WOM Reviews – DeadBlondeStars / Siege Of Power / Arcana Collective / Sequestrum

Fevereiro 25, 2023Março 1, 2023 Fernando Ferreira

DeadBlondeStars – “Metamorphosis”

2023 – Edição de Autor

Depois do álbum de estreia em 2020, os britânicos DeadBlondeStars regressam agora em 2023 com o seu segundo trabalho e em nome próprio. A sonoridade da banda faz-nos remeter para a década de noventa, quando o alternativo dominava as atenções. Pelo menos a voz de Gary Walker, que é muito semelhante à de Chris Cornell (D.E.P.), no entanto não é esse o seu maior trunfo. São mesmo os temas que rockam como tudo e que nos traz uma riqueza como a cena alternativa nos trazia no início da década de noventa. Uma riqueza que apesar da ligação a esse passado, soa-nos bem refrescante e interessante. Temos quase uma hora de música onde os riffs e uma secção rítmica impiedosa constroem a base para grandes temas que conseguem ir mais além graças às melodias vocais. E à voz em si, claro, porque é um timbre que é marcante, não há como negar. “Metamorphosis” é um álbum ao qual se rende facilmente todo aquele que gosta da energia crua que os Alice In Chains, Candlebox e Soundgarden tinham e toda essa excitação por algo novo. Poderá a soar a algo já feito e visto, mas a excitação por algo novo está bastante presente aqui.

9/10
Fernando Ferreira

Siege Of Power – “This Is Tomorrow”

2023 – Metal Blade

Regresso do projecto Siege Of Power que junta nomes como Chris Reifert (Autopsy), Paul Baayens (Asphyx), Bob Bagchus (Beast Of Revelation) e Theo Van (Grand Supreme Blood Court), o que basicamente é dizer que estamos perante a nata do death metal holandês com o inconfundível toque de Reifert. Superbandas ou projectos como estes são muito inconstantes e normalmente não passam de um álbum, o facto de estarmos aqui perante o segundo já são notícias muito boas. Melhores ainda pela banda surgir particularmente dinâmica e inspirada. Este é um álbum que dá valor ao thrash no seu thrash/death metal e que não se importa de abrandar ou explorar paragens mais melódicos sem que para isso tenham que alterar a sua personalidade ou identidade. “This Is Tomorrow” poderá não soar tão feroz como a capa aparenta, mas soa sem dúvida bem mais maduro. E é um álbum que vai crescendo conforme formos percebendo estas suas nuances.

8.5/10
Fernando Ferreira

Arcana Collective – “Atlas Lost, Act 1: – The Long Sleep”

2023 – WormHoledeath

Alguns sentimentos contraditórios em relação a este primeiro trabalho dos Arcana Collective. Primeiro somos viciados em álbuns conceptuais e por vezes a força do conceito até faz com que se consiga perdoar algumas faltas que a música possa ter (“Tommy” é o exemplo mais gritante). Este conceito é bastante forte, e vai para além do que está aqui, aliás, o mesmo começou no EP anterior da banda, ”The World One Forms”, uma história de amor, de perda, da sobrevivência desse amor e da forma como nos temos que nos adaptar ao mesmo. Musicalmente, podemos dizer que não há uma decepção em termos de qualidade, no entanto parece faltar alguma ligação entre os vários temas. Por vezes parece que estamos a ouvir uma banda sonora de diferentes artistas, onde temos músicas ambiente, ao lado de algo mais progressivo e depois refrões com melodias pop infecciosas – como a “The Longing”. As guitarras estão quase sempre presentes, por isso não existem dúvidas em relação à sua orientação, no entanto um pouco mais de coesão na identidade musical seria sem dúvida um ponto positivo. Ainda assim, estamos perante algo embrionário que será de muito interesse.

7/10
Fernando Ferreira

Sequestrum – “Pickled Preservation”

2023 – Extremely Rotten Productions

Primeiro EP dos dinamarqueses Sequestrum que trazem, como a capa bem sugere, death/goregrind mas de cariz bem podre e old school. Talvez não estivesse preparado para este regresso ao passado do género – ou pelo menos para algo tão cru – mas custou um pouco a absorver estes temas. Seja pela produção baça seja pela composições em si que não vão além dos lugares comuns, “Pickled Preservation” apesar de oferecer o essencial para os fãs do género também não traz nada de novo. Os aficionados vão gostar mas não vão ter também muito que distinga de tudo o resto.

5/10
Fernando Ferreira