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WOM Reviews – Acts Of Tragedy / Sevendust / Autumn Tree / Untitled With Drums / Machines On Blast / All My Memories / Compendium 3: Taurus / Hands Like Houses

WOM Reviews – Acts Of Tragedy / Sevendust / Autumn Tree / Untitled With Drums / Machines On Blast / All My Memories /Compendium 3: Taurus / Hands Like Houses

Acts Of Tragedy – “Acts Of Tragedy”

2020 – Volcano Records

A banda italiana Acts Of Tragedy está de volta após a estreia em 2017 e é um regresso que é fácil de aplaudir. Apesar de se mover pelos campos previsíveis do metalcore, este EP cativa facilmente. A sua energia e raça e a forma como a melodia se impõe no meio do peso são realmente os pontos a assinalar. Mais do que preencher lugares comuns, há uma verdadeira sensação nas músicas, sendo que esta é uma das bandas eleitas num estilo que sofre do excesso de oferta.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sevendust – “Blood & Stone”

2020 – Rise Records

O fazer reviews a tempo inteiro também permite voltarmos ao passado de uma forma que nunca pudemos. Isto parece despropositado ser dito na análise de um álbum novo mas é fácil de explicar. Os Sevendust sempre foram sentidos por mim como a proposta adulta do nu-metal. Longe do tentar seguir a corrente e moda que estava na altura, havia sempre algo diferente na sua música. Apesar disto, nunca tive a oportunidade (e vontade) de conhecer melhor a sua música a fundo. Nada mais justo que faça agora neste álbum, o seu décimo terceiro, um feito sempre assinalável – ainda para mais conservando o alinhamento original em vinte e cinco anos de carreira. Produção poderosa – tirando a questão da compressão que faz-me pessoal mas sei que estou em minoria neste aspecto – melodias e temas marcantes (“What You’ve Become” é um excelente exemplo). Obviamente que teremos que referir a cover de Soundgarden, “The Day I Tried To Live”, um clássico que é muito bem tratado mas que não se afasta muito do original. Este álbum não me converteu em definitivo mas de certeza que fez manter (e aumentar) o respeito que tenho por eles e deixar a resolução de conhecer o que está para trás.

7.5/10
Fernando Ferreira

Autumn Tree – “Autumn Tree”

2020 – Bug Valley Records

Os Autumn Tree vão buscar aquela conjugação perigosa do groove e da sonoridade alternativa com o cheirinho e travo sulista. Perigosa porque é algo que já ouvimos até à exaustão e que acaba por ser quase sempre mais do mesmo. Atenção ao “quase”. Estamos perante a excepção que comprova a regra. O som é poderoso mas há muito valor aqui mais do que uma produção para encher o olho (ou ouvido) sabendo muito bem quais são os botões a tocar. Nesse aspecto, até que as coisas correm um pouco contra a corrente. A produção é forte, certo, mas é demasiado comprimida, o que faz com que a bateria tenha aquele som a querer rebentar pelas costuras – algo que me irrita particularmente. O que vale é que a música é mesmo boa e os lugares comuns são minimizados pelo feeling e boa disposição espalhada. Tanto alternativo como tradicional, esta foi uma boa surpresa.

8/10
Fernando Ferreira

Untitled With Drums – “Hollow”

2020 – Seeing Red Records / Araki Records / Brigante Records / Atypeek Records

Foi na França mais precisamente em Clermont-Ferrand que em 2014 surgiu a banda com o curioso nome de Untitled with Drums, no entanto só este ano a banda conseguiu finalmente lançar o seu álbum de estreia ‘Hollow’. Os Untitled with Drums foram algo precocemente rotulados como uma banda de Noise Rock todavia ‘Hollow’ veio demostrar que as suas sonoridades são bem mais complexas do que parecem. Podemos decompor ‘Hollow’ separando-o relativamente a meio, se nas primeiras quatro faixas é latente o Noise Rock com uma densa camada de Grunge bastante evidente até pelas indesmentíveis similaridades vocais entre de Martin Le Borgne com Gavin Rossdale dos Bush, o tema titulo ‘Hollow’, ‘Stasis’ e particularmente ‘Amazed’ são excelentes exemplos disso mesmo. A partir da quinta música o álbum vai entrando progressivamente numa toada mais emocional e ambiental fazendo sobressair uma vertente da banda onde predomina o Post-Rock culminado na dissonante melancolia de ‘Strangers’, a faixa que encerra o álbum.

7.5/10
Jorge Pereira

Machines On Blast – “Black Market Happiness”

2020 – Edição de Autor

As sonoridade modernas carregam muito estigma, por serem quase sempre algo que vem romper com o tradicional, com mais ou menos valor. Sempre tentei ter a mente aberta de forma a tentar ver sempre elementos em tudo, mesmo naquilo que há partida poderia não me interessar. O melhor é reparar quando algo que à partida é ou soa a moderno, depois de construído não é mais do que algo que já andamos a ouvir a algumas décadas. E não é mau, apenas é irónico reparar que aquela aura de “moderno” não faz muito sentido quando estamos perante em fórmulas bem conhecidas. Os elementos industriais surgem como forma complementar aos riffs simples mas eficazes e os lugares comuns são bastantes sem que isso seja um ponto negativo. É sim uma boa viagem ao passado mais recente.

7/10
Fernando Ferreira

All My Memories – “Umwelt

2018 – Edição de Autor

Facilmente este seria um álbum que se colocaria de parte. Mistura by the book de metalcore com deathcore (sinceramente, sempre me perdi um pouco na diferenciação entre os dois com certas bandas) mas que tem um resultado prático inesperado pelo menos para mim. Breakdowns? Claro, com fartura. Gutural gravíssimo a puxar ao brutal death/slam e o tom modernaço dos arranjos electrónicos. Sim, sim, tudo aquilo que já aprendemos a odiar de tão previsível que é. O que é improvisível é que tenhamos melodias a ficar coladas e que esta mistura aparentemente banal, é afinal (e por acaso) bastante interessante.

7/10 
Fernando Ferreira

V/A – “Compendium 3: Taurus”

2020 – Music-Records

Compilação por parte da Music-Records que reúne temas inéditos de bandas que estão ou estiveram nos últimos anos no seu catálogo. Esse é o único ponto de ligação entre os temas aqui contidos já que a estilisticamente temos do groove/nu metal ao southern rock ou simplesmente rock descomprometido. A coisa funciona bem mas não podemos dizer que tenhamos um conjunto de temas (ou até bandas) que nos marquem e impressionem, tirando os Depraved, cujo álbum “Raped Innocence” já nos passou pelas mãos.

6/10
Fernando Ferreira

Hands Like Houses – “Hands Like Houses”

2020 – UNFD

Este EP auto-intitulado dos Hands Like Houses parece ser mesmo aquilo que se está a precisar no momento que vivemos. Melodias pop, fáceis de entrar e um espírito boa onda e animador. Claro que também poderá irritar quem não gosta nem de contradizer a realidade nem de melodias pop ainda que aliadas a algum peso. Entra facilmente mas também sai da mesma maneira, pelo que este EP não será algo que se conseguirá reter. A capa, todavia, está muito boa.

5.5/10
Fernando Ferreira

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