Review

WOM Reviews – Epica / Satyricon / Dark Fortress / Geistaz’ika / Deviser / Iced Earth / Anacrusis

Epica – “Design Your Universe – Gold Edition”

2009-2019 – Nuclear Blast

Reedição do quarto álbum dos holandeses Epica (isto sem contar com o “The Score – An Epic Journey”), um álbum que já encontrava a banda como um dos líderes do género metal sinfónico conforme a concorrência encontrava ou becos sem saída criativos (como no caso dos Rhapsody Of Fire) ou entrava por domínios mais comerciais (Within Temptation), ou simplesmente não acertavam com uma vocalista (Nightwish). Os Epica mantiam a sua faceta extrema enquanto conjugavam com melodias cada vez mais marcantes, sem perder o sentido de aventura e risco – “Kingdom Of Heaven – (A New Age Dawns Part V)” comprova o arrojo. Talvez não seja dos álbuns mais marcantes da banda mas ao atingir uma década de idade não deixa de ser curioso voltar a este álbum e verificar que mantém todo o seu poder intacto. Esta reedição traz-nos a particularidade de trazer uma faixa bónus bombástica (“Incentive”) e ainda um segundo disco com uma série de temas do álbum em formato acústico. Este MCD foi lançado em separado e aqui pode ser arranjado para quem queira ter o álbum com um som actualizado – remasterizado e remisturado. Não é essencial para quem já o tem, a não ser que seja coleccionador fanático.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Satyricon – “Rebel Extravaganza”

1999 / 2019 – Napalm Records

“Rebel Extravaganza”, o álbum maldito. Supostamente maldito, confesso porque se na altura não senti este álbum como sendo um desvio muito grande ao que a banda fazia, também pude verificar que com a passagem do tempo houve aqueles que não deixaram de gostar desta fase. Apesar não considerar haver um renegar claro em relação ao passado, temos de ter em conta que o que veio antes foi o “Nemesis Divina”, um álbum que teve um sucesso extraordinário no underground e que era imagem de uma espécie de black metal que era ao mesmo cativante como que mantinha as raízes do que era a vaga escandinava. Qualquer coisa que viesse de seguida seria mal recebida, quer por ser diferente quer por tentar ser igual. E os Satyricon optaram pela (ligeira) diferença, estabelecendo um estilo que seria iria marcar as duas décadas seguintes da carreira da banda. Apesar de toda a polémica, o sucesso foi inquestionável – ajudou também a digressão com os Pantera – e passados vinte anos, este não deixa de ser um dos grandes momentos da carreira da banda norueguesa, quer se goste ou não deles. Remasterizado e disponível em CD e vinil.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Dark Fortress – “Stab Wounds”

2004 / 2019 – Century Media

O mercado para as reedições é cada vez mais forte. Seja pela nostalgia ser sempre algo que vende, seja pela reapresentação de coisas que deixaram de estar disponíveis. Neste caso, temos um dos pontos altos da carreira dos alemães Dark Fortress, o terceiro álbum “Stab Wounds”, reapresentado remasterizado e numa nova embalagem. O black metal da banda encontrou neste trabalho um dos seus expoentes máximos onde a melodia e brutalidade melhor conviveram com temas eficazes e que não caíam no engodo comercial que imperava na altura (falamos de 2004, quando o black metal melódico já apresentava sinais óbvios de cansaço e esgotamento). Na altura também representou uma viragem na sua abordagem, conseguindo solificar uma identidade que antes era algo difusa. Aqui, tudo corre bem e este é um daqueles álbuns que sentimos como imortais.

