Review

WOM Review – Evergrey / Hällas / D’Virgilio – Morse – Jennings / Anderes Holz

Evergrey – “A Heartless Portrait: The Orphean Testament”

2022 – Napalm

Os Evergrey têm ganho cada vez mais destaque na cena pesada e tal é com muita justiça. Este “A Heartless Portrait: The Orphean Testament” é um trabalho que justifica isso acontecer e que ainda justifica que o sucesso seja maior. Um equilíbrio entre as sonoridades progressivas com a arte (bem mais difícil do que se pensa) de se fazer grandes temas. O que é bem mais do que dotar a música cheia de ganchos que nos agarram imediatamente mas que depois têm pouco tempo de vida. Aqui é precisamente o contrário. Temos um álbum que pede que lhe dediquemos a devida atenção. Pede, não. Exige. Para ouvir múltiplas vezes e para sentir todas as emoções que as músicas nos trazem seja pela voz de Tom Englund, seja pelos solos de guitarra de Henrik Danhage sendo que, saliento, não são estes os principais atractivos. São as músicas como um todo e todos e cada um dos seus elementos. Grandioso.

9/10
Fernando Ferreira


Hällas – “Isle Of Wisdom”

2022 – Napalm

Parece mentira mas os suecos Hällas só têm três álbuns, a contar com este que nos chega agora, “Isle Of Wisdom”. E parece mentira não só por ser um nome que teve um grande impacto em nós com os seus anteriores trabalhos como o seu som remete-nos para aquelas bandas de rock psicadélico e progressivo obscuras da década de setenta. E sim, encaixa perfeitamente na prateleira retro mas é difícil vê-los como fruto de uma moda (como tantas outras) porque a sua música, tal como os clássicos, é intemporal e sabe tão bem hoje como poderia saber décadas atrás e como vai saber décadas no futuro. Há uma magia orgânica que hoje em dia escasseia (com tudo o que de bom e mau advém daí) e que faz com que seja um álbum ao qual lhe dedicamos, com muito prazer, muitas horas da nossa atenção.

8.5/10
Fernando Ferreira


D’Virgilio / Morse / Jennings – “Troika”

2022 – InsideOut Music

É sempre impressionante constatar a quantidade de música que Neal Morse consegue produzir, nos seus muitos projectos. Este é mais um que nasceu nos tempos de confinamento, quando Morse compôs músicas que achava que pedia mais vozes do que apenas a dele. Convidou o seu ex-parceiro de banda dos Spock’s Beard, Nick D’Virgilio e Ross Jennings dos Haken e estava lançado mais uma colaboração que tem nas harmonias vocais o seu foco principal. Os temas são acústicos mas longe de ser despedidos musicalmente. Muitos pontos em comum com os The Beatles (dos quais são fãs incondicionalmente), onde a simplicidade é um dos segredos para o sucesso. Outro é ter um talento para compôr melodias marcantes.

8.5/10
Fernando Ferreira


Anderes Holz – “Continuo”

2022 – Soulfood

Capa estranha e muitas vezes quando temos uma capa estranha, o som é a condizer. Segundo a descrição o que se tem aqui é krautrock progressivo e até faz sentido esta classificação, embora o krautrock seja apenas uma forma de dizer rock alternativo cantado em alemão. Pelo menos neste caso. Não é um som fácil de ouvir para quem tem pouca paciência mas até mesmo para estes poderão ficar presos como que num loop que se encontram incapazes de o quebrar. Estranho e peculiar mas capaz de satisfazer os desejos de retinque para quem gosta de coisas estranhas.

7/10
Fernando Ferreira


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