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WOM Report – Um Metaleiro Também Chora Fest @ Parque Natural Roda Moinas, Carqueijo – 22.06.19

O dia de 22 de Junho foi o escolhido para ver nascer mais uma iniciativa do nosso underground nacional, com a primeira edição do Um Metaleiro Também Chora Fest que aconteceu no Parque Natural Roda Moinas, um local bastante bonito e com o potencial para festas deste género. A World Of Metal não só era media partner deste evento como também fez questão de marcar presença neste primeiro evento – primeiro de muitos, esperamos.  O cartaz era atractivo e sendo composto por apenas propostas nacionais, revela bem a qualidade que os nossos talentos têm.

Dois minutos até antes da hora e os BAD! das Caldas da Rainha subiram ao palco apostados em trazer a pujança do hardcore para o início oficial das hostilidades. E hostilidade é o termo certo já que esse é o sentimento que impera nos BAD! que comemoram os cinco anos de actividade. Sonoridade bem extrema e raivosa que deixa qualquer público empolgado e sendo esse o objectivo da sua posição no horário, a mesma foi conseguida. A banda ainda partilhou com o público que, se tudo correr como planeado, este ano ainda gravam um álbum. Esperar para ver.

Os Booby Trap já dispensam apresentações. A banda de Aveiro foi uma das pioneiras no nosso país ao que diz respeito ao crossover mas depois mergulhou num hiato que durou quinze anos. A sua segunda vida vê a banda mais determinada que nunca e essa determinação além de passar pelos álbuns de originais passa também pela vida que trazem para as suas actuações bombásticas. No Parque Natural Roda Moinas não foi excepção. Som bem bruto que beneficiaram temas como “Overloaded” e “Survive” mas foi o mais recente trabalho, “Stand Up And Fight” que assumiu o destaque de uma actuação que ainda nos deu uma versão dos Motörhead, “Ace Of Spades”.

Os Infraktor podem não ter uma carreira tão longa como os Booby Trap mas definitivamente que já serão um nome garantido de diversão metálica. Assim que começa a distorção a soar, o público aproximou-se logo do palco para levar com a jarda. E que jarda, grande poder sonoro – aliás, algo que é estendido a todas as restantes bandas e sem dúvida um ponto extremamente positivo. Solos dilacerantes e a brutalidade do thrash metal moderno em temas como “Unleash The Pigs” são representativas de todo o seu poderio. Nunca nos cansamos de os ver e sobretudo de ficar impressionados.

In Vein é também um bom exemplo de poder. A fusão entre o death/thrash e as tendências mais modernas do metal que resulta da abordagem da banda nortenha é também garantia de movimentações em frente ao palco e as mesmas não pararam – muito também graças aos esforços e incitações por parte de António Rocha. “Slaves Of God” é um dos destaques naturais e nesta actuação também pudemos ter um cheirinho do futuro, do segundo álbum que ainda não tem data prevista para ser lançado. Depois de terminada a actuação, o público ainda esperava mais mas não havia nada a fazer, o horário tinha que ser cumprido.

Que os Analepsy são uma das grandes bandas nacionais que está a ter uma boa repercussão lá fora todos sabemos. No entanto, não deixamos de ficar impressionados a cada vez com que os vemos ao vivo. E já foram algumas. A grande novidade desta actuação foi terem actuado com o formato power trio. A ausência de uma guitarra poderá ser sempre problemática quando se está habituado a ter duas mas podemos afirmar que neste caso foi mesmo uma questão mínima. Tecnicamente irrepreensíveis, e sempre malhões na manga (“Engorge Absorption”, “Genetic Mutation” e “Viral Disease” são apenas exemplos que nos deixam desarmados), nem a chuva nem menos uma guitarra impediram que esta fosse uma das actuações chave de todo o festival.

Se há uma banda ideal para suceder a Analepsy com sucesso e também para encerrar um festival, essa banda é sem dúvida Serrabulho. O final do ano passado viu a banda de Vila Real a lançar o seu terceiro álbum, o excelente “Porntugal (Portuguese Vagitarian Gastronomy)” e foi precisamente por aí que começaram o certame, com “Ela Fez-Me Um Grão De Bico”. O álbum é novo, as fardas de serviço também, mas o humor, esse continua desconcertante. Carlos Guerra é um chefe de cerimónias que garantidamente mete qualquer público a mexer e o Metaleiro Também Chora Fest não foi excepção. Aliás, o festival até serviu para rebaptizar um dos clássicos da banda como “Quero Chorar E Não Posso”.

A chuva castigou a sua actuação, com grande parte do público a refugiar-se na secção reservada ao merchandise. No entanto ainda muitos bravos ficaram em frente ao palco. E posteriormente em cima do palco e depois no comboio – actividade física é sempre garantida, Serrabulho style. Aliás, Carlos Guerra diversas vezes também saltou para o meio do público para o circle pit. Mais uma grandiosa apresentação onde a chuva castigou mas não desmoralizou e o fechar com chave de ouro este festival que tanto merece que continue e que cresça porque esta primeira edição foi uma bela festa, num sítio ideal para o efeito. Para o ano estamos lá!

Texto Fernando Ferreira
Fotos Sónia Ferreira
Agradecimentos Um Metaleiro Também Chora Fest


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