WOM Reviews – Cap Outrun / Echotide / Orsak: Oslo / King Buffalo
Cap Outrun – “High On Deception”
2021 – Frontiers Music
Formados na Suécia os Cap Outrun sofreram ao longo da sua existência alguns desencontros na sua formação e agora que os pontos se reencontram, surge “High On Deception”, que é daqueles discos que te faz estar bem atento para que nada escape durante a sua audição. Ok, mas passado é passado e neste momento Theander e Wiss juntos trazem-nos um disco muito interessante, embora Wiss não tenha grande participação no processo musical, uma vez que agarrou toda a produção, naquilo que é um cenário completo de rock progressivo, com texturas musicais muito fortes, grandes solos e vocalizações incríveis. Acreditem que são 53 minutos, traduzidos em 10 temas em que vamos sempre descobrindo novas coisas a cada passagem.
10/10
Miguel Correia
Echotide – “Into The Half Light”
2022 – Bird’s Robe
Começa-se o ano muito bem obrigado com um pós rock de qualidade ímpar. Ainda que seja através de uma reedição. Tudo bem, tudo bem, reedições são uma forma preguiçosa de ganhar uns trocos através de algo que está feito, mas tendo em conta que as edições dos lançamentos são cada vez mais limitadas (porque não compensa estar a investir em quantidades enormes de um disco que demoram o seu tempo a escoar e mais que nunca, espaço de armazenagem é um custo a evitar do ponto de vista empresarial) faz todo o sentido pegar em obras que mereçam ser divulgadas e apostar na sua reedição. “Into The Half Light” merece sem dúvida essa honra, ainda para mais pertencendo ao lote de reedições que assinala o décimo aniversário da editora Bird’s Robe Records já que é um disco onde o estilo assume uma pujança emocional extra. Aliás, o termo cinematográfico nunca foi tão bem aplicado como aqui. Sem dúvida obrigatório.
9/10
Fernando Ferreira
Orsak: Oslo – “Skimmer/ Vemod”
2022 – Kapitän Platte
Esta banda é peculiar. E essa peculiaridade nem é por causa do seu som, que também é peculiar. Começaram em 2013/2014 e desde então têm-se dedicado a lançar apenas EPs. Já lançaram onze, o que não deixa de ser uma marca simpática. “Skimmer” e “Vemod” são os dois últimos e vão ser agora editados em vinil, e posso vos dizer, é bem apetecível. A banda tem uma capacidade única de criar paisagens como se estivessemos na natureza a assistir Deus a criar tudo. Ou o Universo, ou Alá. O que lhes quiserem chamar. Música instrumental onde facilmente se é embalado livre de amarras, onde o stoner, o ambient e o rock psicadélico se junta para dar um resultado fantástico. Este álbum, que não é um álbum mesmo, merece ser um álbum. Esta banda merece ter álbuns e não apenas EPs – vá lá pessoal, qual é o divertimento de estar quase dez anos a lançar EPs e não ter a glória de lançar um grande álbum como sabemos que são capazes de fazer? Bem, esperemos que eles ouçam o nosso apelo porque este é o formato que merecem.
8.5/10
Fernando Ferreira
King Buffalo – “Acheron”
2021 – Stickman Records
Não é de todo uma “ilusão de óptica”, os Norte-Americanos King Buffalo escolheram mesmo o passado mês de Dezembro para lançar o seu segundo álbum de 2021, depois de ‘The Burden of Restlessness’ em Junho seguiu-se então ‘Acheron’. A explicação para este fenómeno prende-se com a lamentável falta de concertos desde 2020 deixando as bandas com muito mais tempo para poder despender no processo criativo e em estúdio, ora ‘Acheron’ é o segundo capítulo de uma trilogia começada precisamente em ‘The Burden of Restlessness’ toda ela escrita neste período pandémico. Com faixas num formato algo diferente do seu antecessor (apenas quatro longos temas) ‘Acheron’ é por excelência uma deslumbrante manifestação do formidável potencial criativo dos King Buffalo, uma vibrante, genuína, emotiva e transensorial amálgama de Stoner Metal, Rock Psicadélico e Progressivo bastante sedutora para fãs de Tool, Porcupine Tree, Pink Floyd ou Deadsoul Tribe. ‘Acheron’ mima-nos com uma bem doseada porção de riffs psicotrópicos, soporíferos carregados de “alma” deixando-nos num contra-senso sentimental algures entre a alucinação e a sensibilidade extrema.
8/10
Jorge Pereira
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