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WOM Reviews – Five Finger Death Punch / Reverent Tales / Imminence / Ritual Effect / Seigmen

WOM Reviews – Five Finger Death Punch / Reverent Tales / Imminence / Ritual Effect / Seigmen

Five Finger Death Punch – “F8”

2020 – Better Noise Music

Devo dizer que sou algo ignorante em relação aos Five Finger Death Punch. É o mundo do metal que temos hoje em dia em que é possível termos uma das maiores bandas do metal actualmente passar ao lado. Isto por haver tanta coisa para ouvir no underground que raramente temos tempo para colocar a cabeça ao de cimo e ver o que anda aí. Não havendo qualquer tipo de preconceito – apenas curiosidade – o lançamento do oitavo álbum (!) era mais que apropriado para mergulharmos finalmente na sua música. E não posso dizer que esteja desiludido. É fácil perceber o porquê de serem actualmente uma das grandes bandas da cena mais pesada – apesar dessa febre não ter chegado ainda a Portugal na minha opinião. Temas fortes e catchy e que se instalam bem. O problema é que não se mantém muito tempo E não é por falta de qualidade. É mesmo por serem demasiadas. Estamos perante quinze temas que se revelam ser demasiados. Seria preferível um álbum mais curto mais certamente com mais impacto. Contudo, não há propriamente fillers por aqui, apenas uma maior exigência para absorver este trabalho por inteiro. Produção moderna, som moderno, os Five Finger Death Punch representam na perfeição o retrato do metal do século XXI.

8.5/10
Fernando Ferreira

Reverent Tales – “Visceral”

2020 – Amazing Records

Esta foi uma agradável surpresa. Apesar de já ter visto os Reverent Tales ao vivo, não foi suficiente para compreender o seu som na perfeição, principalmente porque este não é imediato. Aliás, é até algo que exige várias audições. A dicotomia entre a voz gutural e voz limpa ajuda também a esse factor, mas as ambiências progressivas e o espírito alternativo também é uma dualidade que percorre ao longo destes oito temas. É um chavão mas acaba por ser o que se tem aqui: “primeiro estranha-se depois entranha-se”. O que, apesar do lugar comum, não deixa de ser refrescante encontrarmos um trabalho tão desafiante logo na estreia. Ainda assim, há todo um caminho a percorrer que nos faz sentir que este é mesmo, e peço desculpa por outro chavão, apenas o começo.

7.5/10
Fernando Ferreira

Imminence – “Turn The Light On Acoustic Reimagination”

2020 – Arising Empire

Esta foi inesperada. Os Imminence, mais conhecidos pelo seu metalcore, resolveram lançar um pequeno álbum acústico que além de conter reinterpretações do seu mais recente trabalho “Turn The Light On”, ainda apresenta uma bem conseguida versão da “Crawling” dos Linkin Park, cujo conteúdo lírico acaba por se enquadrar restantes músicas. Apesar de ser acústico, o peso não se perde, mesmo que este seja transferido da distorção para a ambiência e entrega vocal que acaba por estar no centro das atenções. Surpreendentemente bom, para além de uma simples curiosidade.

8/10
Fernando Ferreira

Ritual Effect – “Fossils”

2019 – Edição de Autor

“Fossils” foi lançado o ano passado e enquanto andamos, ocasionalmente, a revirar o nosso arquivo por coisas que nos passaram ao lado, econtramos estas quinze canções que o compõem. Os Irlandeses Ritual Effect têm um som que podemos categorizar de alternativo ora no rock, ora algo mais pesado. É o caso de quando se julga que é tudo igual, aparece-nos algo diferente que deveria ser igual. Esta foi profunda e a música também o é por vezes. Só não é mais eficaz culpa talvez de um pouco de ambição excessiva. Alguns temas poderiam ser cortados de forma a tornar o álbum mais eficaz e imediato. Por outro lado, quando acusamos a música de ser cada vez mais descartável e imediata, apreciamos o remar contra a maré.

