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WOM Reviews – Bendida / SepticFlesh / Mercury Circle / Rope Sect / The Vice / Nite / En-Stigma /Silenced Minstrel

WOM Reviews – Bendida / SepticFlesh / Mercury Circle / Rope Sect / The Vice / Nite / En-Stigma /Silenced Minstrel

Bendida – “First Of The Heroes”

2020 – Psychosounds Music

Segundo álbum de originais dos búlgaros Bendida. Sim, é um nome estranho, ainda mais estranho é verificarmos que na capa temos um guerreiro arraçado de escocês, pronto para a batalha e a sonoridade ser um metal sinfónico cheio de classe e virtuosismo neo-clássico. O termo opera metal já é bastante batido (e nunca foi propriamente feliz) mas aqui até que encaixa bem. Um trabalho que apela mais à sensibilidade do que à selvajaria e é de uma qualidade surpreendente.

9/10
Fernando Ferreira

SepticFlesh – “Infernus Sinfonica MMXIX”

2020 – Season Of Mist

Por muito que toda a questão (moda?) sinfónica possa nos ter deixado enjoados, há certas bandas em que a coisa é mais que apetecível. Nomeadamente nas sonoridades mais extremas. Os gregos SepticFlesh estão sem dúvida no topo da lista e este “Indernos Sinfonica MMIX” não desilude de maneira nenhuma. O foco está nos trabalhos registados na segunda vida da banda (ou seja, depois de 2007) quando eles voltaram com uma garra acrescida – pegando naquilo que tinha sido feito em 2003, com o “Sumerian Daemons”. Essa fusão de mundos resultou de forma especialmente dramática e até cinematográfica. A essência das músicas não mudou, quando muito foi amplificada pelo bom gosto da intervenção sinfónica – diga-se de passagem que em muitos temas, esse trabalho já estava meio feito. Gostava de ouvir algumas coisas do “Έσοπτρον” por aqui, mas como está é já material suficiente para ser um dos melhores álbuns ao vivo de 2020.

9/10
Fernando Ferreira

Mercury Circle – “The Dawn Of Vitriol”

2020 – Noble Demon / The Vinyl Division

Podem dizer que a última coisa que iríamos precisar neste momento é de um som depressivo, mas isso só poderá ser dito antes de de ouvirem este “The Dawn Of Vitriol”. Depressivo mas não propriamente doom. Não no sentido tradicional. Electrónico (de vez em quando) mas não propriamente industrial. Esta nova aventura de Jaani Peuhu (dos Swallow The Sun e Iconcrash) é surpreendente, tanto quanto é viciante. E dá-nos vontade até de mergulhar na depressão. O sol também deprime. Principalmente quando se está em casa.

8.5/10
Fernando Ferreira

Rope Sect – “The Great Flood”

2020 – Iron Bonehead Productions

Este até é um trabalho estranho de encontrarmos no catálogo da Iron Bonehead Productions. Isto por estamos perante uma sonoridade deathrock – que no fundo soa a uma espécie de pós-punk com tomates. Um teor hipnótico que vai-se instalando aos poucos, sem nos deixar qualquer hipótese. Não será por acaso a presença quer na voz quer nas letras (em dois temas) de Mat McNerney dos Grave Pleasures que apadrinha desta forma a estreia dos Rope Sect. Um primeiro longa-duração promissor e de qualidade surpreendente.

8.5/10
Fernando Ferreira

The Vice – “White Teeth Rebellion”

2020 – Edição de Autor

Sem querer diminuir o impacto da música dos The Vice mas assim que comecei a ouvir este “White Teeth Rebellion”, a primeira coisa pensei foi em Tribulation. Os ambiente decandentes do pós-punk com a voz abrasiva de um black’n’roll, que resultam de forma bastante distinta. É o tal je ne sais quoi, aliás, tal como os próprios Tribulation, eterna referência. Mas são mais que uma cópia, são mais do que bastante influenciados. The Vice traz-nos música que tem de ser apreciada calmamente. Absorvida. E depois desse processo é que começa a fazer efeito, obrigando a repetir a dose.

8.5/10
Fernando Ferreira

Nite – “Darkness Silence Mirror Flame”

2020 – Sentient Ruin Laboratories

Lançamento em cassete deste surpreendente álbum de estreia dos norte-americanos Nite. Na sua base, o que temos é heavy metal mais ou menos tradicional com repentes de rock gótico, a fazer lembrar os Tribulation, e com uma voz extrema (ideal para o black metal) por cima. Não é nada de novo mas que não deixa de soar refrescante. O facto de estar entre dois mundos provoca sempre divisão. Os fãs de heavy metal não vão propriamente gostar da voz e os de black e death não vão ficar impressionados pela melodia das guitarras. Para quem aprecia o quadro geral, há momentos muito bons mas também a percepção de que faltam músicas que marquem definitivamente. Sendo o primeiro álbum e a qualidade acima da média, acreditamos que seja um trabalho em progresso.

7.5/10 
Fernando Ferreira

En-Stigma – “Reforming The Universe”

2020 – Edição de Autor

Consta que a banda se designa como Galactic Progressive Metal. Parece demasiado pomposo, não é? Na prática, o que se tem é uma espécie de gothic metal com laivos de death melódico, com boa qualidade, note-se. Este projecto viu a luz do dia graças a bastante persistência para superar as dificuldades económicas. Tivemos acesso a alguns  temas instrumentais e é notória a forma como estes se sustentam, e como fazem com que se queira conferir os mesmos com a voz. Longe de ser imediato, tem pontos de interesse para quem gosta do seu metal melódico e sinfónico.

7/10
Fernando Ferreira

Silenced Minstrel – “Volume IV”

2020 – Edição de Autor

Existem logo vários avisos que estamos perante um projecto humilde. E por muito trve que se seja, os olhos também comem. E bem. Mesmo que não comessem, comem os ouvidos. Este quarto álbum da one-man band Silenced Minstrel é uma fusão entre black e death metal que não se revela particularmente interessante. É na realidade bem aborrecida, com as músicas a não terem grande variação de faixa para faixa. Há boas ideias mas fazia falta repensar este projecto de forma a que os resultados não ficassem tão aquém.

4/10
Fernando Ferreira

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