Nota 9.5/10
Review por Fernando Ferreira


Geistaz’ika – “Trolddomssejd I Skovens Dybe Kedel”

2018 / 2019 – Signal Rex

A minha opinião sobre o deathcore já é bastante conhecida pelo que não vale a pena bater mais no ceguinho, mas ainda assim – não se vá pensar que é masoquismo – há surpresas suficientes no género para que me mantenha interessado a cada nova crítica. Como os Above, Below. Com alguns arranjos de teclados bem subtis mas fundamentais para que este trabalho nos surja como refrescante. Claro que isso também acontece porque mais que o pé no deathcore, a banda australiana tem os dois no metalcore e ainda uns dedos no progressivo. O resultado é do mais interessante que tivemos oportunidade de ouvir nos tempos mais recentes e este é um álbum de estreia que recomendamos.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Deviser – “Transmission To Chaos”

1998 / 2019 Sleaszy Rider Records

É engraçado passarem-nos pelas mãos álbuns que temos na nossa colecção pessoal. Neste caso estamos a falar dos gregos Deviser e deste seu segundo álbum de originais lançado em 1998 e reeditado no final do ano passado pela Sleaszy Rider Records. Algures entre o black e o death metal melódico, os gregos trazem uma série de lugares comuns que na altura estavam em voga mas já para altura demonstravam estar um pouco datados, pelo menos em termos de sonoridade. O que faz com que esta reedição vá ter impacto em que viveu essa época e quer um pouco de nostalgia. Os teclados assumem uma importância central mas as guitarras não são esquecidas e também brilham principalmente quando os teclados descansam. Curiosamente e apesar de soar datado, estes temas não deixam de, analisando friamente, conter boas ideias e de estarem de uma forma geral bem construídos, apesar da simplicidade genérica da sua fórmula. Esta reedição traz ainda uma promo, que supomos ser inédita, de 2003 onde se nota uma ligeira evolução mas não muito acentuada e com um som menos cuidado que os do álbum em si, pelo menos na versão promocional que recebemos.

Nota 6/10
Review por Matias Melim


Iced Earth – “Alive In Athens”

1999 / 2019 – Century Media Records

Vinte anos já passaram desde o lançamento deste álbum ao vivo e para mim contiua a ser um dos melhores álbuns do género da década de noventa e um daqueles ao qual volto sempre, representando um pico de qualidade na música da banda norte-americana. Esta reedição em vinil é bem apetecível apesar de não ser a primeira. A vantagem é que muita mais atenção foi dada à edição (e não apenas despejar as músicas em vinil de forma cega e quase aleatória) com a benesse de ter sido masterizada de forma a que se obtenham os melhores resultados. No final soa sempre tudo bem, pelo que o grande ponto de venda aqui é o simples facto desta obra prima estar outra vez disponível em vinil. Uma boa prenda de Natal.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Anacrusis – “Suffering Hour”

1988 – 2019 Metal Blade Records

Mais de trinta anos passaram desde que foi lançado o álbum de estreia dos Anacrusis, nome algo esquecido quando se fala de metal progressivo, na altura em que o mesmo ainda não existia oficialmente apesar de algumas bandas lançarem coisas próximas. E tendo em conta o que se tem aqui, até parece mentira que já passou tanto tempo. Claro, não vos vou enganar, o tempo de registo está bem evidente nestes temas, principalmente na voz e na produção como um todo, mas soa tão actual e entusiasmante agora como provavelmente soou naquela altura. Ou então ainda mais. Daqueles clássicos que são mesmo obrigatórios ter, talvez mais do que qualquer outra na discografia que é rica de qualquer forma. Só uma pequena nota, nesta reedição que traz uma cover dos Black Sabbath (“N.I.B”), na versão cd encontramos temas demo de 1986 e 1987 mas em vinil estes ficam de parte optando por uma versão de dois vinis em que o segundo só tem música de um lado. Tirando estes pormenores, obrigatório!

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Anacrusis – “Reason”

1990-2019 Metal Blade Records

Após a estreia “Suffering Hour”, veio este “Reason” que já demonstrava inconformidade e que evidenciava a banda desejosa em querer ir mais além. Apesar de ainda podermos considerar este trabalho como thrash metal, os temas já não são tão frenéticos embora continuemos a ter aqui alguns momentos bem pesadões como a “Terrified”, malhão gigante. Curiosamente, os temas deste álbum também são menos longos, embora mantenham a aura complexa que caracterizava a banda. É um álbum de transição um pouco mais lenta mas que também se revela essencial para quem está a começar a desvendar esta preciosa banda da década de oitenta. Temos alguns temas demo como bónus, como já é da praxe.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira

 


 

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