8/10
Fernando Ferreira

Seigmen – “Pluto”

1992/2020 – Karisma Records

Os Seigmen são um dos nomes de referência da cena gótica norueguesa. No entanto no início da sua carreira, as coisas não eram assim tão claras, em termos estilísticos. Apesar de alguma da atmosfera que os viriam a marcar anos mais tarde, o que temos aqui é um híbrido de metal musculado a puxar ao groove (quando o groove ainda não era “o” groove) e a fazer lembrar algo na linha dos Prong. Aliás, bem mais perto desse universo do que daquele que viriam a ser conhecidos. Este EP foi originalmente editado pela banda, tendo sido depois reeditado mais tarde. Agora é apresentado novamente remasterizado. Uma interessante viagem até ao passado.

7/10
Fernando Ferreira

Seigmen – “Amenon”

1993/2020 Karisma Records

Depois do EP, foi este o álbum, o primeiro, a ter um enorme impacto na cena da música pesada norueguesa. A banda chamou a atenção da poderosa Sony (que depois tanto lançou este álbum como também o EP “Pluto” analisado neste mesmo artigo. Em termos sónicos, a coisa não vai para muito longe. Continuamos a ter aquela abordagem groove, musculada, meio metal, meio alternativa mas sempre com uma ambiência muito especial. E por falar em especial, é fácil perceber o porquê disto ter feito sucesso no seu país (não saiu cá para fora precisamente por cantarem na sua lingua natal). “Mesusah” foi o tema que chamou atenção e ainda hoje é tocado pela banda ao vivo. Não é difícil perceber porquê, já que tem a fórmula que a banda seguiria e aperfeiçoaria no futuro.

8/10 
Fernando Ferreira

Depois do EP, foi este o álbum, o primeiro, a ter um enorme impacto na cena da música pesada norueguesa. A banda chamou a atenção da poderosa Sony (que depois tanto lançou este álbum como também o EP “Pluto” analisado neste mesmo artigo. Em termos sónicos, a coisa não vai para muito longe. Continuamos a ter aquela abordagem groove, musculada, meio metal, meio alternativa mas sempre com uma ambiência muito especial. E por falar em especial, é fácil perceber o porquê disto ter feito sucesso no seu país (não saiu cá para fora precisamente por cantarem na sua lingua natal). “Mesusah” foi o tema que chamou atenção e ainda hoje é tocado pela banda ao vivo. Não é difícil perceber porquê, já que tem a fórmula que a banda seguiria e aperfeiçoaria no futuro.

Seigmen – “Total”

1994/2020 Karisma Records

Aqui é que as coisas começam a tornar-se realmente interessante. “Total” pega na estreia “Amenon” e leva os Seigmen para novas paragens, onde até um certo psicadelismo entra (na onda de uns Neurosis ou até mesmo Tool) e é altamente eficaz na arte de nos deixar em transe. Todo o álbum é uma sucessão de canções que vão nesse sentido. Aqui talvez seja mais fácil de os encaixarmos com a cena alternativa do que nos dois anteriores lançamentos que analisámos mas entimos que em “Total” a banda norueguesa encontra um ponto de equilíbrio que outras bandas andam uma vida inteira a tentar alcançar. Sem dúvida um clássico que vale a pena adquir, principalmente a versão em vinil, duplo LP, com cinco temas extra.

9/10
Fernando Ferreira

Seigmen – “Metropolis”

1995/2020 Karisma Records

Consta que este foi o álbum que deu o maior sucesso aos Seigmen e não é difícil perceber o porquê. A banda manteve a capacidade para colocar o ouvinte em transe mas retirou grande parte do peso. Claro que vendeu como frangos assados do Estreitinho e colocou a banda no topo da cadeia alimentar do rock norueguês e apesar de ser justo – sim, este é um bom álbum – não deixamos de sentir que alguma da garra da banda perdeu-se um bocado pelo caminho. Ainda assim, é uma reedição que recomendamos para todo os que queiram conhecer um pouco mais da música escandinava.

8/10
Fernando Ferreira

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