WOM Reviews – Anatomy of I / Discordance / Thorn / Ubruxum
WOM Reviews – Anatomy of I / Discordance / Thorn / Ubruxum
Anatomy of I – “The Los(t) Angered Session”
2022 – Time To Kill
Depois de uma pausa criativa de 11 anos desde o seu álbum de estreia, os Anatomy of I apresentam a sua dose de death metal bastante próprio no álbum “The Los(t) Angered Session”, um projeto que revela claramente que estes holandeses não têm medo de apostar na inovação. Neste trabalho é nos apresentado um death metal que consegue pescar uma ou outra influência do estilo na sua fase de fundação como que ainda é capaz de acrescentar tanto elementos originais (umas misturas de agudos e graves pouco previsíveis) como também de elementos tipicamente associados a outros subgéneros, como é o caso de umas rifadas de baixo a tomarem o centro do palco. Como se não bastasse, o álbum também tem o aspeto extremamente positivo de não ser simplesmente uma faixa de 53 minutos, mas sim um trabalho de várias faixas onde se notam diferenças bastante pautadas no que diz respeito a ambiente e sonoridades. Por outras palavras, em “The Los(t) Angered Session” conseguem encontrar de tudo um pouco: death metal mais típico, death metal mais experimental, tonalidades épicas e algumas mais serenas; portanto mesmo que não se aprecie tanto uma ou outra faixa, nada nos garante que a próxima não será em cheio na mouche. No final de contas é um álbum de excelente qualidade que envigora o género e que luta contra a monotonia que por vezes assola a nova música de death metal.
8.5/10
Matias Melim
Discordance – “Vertex”
2021 – Buil2Kill
Segundo trabalho dos Discordance que nos dá uma boa lição de como fazer death metal técnico, esquisito e ainda assim audível. Há por aqui qualquer coisa que nos remonta a períodos áureos do estilo ssem termos propriamente grandes déjà vús. “Vertex” é intrincado e complexo mas nunca perde de vista o ponto principal – as canções. Para além do mais, além de conseguir fazer isso também consegue não irritar. Isto porque neste estilo de música tenta-se sempre ir tão além que nem sempre o resultado é amigo dos ouvidos. É uma proposta bastante interessante e à qual se volta facilmente. As dinâmicas são o seu forte e são elas que também nos vão conseguindo cativar facilmente ao longo do álbum que sendo curto também é mais eficaz do que se tentasse ser mais ambicioso e exagerar na sua duração. Boa surpresa.
8.5/10
Fernando Ferreira
Thorn – “Yawning Depths”
2021 – Chaos
Segundo álbum para esta one-man band norte-americana que nos traz, como já devem saber já que o primeiro álbum, “Crawling Worship” teve um bom impacto no underground, death metal cavernoso com laivos de doom metal. Ora bem, aqui o doom metal está quase exclusivamente confinando ao ambiente, sendo que é o death metal que faz a maior parte das despesas e isto em menos de meia hora. É verdade, é um trabalho que é curto e passa num instante e esse é capaz de ser mesmo o seu único problema porque de resto, é death metal sujoe desconfortável como todo o death metal deve ser.
7.5/10
Fernando Ferreira
Ubruxum – “Mucho Bruxismo”
2021 – Edição de Autor
Por muito amante do underground que se seja, certas coisas simplesmente não passarm. O goregrind é um género que no underground se notabilizou – principalmente no início do século – por trazer uma multiplicidade de propostas onde a qualidade não era o factor essencial. Era mais o choque, o mau gosto gráfico (algumas vezes no bom sentido) e o humor (algumas vezes no mau sentido) que eram as suas maiores armas. E o underground continua bem vivo nesse aspecto a avaliar pela estreia discográfica (nos álbuns) por parte deste duo canadiano. Som podre, sem grande brilho e músicas longe de serem marcantes, “Mucho Bruxismo” é um regresso ao (ou pelo menos a esse) passado que não deixa boas memórias. Produção caseira, ideias sem grande impacto e no final um álbum que passamos bem sem.
3/10
Fernando Ferreira