WOM Reviews – Bloodbath / Irdorath / Snowy White / The Gates
Bloodbath – “Survival Of The Sickest”
2022 – Napalm
Devo confessar que o meu interesse nos Bloodbath foi mais pela qualidade do seu “plantel” do que propriamente pela sua música, não deixando de haver muitos momentos na mesma que tenham chamado a minha atenção. Mas “Survival Of The Sickest” é assumidamente o primeiro trabalho que consegue cativar-me logo à primeira. Aquela “Zombie Inferno” é tudo o que o death metal deve ser em 2022. Tradicional na sua abordagem e forma mas com uma produção bem cheia e onde o groove acaba por ser uma consequência inevitável. O “plantel” é de qualidade excelsa, mas a música não se fica atrás. Conjunto dinâmico de temas que nos dão brutalidade e diversão metálica tal como se esperava, tal como se estivessemos em 1988 a ouvir Death pela primeira vez. Que discozorro!
9.5/10
Fernando Ferreira
Irdorath – “Götterdämmerung MMXXII”
2022 – Art Gates
Esta banda austríaca não falha. Na dúvida, é para partir tudo. É como aquela equipa de demolições que em caso de demolir um bairro em vez de um prédio previamente combinado, não se mostra preocupada porque de uma forma espiritual afirma “tudo é caminho” e neste caso tudo é caminho para metal demolidor queima tudo pelo seu caminho nestas músicas. Este pedaço de demolição habitacional não é mais que uma regravação do álbum de estreia e quase de certeza que existem puristas que acham isto uma blasfémia e que a versão original é a única que deveria existir mas se dizem isso após ouvir a versão 2022 é porque definitivamente não gosta de música violentamente poderosa. Um absoluto vício e uma regravação que se justifica em pleno – embora obviamente o original continue a ter o seu encanto mas não se compara ao que aqui está em termos de violência.
9/10
Fernando Ferreira
Snowy White – “Driving On The 44”
2022 – Soulfood
Snowy White é um guitar hero sem ser propriamente um guitar hero. É um monstro da guitarra que passa muito bem sem estar na ribalta – embora já tenha estado muitas vezes lá. O seu trabalho com Pink Floyd e Roger Waters foram os que lhe deram maior destaque mas os fãs de hard rock também não esqueceram a sua passagem pelos não menos lendários Thin Lizzy. Alma blues, com uma sensibilidade única que apresenta sempre tocantes melodias e composições. Algo que “Driving On The 44” não dispensa também. Suavidade é mesmo a melhor forma de descrever este álbum que é de uma classe que já não se usa hoje em dia. Para quem gosta do seu rock/blues com graciosidade, é por aqui mesmo que é para vir.
8/10
Fernando Ferreira
The Gates – “…of Pandemonium”
2022 – Northern Silence Productions
The Gates e o seu álbum de estreia, “…of Pandemonium”, são um gosto que evidentemente não será para todos, contudo é recomendada a abertura à experiência já que efetivamente desenvolvem-se num estilo bastante único. The Gates é antes de mais, uma banda que experimenta e fá-lo ao introduzir elementos de black metal (mais suave) na sua sonoridade altamente focada no estilo psicadélico. Em “…of Pandemonium” vemos esta mistura produzir resultados mistos: ora a combinação funciona bastante bem quando há equilíbrio, ora o som psicadélico atua em excesso ao ponto de tornar certos segmentos incomodativos. No seu todo, é um álbum interessante devido ao investimento que faz na sua originalidade sem qualquer tipo de vergonha e por conseguir produzir vários momentos hipnóticos de excelente música psicadélica, contudo o elemento também se torna o tendão de Aquiles deste álbum já que é um estilo que consegue causar fadiga bastante rapidamente para aqueles menos envolvidos neste campo.
7.5/10
Matias Melim
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