Review

WOM Reviews – Blue Öyster Cult / Palace / Magic Dance / Unruly Child / NON / Saint Roch / Vapourtrail

WOM Reviews – Blue Öyster Cult / Palace / Magic Dance / Unruly Child / NON / Saint Roch / Vapourtrail

Blue Oyster Cult – “A Long Day’s Night”

2002 / 2020 – Frontiers Music

Blue Oyster Cult – “Live At The Rock Of Ages Festival 2016”

2020 – Frontiers Music

Bem, decidi juntar aqui as duas reviews, uma vez que trata da mesma banda e que o formato é igual, a vida fica facilitada.O percurso dos BOC fala por si e dispensa qualquer tipo de comentários e a banda de apresentações.

Na altura em que Long Day’s Night” foi gravado, em Chicago em junho de 2002, os BOC estavam a um passo de celebrar trinta anos de carreira. Agora totalmente remasterizado, este disco, oferece uma nova experiência auditiva impressionante, mostrando a banda a apresentar algumas das suas faixas menos conhecidas e com excelentes resultados, com uma versão longa de “Astronomy” a não menos poderosa “Godzilla”, com solos curtos de baixo e bateria, e o magnífico “(Don’t fear) the Reaper” para concluir o set.

Falando de “Live At The Rock Of Ages Festival 2016”, gravado no festival “Rock of Ages” na Alemanha, onde, segundo rezam as crónicas, fizeram uma performance memorável, contêm onze faixas, incluindo sete do lançamento de 2002, mas este conjunto é de longe o mais forte dos dois, porque inclui várias músicas épicas não apresentadas no Long Day’s Night”. This Ain’t The Summer Of Love” com seu poderoso riff abre o set, que é seguido por “The Golden Age Of Leather” e “ME262”, este último um verdadeiro hino ao rock. Há uma longa versão de “Then Came The Last Days Of May”, com uma ótima interação de guitarra, e inevitavelmente o set fecha com versões poderosas, mais uma vez de “Godzilla” (sem solos desta vez) e “(Don’t Fear) The Reaper”, ambas muito superiores às versões de 2002.

10/10
Miguel Correia

Palace – “Rock And Roll Radio”

2020 – Frontiers Music

O conhecido Michael Palace é autor daquele que é um dos clássicos do rock melódico/AOR, refiro-me ao álbum “Master Of The Universe”, que foi e ainda hoje é uma referência para muitos fans do género.

Assim, “Rock N Roll Radio”, surge como o terceiro lançamento de Palace e a inspiração continua nitidamente em alta.  A energia e vibração do rock melódico está bem presente e “Rock,’n’Roll Radio”, faixa de abertura, soa como um pontapé no nosso traseiro que nos faz mexer e sentir vivos e querer ir por ali fora sem receio de nada, pois é muito contagiante.

Todas as restantes onze faixas são como um manual de como compor músicas AOR, pois só estão ao alcance de músicos predestinados como Michael. Melodias geniais, refrões que andam por aqui dias a soar deixando a certeza de que é um lançamento imperdível.

10/10
Miguel Correia

Magic Dance – “Remnants”

2020 – Frontiers Music

Ao ouvir este disco, percebo facilmente como é que o projeto Magic Dance de Jon Siejka chamou a atenção da Frontiers Music.

“Remnants” tem tudo para ser um verdadeiro clássico de rock melódico/AOR e ao procurar mais sobre o passado de Siejka, percebi que o músico está numa linha de expansão sonora, saindo cada vez mais da sua zona de conforto musical de synthwave para aquilo que é este disco. Naturalmente a Frontiers teve olho para as habilidades musicais e de composição de Siejka e ei-lo cada vez mais assumindo o rock como força de expressão.

10/10
Miguel Correia

Unruly Child– “Our Glass House”

2020 – Frontiers Music

Guy Allison e Bruce Gowdy são dois músicos muito bons e naturalmente quando se anuncia algo vindo deles a expetativa é enorme e acreditem nunca desiludem!

