Review

WOM Reviews – Booby Trap / Anthrax / Ironhawk / Phenomy

Booby Trap – “The Hellzheimers”

2022 – Firecum Records

Haverá coisa mais hipócrita do que ser a favor das bandas de originais e depois vibrar com discos de covers? Provavelmente não, mas ainda assim não temos qualquer problemas em dormir à noite, principalmente quando não só é uma forma de termos os clássicos reinterpretados de forma muito pessoal e também com resultados muito superiores aos originais. Os Booby Trap devem pensar o mesmo que nós ou simplesmente aproveitaram da melhor forma o confinamento em 2021 para tocarem (e gravarem) temas alguns clássicos à sua própria maneira. O que também é uma boa forma de vermos quão grande é o seu alcance a nível de influences. Haverá outra banda que consiga juntar Helmet, Obituary, Billy Idol e Napalm Death no mesmo disco de forma natural? Dificilmente. Um disco que deverá ser tão divertido como nos parece que foi divertido de gravar pela banda. Para quem gosta de rock, para quem gosta de metal, é impossível não gostar.

9/10
Fernando Ferreira


Anthrax – “XL: MCMLXXXI – MMXXII”

2022 – Nuclear Blast

O ano passado, os Anthrax completaram quatro décadas de existência e como forma de preparação para o evento, foram lançando vários episódios referentes à sua história assim como deram um concerto em stream para assinalar o dia histórico. O que, passado um ano, traz-nos mais um concerto “ao morto”, ou seja, gravado sem público. Algo que nesta altura já não tem tanto efeito como antes – e antes não tinha grande efeito de qualquer forma. E contrariando aquilo que tenho dito, este caso em específico até se assume como interessante com uma performance bem coesa e onde se tem o aspecto da banda estar a tocar ao vivo, ainda que coloque em nu várias questões que poderão ser potenciais problemas. Primeiro é o mais óbvio, Anthrax tem porrada de lançamentos ao vivo – durante algum tempo da sua existência era mais regular encontrar um álbum ao vivo do que um trabalho de estúdio. O segundo está initmamente ligado que é o alinhamento. Esta deveria ser uma oportunidade para fazer uma abordagem mais compreensiva da todalidade da sua discografia. Para quê meter na capa deste lançamento uma série de álbuns que não vão sequer focar. O facto de termos outra vez os mesmos seis temas de sempre retirados do “Among The Living” no alinhamento e não termos nenhum tema da fase Bush (por muito má que seja, pelo menos cada um dos álbuns tem lá temas mais que capazes de figurar aqui) e continuarmos a ter as covers como “Antisocial”, “Got The Time” e “Bring The Noise” (não incluímos a “Protest And Survive” no lote porque essa sim, veio como uma lufada de ar fresco) simplesmente retiram as boas expectativas que tínhamos. O que vale é que o que se tem como resultado final é mesmo muito bom, sendo talvez até do melhor que a banda tenha lançado ao vivo. Com ou sem público. Mas pessoal, a sério, toquem outras coisas que isto já enjoa.

8/10
Fernando Ferreira


Ironhawk – “Ritual of the Warpath”

2022 – Dying Victims Productions

Formados em 2012 e com dois laçamentos anteriores, os Ironhawk são uma banda australiana que apresenta o seu primeiro álbum completo: Ritual of the Warpath. Neste trabalho, os Ironhawk demonstram a sua veia de speed metal com vocalizações distorcidos mais próximos do black metal. O som da banda distingue-se principalmente no seu baixo bastante sentido e no sentido nostálgico que se sente na maioria do álbum. Assim, devido à sua tendência mais unidimensional, também não dá para começar em mergulhos à procura de teorias filosóficas sobre as intenções dos artistas na criação deste trabalho. Quer isto dizer que por ser um álbum “simples” (a palavra nem é bem esta) que é um mau trabalho? Claro que não porque, em poucaspalavras, é um bom álbum para ouvir com a típica malta e com a típica cerveja e às vezes é mesmo isso que falta.

8/10
Matias Melim


Phenomy – “Syndicate Of Pain”

2022 – Edição de Autor 

Regresso dos libaneses sediados na Alemanha Phenomy. Inicialmnete ficámos assustados com a intro toda electrónica, afinal vinhamos expectantes para um thrash metal. Bem, podemos dizer que temos um pouco de ambos. Temos uma abordagem moderna onde não há qualquer pudor em usar os elementos electrónicos, como também temos o thrash (ainda que com bastante groove) à flor da pele. A fórmula não é nova mas os resultados são bastantes satisfatórios. Uma forte intensidade que favorece um trabalho conceptual e que se pretende chegar a fãs adeptos de novas sonoridades. Para quem espera algo mais tradicional, poderá ser problemático, no entanto, para quem procura algo bem conteporâneo, esta será uma boa surpresa e até poderá oferecer novos horizontes musicais.

7.5/10
Fernando Ferreira


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