos da banda, apropriadamente intitulada como “8424“. Sala esgotada há já algum tempo, e depois de também um concerto esgotado no Porto, o Coliseu dos Recreios estava pronto para receber uma das bandas mais influentes e versáteis do rock gótico e hard rock. A primeira parte, contudo, pareceu algo desfasada daquilo que era o prato principal. A catalã Lys Morke subiu ao palco sozinha e de trás da sua bancada onde tinha um portátil, caixa de ritmos e pedais de efeitos de voz seria a companhia para os próximos (pouco mais de) trinta minutos. Numa vertente trip hop, com algum experimentalismo, parece-nos estranha a escolha para abertura de uma banda como os The Cult, dado que estaria melhor inserida para abrir bandas como Massive Attack ou Portishead. Uma voz voz e uma boa veia experimental mas ainda assim, erro de casting.

A ansiedade para ver a banda de Ian Astbury em palco era enorme, e foi aumentando ainda mais conforme a espera que pareceu interminável até que as luzes se apagassem. Foi ao som da “Cavalgada das Valquírias” de Wagner que a escuridão desceu até ao Coliseu e pouco tempo depois já estava o público a vibrar com a “In The Clouds”, o primeiro de dois destaques para o primeiro álbum do milénio da banda, “Beyond Good And Evil”, álbum de regresso para a sua segunda encarnação. “Rise” foi o segundo destaque e ficou provado que é mesmo uma canção subvalorizada no seu catálogo. Com o intuito de passar por grande parte da sua carreira – “Ceremonial” merecia ter tido algum destaque – já se sabia que esta era uma noite de desfilar de clássicos embora não faltasse também a passagem pelo mais recente álbum “Under The Midnight Sun”, com “Mirror”, que se notou também ser desconhecido de grande parte do público, sendo o único anunciado por Ian Astbury.

Por falar no vocalista, foi impressionante a sua prestação em termos vocais e até pela forma energética como se movimentou pelo palco, parecendo um garoto irrequieto incapaz de estar parado. Billy Duffy, esteve também em topo de forma, sacando riffs, leads e solos mágicos. A secção rítmica esteve também sólida com John Tempesta e Charlie Jones, na bateria e baixo respectivamente, apenas a terem folga na rendição acústica da “Edie (Ciao Baby) que foi tocada apenas com Astbury e Duffy. Sucessão de clássicos, público a cantar a maior parte dos temas – como “Sweet Soul Sister”, “Firewoman” e a incontornável “She Sells Sanctuary”, esta última já em regime de encore – e um Ian Astbury bem disposto – que até chamou ao palco um fã para curtir a música, foram os ingredientes uma para um concerto inesquecível. Quarenta anos de carreira cujos pontos altos seriam impossíveis de caber numa só noite.

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Texto por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferreira
Agradecimentos House Of Fun


 

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