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WOM Report – Web, Booby Trap, Hunted Scriptum @ Woodstock 69 Rock Bar, Porto – 08.06.24

“Um parto não de nove meses mas de nove anos”, para usar as palavras do vocalista Fernando Martins, mas “Burden Of Destiny” está finalmente cá fora. O concerto de lançamento teve lugar no Woodstock 69, no Porto, e os Web convidaram os Hunted Scriptum e os Booby Trap para ajudar à festa.

Embora a organização tivesse indicado que os horários seriam cumpridos, os Hunted Scriptum subiram ao palco cerca de meia hora depois do previsto. Ainda assim não estava muita gente para receber a banda de death metal de Braga, o que foi algo ingrato, dada a sua prestação. José Santos bem chamou o público para a frente, e a data altura saltou para o meio dele para começar uma roda de mosh – sem grande sucesso – mas não se deixaram abater pela fraca interacção, interpretando os temas de “Paracusia” como se a sala estivesse lotada com os seus mais devotos fãs. “Melancolia” terminou o concerto, que sendo cantada em português, José disse que deveríamos entender a letra – ao que alguém respondeu que era death metal, ninguém ia perceber na mesma…

Ou pela hora ou pela popularidade, os Booby Trap tiveram um número de pessoas consideravelmente maior a vê-los. A promover o mais recente trabalho de originais, “The End Of Time” (o último, o split “Thrashatlantico” com os brasileiros D.F.C. é uma pequena compilação de temas já editados – uma espécie de best of), o quinteto de Aveiro que o guitarrista Pedro Azevedo definiu sarcasticamente como “a banda de baladas da noite” ofereceu um espectáculo de energia pura, como já é habitual; o crossover que tocam já é propenso a isso, é verdade, mas todos os saltos e correrias com que Pedro Junqueiro (a.k.a. Peter Junker) adorna a sua violência vocal têm o seu peso na marca que a banda deixa nos espectadores, fãs ou não. Infelizmente, uma queda de Pedro Azevedo antecipou o fim do concerto. Não vi o que aconteceu, estava a fotografar o outro lado do palco, só vi o homem no chão, com a guitarra por cima dele, mas penso que terá batido com o joelho algures, daí a gravidade da situação (sei bem do que falo…). Afirmou estar em condições para levar o concerto até ao fim, mas após a cover de Motörhead “Ace Of Spades”, foi Junker que disse que era melhor tocarem só mais uma, “O Bom, O Mau e O Filho da Puta”.

Os Web tiveram uma casa mais compostinha, mas ainda assim não cheia. Mereciam mais, muito mais, mas pessoalmente fiquei aliviada por não tal não ter acontecido – se a sala parecia uma sauna sem a lotação estar esgotada, mais pessoas a contribuir para aquele calor provavelmente teria levado a que me desse uma coisinha má… Espero que o Woodstock possa investir num sistema de ar condicionado num futuro próximo pois é uma sala bastante agradável para este tipo de evento.

Das dez faixas (intro, “They’re Coming”, incluída) que compõem “Burden Of Destiny”, seis foram tocadas entre os clássicos de álbuns anteriores – e a boa disposição que o vocalista/baixista Fernando e o baterista Pedro Soares imprimem na sua performance. A troca de guitarras de Filipe Ferreira e Victor Matos, por exemplo, por uma determinada música exigir uma afinação diferente, mas que Fernando disse ser “para os ricos” exibirem a diversidade de instrumentos, ou a insistência do baterista para que Fernando não se esquecesse de incluir “a malta de Viseu” nos agradecimentos, com o vocalista a afirmar que só o Pedro queria agradecer-lhes, o resto da banda não… Os Web são a prova de que um concerto de thrash metal (embora, na minha humilde opinião, o som deles seja muito mais elaborado que isso) não tem de ser interpretado com olhares assassinos e ar de quem está de mal com o mundo para ser excelente.

Texto e fotos por Renata Lino
Agradecimentos Web


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