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WOM Reviews – Barishi / Neck Of The Woods / Darius / Moura / Turpentine Valley / Arabs In Aspic / Myth Of I / Trellis

WOM Reviews – Barishi / Neck Of The Woods / Darius / Moura / Turpentine Valley / Arabs In Aspic / Myth Of I / Trellis

Barishi – “Old Smoke”

2020 – Season Of Mist

Inesperadamente, para alguns talvez, os Barishi rebentam com tudo com “Old Smoke”. Literalmente. No entanto, não quer isto dizer que é um trabalho que nos apaixone à primeira audição. Não, longe disso. É exigente e até um bocado caprichoso. Embra nos traga, na maior parte da duração, uma agressão própria de metal extremo, tem ao mesmo tempo alguns pontos em comum com as estruturas mais desafiantes do metal progressivo. Até nas suas faixas mais curtas. E nada vem ao acaso. Quer o alinhamento, quer a diferença abismal entre a duração de algumas faixas. Tudo faz sentido neste contexto. Chamar “Old Smoke” de progressivo não me faz sentido, já que o sludge, na minha opinião está aqui tão presente em lugar medida. Sludge progressivo? Porque não? Seja o que for, é um disco ao qual DEVEM dedicar umas boas audições antes de se decidirem pela sua avaliação. E não se esqueçam, o que custa é sempre a primeira audição.

9/10
Fernando Ferreira

Neck Of The Woods – “The Annex Of Ire”

2020 – Pelagic Records

O quinteto canadiano traz-nos, neste ano de 2020, o seu segundo álbum de originais com um disco mais personalizado e repensado. “The Annex Of Ire” evolui face à estreia de 2017, “The Passenger”. Certamente, uma mudança inteligente do metalcore comum que se ouvia anteriormente. Desta feita, mais evoluídos, o grupo debruçou-se sobre vários géneros sendo difícil classificar este álbum e esta banda, neste momento. Uma amálgama entre metal progressivo, metalcore, metal progressivo extremo, tech/death metal, tudo isto num só. Sendo uma banda que mantém uma imagem muito extrema, a realidade é que os Neck Of The Woods evoluíram muito, apresentando uma panóplia de estilos que mostram um amadurecimento significativo.

8/10
João Braga

Darius – “Voir”

2020 – Hummus Records

Os Darius trazem-nos música instrumental de qualidade superior. Podemos falar de pós-rock ou até pós-metal (como é sugerido por alguns momentos da “Poppy”) mas nem é algo que esteja muito presente, esse peso do rótulo. O que fica é um disco que pega no ouvinte e o transporta numa viagem por diversos estados de reflexão. Um disco que serve como banda sonora perfeita para os dias em que vivemos de reclusão social. E reclusão social não é aquilo que gostamos de fazer mais com boa música? Estarmos sós, no nosso próprio mundo com música que nos diz aquilo mesmo que precisamos de ouvir?

9/10
Fernando Ferreira

Moura – “Moura”

2020 – Spinda Records

Os Moura são espanhóis e chegam a este álbum de estreia em grande. Quatro temas e quatro longas viagens pelos recantos mais exóticos da psique humana. Juntando-se a esse cheirinho psicadélico que abunda por aqui, temos ainda um adorável sabor folk que até nos diz respeito. A banda é espanhola, mas é de Galiza (o que é quase dizer que é portuguesa por afinidade) e isso sente-se em muitos momentos deste disco, principalmente na última “Ronda Das Mafarricas”. Um pequeno grande tesouro, recomendado para quem gosta de viagens psicadélicas para um outro mundo.

9/10
Fernando Ferreira

Turpentine Valley – “Etch”

2019 – Dunk! Records 

Sei que já disse isto mas não deixo de ficar esmagado com a quantidade de trabalhos que continuamos a conhecer e aos quais não conseguimos chegar no ano passado. Trabalhos excelentes como este álbum de estreia dos Turpentine Valley que nos trazem a ambiência do pós rock, misturado com o peso do pós metal. Nada de novo poderão dizer e sim, concordo. Nada de novo, no entanto não invalida a sua qualidade, com estes sete temas que até sabem a pouco. Boa banda que recomendamos que conheçam.

9/10
Fernando Ferreira

Arabs In Aspic – “Madness And Magic”

2020 – Karisma Records

Não é surpresa nenhuma aquilo que os Arabs In Aspic apresentam. Ao sétimo álbum, já sabemos muito bem aquilo que a banda norueguesa nos vai trazer. Rock progressivo de acordo com os pergaminhos deixados por Pink Floyd, Genesis e Yes, com espaço suficiente para deixar surgir uma personalidade própria que por esta altura está mai que estabelecida. Não sendo um campo do rock progressivo propriamente popular, não deixa de apelar a todos os fãs da década setenta e principalmente daquela aura que os álbuns das bandas atrás citadas (e outras como Camel) suscitam. Uma classe muito própria que não está ao alcance de todos. Só o épico “Heaven In Your Eye” vale pelo disco todo.

8.5/10 
Fernando Ferreira

Myth Of I – “Myth Of I”

2020 – The Artisan Era

Myth of I é um projecto proveniente da Berklee College of Music (dos E.U.A.), considero o som deles Metal progressivo e experimental. Som instrumental, bem elaborado, com excelente trabalho de teclas e guitarra, sem dúvida bastante melódico. Sendo apenas instrumental e não existindo um vocalista, os temas são construídos de forma inteligente e complementam-se entre eles, sendo este um bom projecto para se ouvir num ambiente mais calmo e relaxante. Recomendo a fãs de Yngwie Malmsteen e Liquid Tension Experiment.

8.5/10
Nídia Almeida

Trellis – “Firesky”

2020 – Edição De Autor

Trellis é um projecto que nasceu nos E.U.A. de rock progressivo, mais melódico que não me fascinou muito a nível da melodia vocal. Já o instrumental é bem concebido, com solos longos, uma bateria calma e suave que ajudam a que os temas apesar de extensos e complexos, sejam bem conseguidos. Em “Firesky” podemos dar destaque aos temas “ No Place to Hide “ e a tema-título. Recomendo vivamente a fãs de Pink Floyd e, de certa forma, The Doors.

7/10
Nídia Almeida

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