WOM Report – Xeque-Mate, Yellow Dog Conspiracy @ Metalpoint, Porto – 19.11.22
A “primeira banda de heavy metal de Portugal” está de volta aos palcos e, para ajudar a celebrar este regresso, convidou uma banda de hard rock com mais experiência do que anos de carreira. Oficialmente formados em 2008, a história dos Yellow Dog Conspiracy remonta aos anos noventa, mas quando o resultado é intemporal, as datas são irrelevantes. Assim que “Hello My Friend” começou tive de olhar para trás – não me tinha apercebido que tantas pessoas tinham chegado entretanto. E, infelizmente, não tinham – não chegava a meia casa, mas a maneira como reagiram logo desde estes primeiros acordes, dava a sensação da lotação estar esgotada. Os Yellow Dog Conspiracy têm uma base de fãs sólida e bastante entusiasta, mas falando por mim, que era a primeira vez que estava a vê-los, é muito fácil deixar-nos levar pelo ritmo pungente e melodias orelhudas do rock que a banda lisboeta oferece. Já não me lembrava de mexer (não sei se “dançar” será o termo certo) o corpo daquela maneira! O alinhamento foi composto quase por todo o primeiro álbum “Confrontation”, mas pudemos ouvir um tema que fará parte do seu sucessor, “Rad (Dumb ‘N’ Blind)” e ainda uma versão brilhante de “Another Brick In The Wall” dos Pink Floyd. “Enough Is Enough” seria a última, mas o público quis mais uma – e que eram mais cinco ou menos cinco minutos no atraso que o evento já levava? “Cocaine To The Vein” encerrou esta “rockalhada” de excelência.
3 de Dezembro é a data para “Não Consigo Manter A Fé”, o tão aguardado novo trabalho de estúdio dos lendários Xeque-Mate, e este regresso à estrada pós-pandemia serviu para ir adiantando o que nos espera. Mas arrancaram com a antiguinha “Ritual” e só então Xico Soares apresentou o tema-título do vindouro álbum, pedindo desculpa em avanço por qualquer erro na performance das músicas novas. Se os houve, ou contornaram-nos com o traquejo que os assiste ou, como só conhecíamos “Quase Esqueci A Tua Cara” – do vídeo que rodava no YouTube há cerca de um mês – não demos conta. Qualquer das hipóteses não fez qualquer diferença para o nível de satisfação do público, que acolheu todas elas com o mesmo fervor com que recordou clássicos como “Escrava Da Noite” ou “Ás Do Volante”. E um dia vamos cantar as letras de “Mais Além” ou “Até Que Esta Voz Me Doa” (pessoalmente, a minha favorita) no mesmo volume. Ou quase: “Filhos Do Metal” será sempre O hino – este novo álbum tem vários temas baseados no que vivemos durante pandemia, e certamente que muitos vão identificar-se com eles, mas “Filhos Do Metal” é um lema de vida eterno.
Texto e fotos por Renata Lino
Agradecimentos Xeque-Mate
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