“Our Glass House” é um disco então com essa referência, não desilude, há bom material, mas há algo aqui que falta para dar outra cor, outra força a cada tema, apesar deste ser talvez o disco mais pesado e arrojado dos Unruly Child, nas 12 faixas (10 originais e dois remakes semi-acústicos de To Be Your Everything” e Let’s Talk About Love”) sente-se qua falta um toque diferente no resultado final de produção ou talvez a utilização de bateria programada, leve em determinados momentos à dificuldade em encaixar alguns riffs sofisticados que vão soando em cada tema.

Como comecei por dizer, este trabalho não desilude, mas poderia ter outra energia!

8/10
Miguel Correia

Now Or Never – “III”

2020 – Golden Robot Records

Consta que os NON já não são Now Or Never, apesar de ser essa a designação que surge no seu mais recente trabalho, “III”. Neste novo álbum, vemos a banda a surgir com a mesma raça hard rock de sempre, embora com especial atenção às melodias.  Nada que mude substancialmente a sonoridade e identidade da banda – apesar da mudança de nome. Som moderno, mas a melodia e sensibilidade de que já lhes é característica. Interessante versão de “Ordinary World” dos Duran Duran é um dos destaques.

7/10 
Fernando Ferreira

Saint Roch – “Hell Yeah”

2019 – Edição de Autor

Como se 2020 não tivesse sido mau o suficiente, eis que temos mais um pretensioso desqualificado a fazer crítica sobre música. Como tal, repensem bem quando proferirem o chavão “este ano não pode ficar pior”. Ah pode, pode.

Como álbum de estreia, saiu-me o “Hell Yeah”, dos Saint Roch. A banda de Nova Orleães, traz várias sonoridades neste seu sexto projecto, entre as quais blues, punk, sleaze, metal ou grunge. Podemos nos queixar de muita coisa neste álbum, menos de monotonia.

O single de avanço, que dá nome ao disco, é um bom cartão de visita para o que vamos encontrar nas restantes faixas. Temos um vocalista que se destaca pela sujidade da voz, fazendo lembrar aquele tom áspero do Lemmy Killmister.

Positivamente, o que mais me impressionou foi as boas guitarradas do grupo. Aqui ou ali, confesso, que me fugiram as mãos para aquele, sempre constrangedor, air guitar.

Por outro lado, não senti uma grande conexão com o grupo. Achei que ainda estão um pouco verdes, naquela fase em que ainda não encontraram bem a sua voz, e acabam por soar às suas referências.

Não foi um álbum que me encantasse, mas deem uma oportunidade. Lá alma e entrega eles colocam na sua música.

5/10
Carlos Lencastre

Vapourtrail – “We Save Heroes”

2019 – iGroove

Da Suíça, chega-nos “We Save Heroes”, o primeiro álbum de originais da banda de rock alternativo. O grupo, que já tinha lançado um disco ao vivo em 2013, atira-se agora às feras com o seu primeiro longa-duração.

Metê-los na categoria de rock alternativo pode ser um pouco redutor. A banda tem uma sonoridade rock, por vezes, pop rock, por outras, tem um cheirinho de nu metal.

O que mais me saltou à vista foram os riffs de guitarra, bem construídos e com capacidade de agradar a vários públicos; o groove também é interessante – pelo menos, o meu pezinho não resistiu a uma dança; e o vocalista, com uma voz agradavelmente suave, sendo muito fácil prestar atenção ao que tem para nos dizer. Com umas mensagens mais introspectivas, outras mais adequadas a pés inquietos, o grupo suíço tem potencial para crescer.

Como me auto-intitulei de Madre Teresa dos júris, vou dar um 6/10, pois apesar de não ser muito o meu estilo de eleição, reconheço qualidade para continuarem a sua evolução. Fiquei com curiosidade para saber qual o caminho que seguirão, quem sabe, ainda acabam na minha prateleira – o que, sejamos sinceros, não é muito prestigiante para eles.

6/10 
Carlos Lencastre

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