Review

WOM Reviews – Bhleg / Urn / Vortex of End / Hornwood Fell / Ehlder / Eternal Abyss / Vordr / Nordkväde

Bhleg – “Äril”

2019 – Nordvis Produktion

Que grande EP. Três temas, longos e interligados que fazem com que pareça um único com quase meia hora. Os suecos Bhleg são um duo que fazem black metal com paixão mas também com alguma melodia e ritualismo. Ideal para nos perdermos dentro de nós próprios. A banda já nos tinha trazido o split com Nechochwen mas este EP é realmente muito bom. Mais que recomendado, obrigatório.

Nota 9.5/10
Review por Fernando Ferreira


Urn – “Iron Will Power”


2019 – Season Of Mist Underground Activities

Os Urn são uma banda finladesa fundada em 1993 que, após o lançamento de 4 álbuns desde 2001, apresenta agora o 5º : Iron Will of Power. O estilo que a banda apresenta neste mais recente lançamento, é um de fusão entre thrash e black metal, sendo que por vezes é o primeiro com uns toques do segundo e por outras, o inverso. Enquanto que a parte do black metal acaba por residir mais no vocal (letras incluídas), os elementos thrash surgem mais associados ao trabalho de guitarra e de bateria. Por tanto, o que vos será apresentado neste álbum é aquele som mais rústico e seco do thrash, com algumas alternâncias com solos e riffs mais típicos do black metal, em conjunto com temáticas satânicas cantadas por uma voz que na sua maioria costuma ser bastante demoníaca (nos outros momentos rouca ao estilo de thrash). O álbum em si é bom, tem bons ritmos, a maioria deles rápidos, que de facto dão sempre mais ênfase ao tradicional do metal; os solos também são bastante atrativos nas suas diversas naturezas que acabam por se centrar ambas num certo sentido de “épico”. É também importante destacar o facto de que o álbum funciona num nivel crescente de intrinsidade, na medida em que o seu som torna-se mais complexo e único ao longo das faixas, atigindo o pico entre a 7ª e 8ª faixa. Este é um daqueles álbuns que apesar da sua evidente qualidade, pode não ser considerado como “nada por ali além”, contudo é um álbum que deve definir o baseline ou status quo daquilo que é o metal na atualidade, neste caso: virtuoso, bruto, rápido, nunca repititivo e, como os menos entendidos dirão, não só barulho.

Nota 8/10
Review por Matias Melim


Vortex of End – “Ardens Fvror”


2019 – Osmose Productions

O novo álbum dos Vortex of End, apelidado “Ardens Fvror” não poderia ser melhor categorizado do que na gigante gaveta que é o Blackened Death Metal. Com extrema habilidade os parisienses juntaram o poder explosivo dos vocais e riffs do Black Old School com a técnica “groovy” do Death, tudo numa mistura limpa, com graves poderosos e um instrumental que transpira brio.
“Ardens Fvror” está construído num subtil crescendo, em que a banda, a cada faixa, puxa mais violentamente o ouvinte para as profundezas do seu universo, construindo uma dinâmica única, em que os músicos vão mostrando, aos poucos, diversos espaços deste mundo. Todas as faixas são interpretadas sem a mínima falha, com uma precisão extrema de rivalizar qualquer autómato. A bateria soa como armas automáticas, num fogo constante e incessante que propulsiona as guitarras e o baixo a uma velocidade além luz.

A banda leva o ouvinte de imensas planícies demoníacas a mínimas celas de tortura, construindo um álbum que se mantém em constante movimento, o qual se traduz bem nos vocais, que de tão dinâmicos e variados só poderiam ser descritos pela expressão “timbre camaleónico”. Do típico Scream desesperado de Black, ao Growl grave das profundezas e a algumas passagens limpas, as vozes comandam o ritual, acompanhando o ouvinte em passo ritmado até uma caverna nas profundezas da terra, para aí acordar um qualquer deus antigo da destruição.
Aconselhado tanto para fãs de Black como de Death, mas, principalmente, para metalheads que gostem de uma história musical, um épico sobre uma viagem de que não se sabe destino. Mais uma vez, os Franceses surpreendem.

