WOM Reviews – After Lapse / 17 Crash / Höst / Steelwings
After Lapse – “Face The Storm”
2022 – Frontiers Music
Que espantoso álbum que surpreendeu-nos por ter sido lançado pela Frontiers Music – não que a editora italiana não tenha um alto nível de qualidade que possa albergar álbuns como “Face The Storm”. A questão é que por ser uma banda de metal progressivo, estilo que não nos é brindado há já algum tempo entre os muitos lançamentos da Frontieres, acabámos por ser surpreendidos com este conjunto de temas fantástico. Foi o primeiro álbum da carreira da banda e é um início simplesmente fantástico. Metal progressivo sem dúvida, mas também vai muitas vezes para os campos hard rock melódico, cruzamentos estilísticos que só servem para enriquecer a sua música e abrangendo um campo maior, onde a melodia e o peso se conjugam da melhor maneira, principalmente as linhas vocais que são anormalmente memoráveis para um álbum de metal progressivo.
9/10
Fernando Ferreira
17 Crash – “Stamina”
2022 – Rockshots
Quarto álbum mas a mesma clase de sempre. Os 17 Crash são uma máquina de hard rock muito bem oleada e o título não poderia ser mais apropriado, já que estamina é mesmo algo que não lhes falta. Um conjunto coeso de canções que elevam a bons níveis o hard rock, mesmo este um estilo longe de ter a popularidade de anos atrás. Não é tanto a popularidade ou aquele estima de rockstar de antes que os motiva mas simplesmente os grandes temas, excelentes solos e refrões irresistíveis. E por muito que nos queixemos de que precisamos coisas novas, existem aquelas que serão sempre eficazes, não interessa o tempo que passe. Hard rock de qualidade é uma delas.
8.5/10
Fernando Ferreira
Höst – “Nightmares And Goals”
2022 – Edição de Autor
“Nightmares And Goals” é a prova que por vezes um simples rótulo – ainda que mais ou menos justificado – não chega para definir o que estamos perante. Neste caso o rótulo é black metal e não é o suficiente para que se perceba o que contém. Nem sequer o rótulo bem mais ajustado do black metal melódico é o suficiente. Mas este é o caso onde surjo com problemas e nenhumas soluções. Se o início deste álbum aponta claramente nessa direcção – sobretudo graças a melodias fantásticas ao nível das guitarras com leads que nos rementem para a cena sueca de melodia extrema, de At The Gates a Dissection – depois temos uma toada que nos faz pensar em Borknagar nos seus momentos mais atmosféricos, Agalloch e até Anathema com a sequência da instrumental “Spring”, a “No More Lies” e a “As Long As We Don’t Hear” no final do disco a causar alguma confusão e a interrogar-nos até se será a mesma banda, se será o mesmo disco. O trabalho acaba com “Last Song” que recupera algum do peso mas mantém a melodia melancólica. E isto não é necessariamente mau, serve para mostrar como a banda é versátil e tem inúmeras possibilidades ao seu alcance. É pena é que não seja sinónimo a um álbum coeso que apesar de ser inegavelmente bom, tem disposiçõesquase contraditórias.
8/10
Fernando Ferreira
Steelwings – “Still Rising”
2022 – Pure Steel
Algo que tem tanto impacto como a nostalgia é o conceito do “regresso”. Tudo bem, neste caso o regresso dos Steelwings, a curto prazo, não é assim tão esplendoroso, com apenas três anos de intervalo, mas eles continuam a ser aquela banda que lançaram um bom álbum auto-intitulado no final da década de oitenta e desapareceram poucos anos depois. “Still Rising” é então aquela lembrança de que neste tipo de regressos, quando corre bem, a coisa nunca se afasta muito daquilo que ficou para trás. O que é dizer nesta situação, hard’n’heavy, bem musculado ainda que cheio de lugares comuns. Uma espécie de cruzamento entre AC/DC com os momentos mais acessíveis de uns Accept e uns Judas Priest. Não fazendo ferver o sangue, não deixa de trazer bons momentos para quem gosta do estilo com bons riffs, bons refrões e bons temas.
7/10
Fernando Ferreira
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