WOM Reviews – Blood Incantation / Ottone Pesante / Schäfer / Theigns & Thralls
Blood Incantation – “Timewave Zero”
2022 – Century Media
A banda considera isto como um EP mas é dos poucos casos em que vou ter que puxar dos galões e dizer “I don’t care”! Para mim este é um dos melhores álbuns ambient de sempre. Ou synthwave ou seja o que for. E isto não é tão surpreendente quanto isso, não fosse o facto de estarmos perante uma das grandes bandas de death metal. Se pensam que lançar agora um EP (álbum!) ambient ou synthwave ou “óreva”, vai mudar alguma coisa na forma como os vemos ou se ficamos a considerar que a banda está perdida, podem ficar completamente desenganados porque só faz crescer a admiração que temos por eles. Dois temas que no total ocupa quarenta minutos do nosso tempo, “Timewave Zero” é uma viagem maravilhosa e relaxante pelo plano astral e que encaixa perfeitamente no conceito extra-terrestre da banda. Até porque nada terrestre poderia soar assim tão bem. Fantástico!
10/10
Fernando Ferreira
Ottone Pesante – “…And The Black Bells Rang”
2022 – Aural Music
Brass Metal, só faltava mesmo este subgénero, não é verdade? Não será uma novidade para quem apanhou o álbum “DoomooD” e ficou naturalmente encantado mas quem não o apanhou, tem aqui neste EP quatro temas que são um aperitivo fantástico para a sonoridade peculiar que trazem. Como já devem ter concluído pelo “brass metal”, os instrumentos principais são de sopro – trombones, trompetes, tuba e fliscorne – onde se junta a bateria e o resultado tem laivos de atmosfera creepy bem metal como jazzy. Não chega a vinte minutos mas é o suficiente para se ficar logo completamente apanhado.
9/10
Fernando Ferreira
Schäfer – “Mosaik”
2022 – Acoustic Motion Concepts
Trabalho a solo de Lucas Schäfer, músico alemão que entrou pela música ambient e electrónica depois de se ter aventurado pelo mundo da percussão e bateria. Aquando da pandemia, o compositor pretendia criar mosaicos sonoros tendo em vista um som que pudesse depois ser reproduzido e manipulado de forma a criar uma tapeçaria final de sons tendo em vista como o espaço para essa reprodução uma igreja – John XXIII em Colónia, cidade de origem do músico. O que temos aqui são duas novas faixas, duas interpretações novas do mesmo conceito, registadas precisamente nesse espaço e o resultado é assombroso. Vai mais longe que o álbum editado no ano passado “Mosaik 127” é uma bela (e relaxante) experiência em ambient. Fantasmagórico e minimalista, tal como se deseja.
8.5/10
Fernando Ferreira
Theigns & Thralls – “Theigns & Thralls”
2022 – Rockshots
Primeiro álbum de um projecto que cresceu de forma orgânica. Os Theigns & Thralls partiram do desejo de Kevin Ridley (dos Skyclad) ter uma banda com a qual pudesse tocar músicas dos Skyclad assim como também das suas canções a solo de forma a preencher buracos à volta do calendário de concertos dos Skyclad. Entretanto aconteceu uma pequena coisa chamada pandemia que trocou as voltas a toda a gente e fez com que o projecto se transformasse em algo colaborativo e de criação de temas novos. Dois anos de pandemia dep+ois, aqui está a sua estreia, com feeling folk que por vezes entra pelos lados mais suaves do punk e noutros até por algo mais ritualista e próximo do neo-folk (como a “Life Will Out”). Resultado? Um bom álbum de som folk celta que serve para todos os gostos e atrevo-me a dizer que até a voz de Ridley funciona aqui melhor neste contexto do que propriamente no dos Skyclad.
8/10
Fernando Ferreira
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