Nota 9/10
Review por João Freitas


Hornwood Fell – “Damno Lumina Nocte”

2019 – Third-I-Rex

Hornwood Feel não é a tradicional banda de black metal, algo que têm vindo a provar, álbum após álbum – este é já o quarto. É certo que existem aqui alguns lugares comuns – como os temas todos com o mesmo título (“Vulnera”) e apenas distinguidos por números e parte  – no entanto, aquilo que os distingue é mesmo a sua mestria em criar ambientes que nos causam desconforto. Seja através de algum minimalismo (como aquele usado nos primeiros minutos do primeiro tema, instrumental de quase sete minutos), seja através das dissonâncias ou soluções de linhas de voz pouco habituais. Vou ser sincero, as dissonâncias são coisas que nem sempre me entram, mas neste caso, e apesar do desconforto assumido, estes temas estão construídos de uma forma em que todo o conceito de canção acaba por perder o seu peso. Para desconstruir e voltar a construir a cada audição.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Ehlder – “Nordabetraktelse”

2019 – Nordvis Produktion

Começar qualquer análise crítica com “mais uma…” é sempre sinal de que vem aí caca. Não é necessariamente uma lei e até mesmo as leis devem ser contrariadas, principalmente se tivermos em conta que mais este álbum por parte de mais uma one-man band que toca black metal a atirar ao épico. Nada de novo, nada de desafiante, no entanto, algo muito bem feito. Os temas são maioritariamente longos e com mudanças e dinâmicas na sua estrtura que nos mantém interessados, além de ter também o dedo para certar nas melodias, sem deixar de soar bem cru, como aliás pertence a este tipo de black metal. Uma boa estreia e surpresa.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Eternal Abyss – “Doomed To Eternal Abyss”

2019 – War Productions

Primeiro álbum da one-man band Eternal Abyss com origem do Paraguai. Talvez não seja imediatamente o país quando pensamos em black metal mas este é um daqueles que nos fazem recuar uns anos, até ao final da década de noventa e inícios do novo século, quando o underground fervilhava um pouco por todo o lado e quando as influências escandinavas se espalharam um pouco por todo o lado. Equilibrado na forma como conjuga os momentos compassados com os mais uptempo, sendo que é neste jogo que acaba por triunfar. Estreia valorosa e a mostrar que o mercado sul-americano de black metal está bem diferente daquilo que era.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Vordr – “Vordr”

2019 – Terratur Possessions

Black metal finlandês como se tivesse sido resgatado das entranhas da década de noventa. A novidade, que não é bem novidade, é a forma como nos surje, com temas curtos, raramente a ultrapassar a marca dos três minutos, e quase com um feeling punk. Acaba por ser refrescante, embora quinze faixas, provavelmente seja um pouco excessivo devido ao carácter unidimensional dos temas, mesmo que no final tenhamos apenas trinta e cinco minutos. Seja como for e no que ao black metal diz respeito, é um bom álbum por parte de uma banda que não desilude.

Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira


Nordkväde – “Visdom & Makt”

2019 – Naturmacht Productions

Já há algum tempo que não nos passava nada da Naturmacht pelos ouvidos. Os Nordkväde são um duo sueco de black metal que têm uma abordagem (na sua maioria) midtempo ao género, quase black’n’roll, que nos soa um pouco déjà vú. Aliás, essa abordagem acaba por ser o calcanhar de Aquiles de todo o álbum que não tem o punch necessário para nos deixar derreados como aquilo que esperávamos exceptuando por uma faixa ou outra mais tradicional – como a “Troll”, estreia interessante mas ficámos com dúvidas que apenas um segundo álbum poderá desfazer.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


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