WOM Report – Within Temptation, Annisokay, Blind8 @ Sala Tejo – Meo Arena, Lisboa – 25.11.24
Os Within Temptation sempre foram uma banda querida em Portugal. Desde os primórdios de “Mother Earth”, em que nos visitaram pela primeira vez quando estavam a acompanhar os Paradise Lost quase 25 anos atrás (e não por alturas do terceiro álbum, “The Silent Force” como Sharon Den Adel referiu quando agradeceu pelo apoio do público português à banda). E a cada lançamento têm vindo a sustentar um crescimento sólido que nos traz até ao momento presente, onde uma data inicialmente esgotada deu lugar a uma segunda, que acabaria por esgotar também – algo que não é assim tão comum no nosso país, principalmente por uma banda, que apesar do seu apelo comercial, não se pode considerar mainstream.
A Sala Tejo já estava muito bem composta quando os ucranianos Blind8 subiram ao palco. Som moderno, com muita melodia que se sobrepunha ao peso. Apesar da sonoridade genérica, o seu entusiasmo inocente conquistaram grande parte do público presente. No ecrã gigante atrás da banda, tinham um QRcode onde apelava para que, quem quisesse, pudesse fazer donativos de apoio à Ucrânia, conflito que foi tema de foco em mais momentos que se seguiriam durante a noite.
Os Annisokay foram os senhores que se seguiam, tento tocado para uma sala já cheia. Não muito distantes da banda anterior em termos sonoros, os alemães trouxeram um superior sentido de atmosfera, mais peso e uma maior diversidade em termos vocais, com dois vocalistas a fazer o já previsível jogo “voz limpa / voz gutural”. Surpresa na “Like A Parasite” onde houve surgiu Sharon Den Adel para cantar com a banda, num dos melhores momentos do alinhamento a contar com a cover de Linkin Park, “One Step Closer”, cantada em uníssono. Apesar de se terem enganado na primeira música “Throne Of The Sunset”, voltando a ela a partir do primeiro refrão, a recepção e conexão com o público foi o suficiente para a banda garantir que no próximo ano voltaria ao nosso país.
Quando o momento mais aguardado chegou, já a Sala Tejo estava completamente cheia. O entusiasmo foi palpável conforme a intro se fez ouvir e ainda mais quando a banda entrou em palco. Apostada em promover o novo álbum, a banda apostou para os primeiros cinco temas do alinhamento canções de “Bleed Out”, que tanto demonstrou a boa recepção do público às mesmas assim como o poder e peso metálico que a banda trouxe com este disco. A produção e cenário de palco era imponente com um inteligente uso desse mesmo cenário e da enquadramento com os ecrãs gigantes que mostravam sempre animações em vídeo (ou vídeo mesmo) de cada um dos temas tocados.
Sharon Den Adel esteve naturalmente no foco de todas atenções, aproveitando esse foco para diversas vezes, quando se dirigiu ao público, agradecer pelo apoio constante do público português ao longo da carreira, como também apelar à união e ao respeito e aceitação das diferenças de cada um. A Ucrânia também teve em foco, principalmente no dueto com Alex Yarmak na “A Fool’s Parade”, que também serviu para apelar mais uma vez o público para fazer donativos na ajuda da defesa do seu país. Outro momento especial foi a participação de Tarja Turunen, na surpreendente “The Promise” (uma escolha não muito habitual) e “I Feel Immortal” (cover de Tarja). O entusiasmo foi memorável assim como a recepção a estes dois temas assim como à terceira participação, já no encore, na “Paradise (What About Us?)”.
O fim viria com a inevitável “Ice Queen” que foi recebida, mais uma vez, em apoteose que colocou o ponto final numa noite mágica, a primeira de duas esgotadas que foi muito mais do que aquilo que se anteciparia.
N.E. – Infelizmente tivemos problemas técnicos que levaram que grande parte das fotos tiradas fossem perdidas. De coração triste, restou-nos apenas o que se pôde salvar e a memória de um grande concerto.
Texto por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferreira
Agradecimentos Música No Coração
Support World Of Metal
Become a Patron!