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WOM Reviews – Behind The RedGiant / Animals As Leaders / James LaBrie / Xavier Boscher

Behind The RedGiant – “How Far Is Far Away”

2022 – Edição de Autor

Excelente surpresa esta banda nacional que toca um rock/metal instrumental bem dinâmico e bem interessante. “How Far Is Far Away?” poderá ser uma pergunta bastante filosófica, talvez até demais para ser respondida com um álbum instrumental (exceptuando a bela peça final que tem um breve spoken word) e provavelmente o intuito não seja bem esse de trazer respostas e sim de fazer perguntas. Apesar do tom directo das suas composições, há muito desse poder filosófico de fazer recolher o ouvinte até ao seu próprio íntimo e de ficar por lá confrontado com coisas que nem sabiam que existiam. Apesar de todos os níveis técnicos estarem elevadíssimos, não temos o exibicionismo à flor da pele (e nem seria mau se assim fosse). As músicas são verdadeiras canções onde a melodia tem sempre um papel primordial e marcante, tanto quanto seria caso tivesse uma voz. Sem dúvida que este é um projecto que urge descobrir e sobretudo sentir. Não traz respostas mas apenas as melhores perguntas, daquelas que não nos largam.

9/10
Fernando Ferreira


Animals As Leaders – “Parrhesia”

2022 – Sumerian

Os Animals As Leaders foram uma das bandas que vestiram a camisola das potencialidades do metal moderno e levaram a um novo extremo. Quando os tiques do djent, da música matemática, se espalharam um pouco por todo o lado, a banda foi das poucas que conseguiu não só inovar como também não se perder a sensação de que ainda estavamos a falar de música e não da junção de lugares comuns, tendo em vista aquilo que o público procurava. Mais de uma década depois e ao quinto álbum (o primeiro em seis anos), seria de esperar uma inovação tal como aquela que apresentaram no seu álbum auto-intitulado de 2009? Não, de todo, no entanto “Parrhesia”não soa a mais um trabalho e foca-se sobretudo no efeito cool das suas composições e na forma como consegue dar-nos sempre uma sensação de ambiência enquanto os seus malabarismos, que continuam presentes, soam-nos de forma cada vez mais natural. Os mestres estão de volta, sem grandes surpresasa

8.5/10
Fernando Ferreira


James LaBrie – “Beautiful Shade Of Grey”

2022 – InsideOut Music

Sendo um ferveroso fã de Dream Theater e crescente crítico dos mesmos, devo dizer que as minhas expectativas para este trabalho eram baixas. Principalmente por sentir alguma cansaço em relação à evolução da voz de James ao vivo. “Beautiful Shade Of Grey” é uma bela surpresa nesse sentido. E não, não muda nada em relação à forma como vejo e sinto os Dream Theater actualmente. Simplesmente é um bom disco de rock progressivo onde a voz de LaBrie é usada da melhor forma e consegue elevar os temas até a um patamar superior. Descontraído mas cheio de bons momentos, este é um álbum que nos mostra o vocalista canadiano como já tinha saudades de o ouvir.

8/10
Fernando Ferreira


Xavier Boscher – “Cosmic Variations”

2022 – Edição de Autor

“Cosmic Variations” é um daqueles álbuns que se foca na conversação de uma aventura idealizada em música. O seu único criador, Xavier Boscher, é um músico francês associado à cena do rock progressivo e neste trabalho traz-nos uma viagem onde o guia é a guitarra juntamente com o apoio da bateria. Como já é costume nestes trabalhos, esta review não será muito longa, já que a componente de autointerpretação é forte nestes géneros “desvocalizados”. Em termos objetivos, o álbum é composto com uma sonoridade de tons alegres e/ou nostálgicos (notei este último mais em Reticulum) em mente, e isto verifica-se até nos seus momentos mais acelerados onde Boscher mostra a sua habilidade na guitarra. A sensação de viagem narrativa é bastante sentida com a evolução das faixas assim como através das faixas de um minuto (“Echo”) que separam cada faixa principal, conferindo mais um grau de interpretação para quem se quiser debruçar sobre o “sentido do álbum” – algo que parece conforme, já este álbum é claramente uma viragem mais para arte tradicional do que para aquela arte dos campos mais pesados da música (aliás, o próprio músico que o fez também é pintor e poeta, portanto…). Em suma, é um trabalho artístico bonito de apreciar e pretende ser interpretado subjetivamente por cada um.

7.5/10
Matias Melim


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