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WOM Reviews – Grave Digger / Alestorm / War Cloud / Alogia / Marty And The Bad Punch / The Alligator Wine / Space Giant / Bad Marriage

WOM Reviews – Grave Digger / Alestorm / War Cloud / Alogia /
Marty And The Bad Punch / The Alligator Wine / Space Giant / Bad Marriage

Grave Digger – “Fields Of Blood”

2020 – Napalm Records

As sequelas são tramadas. Não só no cinema. Já na música isso ficou mais que provado com algumas tentastivas de recuperar ou revitalizar êxitos passados, nomeadamente nos álbuns conceptuais. O primeiro grande sucesso dos teutónicos Grave Digger (após o seu regresso) foi precisamente com um álbum conceptual e foi esse sucesso que marcou para sempre a sua carreira. Seja pela quantidade de vezes que tentaram repetir a história com álbuns conceptuais ou mesmo por fugirem a eles. Nem sempre as coisas correram bem mas os nossos coveiros favoritos nunca desistiram. “The Clans Will Rise Again” de 2010, não sendo um mau álbum, não conseguiu ter um impacto como a primeira parte, talvez pelas expectativas estarem bem altas. Após um competente “The Living Dead” de 2018, eis que a terceira parte nos apanha desprevenidos. Para já assume-se já como o álbum mais catchy dos últimos tempos, com aqueles refrões e melodias que nos faz levantar a espada aos céus enquanto cantamos com o nosso clã. Tal como as sequelas fracassadas que falamos atrás e até como “The Clans Will Rise Again”, não se sente que este seja um trabalho a tentar recuperar o quer que seja. Quanto muito é a comemoração mais que perfeita do quadragésimo aniversário da carreira de uma das mais persistentes carreiras do power metal alemão. Ah, é também um vício do caraças.

9/10
Fernando Ferreira

Alestorm – “Curse of the Crystal Coconut”

2020 – Napalm Records

Bem… Nem sei como começar isto. Vou começar esta “história” do início. No presente momento, os Alestorm já lançaram dois singles do álbum “Curse of the Crystal Coconut”: “Treasure Chest / Party Quest” e “Tortuga”, a primeira em modo de gozo a dizer que tinham dado numa de sellouts e a segunda infelizmente podendo dar exatamente isso a entender – talvez não tanto selling out como modificando o som independentemente da opinião popular. Como fanboy fiquei extremamente preocupado, principalmente por ter detestado a segunda faixa. Hoje tivemos acesso ao álbum, muy amavelmente disponibilizado pelos austríacos Napalm Records. Bem… à boa moda pirata, fui enganado: os Alestorm fizeram um álbum que, na minha opinião, vai buscar um pedaço relevante aos seus álbuns anteriores, desde os mais recentes àqueles que lançaram a sua carreira. Queria dar spoiler de todos os contéudos deste álbum, mas além do espaço dado às reviews, também seria uma desconsideração ao trabalho desta banda, que claramente foi bastante, seja pela inovação do som, seja pela fortificação do elemento folk a la Alestorm, seja pela colaboração muito bem vinda de outros músicos; portanto aqui fica um overview muito ligeiro. Para variar, há aqui muito valor comédico que de alguma forma é constantemente arranjado para soar de forma épica, coisa que alcança com grande louvor. Como já disse, o álbum é bastante folk, sempre à moda do costume de Alestorm mas também ocasionalmente um pouco mais tradicional (ou talvez mais “vincado”) e que em certas alturas toma outros caminhos mais extremos (para não revelar nada só digo que há uma faixa que se torna numa espécie de descendente “espiritual” e love-child do “Death Throes of The Terrorsquid” e “Chronicles of Vengeance”). Acho que como nunca antes, os escoceses (e hungaros também), apostaram especialmente nos coros heróicos existindo virtualmente em todas as faixas um ou dois que de facto puxam na guelra, o sangue do Barba Negra que em todos nós circula. Por um lado, desta vez não há histórias de guerra reais como pelo menos nos dois últimos álbuns, mas a verdade é que são compensadas com músicas como “Chomp Chomp”, “Pirate Metal Drinking Crew” e “Zoombies Ate My Pirate Ship”. Há também a “Call of the Waves” (acho que fiquei com alergias a ouvi-la porque fiquei com os olhos aguados) , uma faixa semi-sentimental sem piadas metidas a meio mas que, penso eu, falará bastante aos fãs desta banda (e a qualquer pessoa mais contida pelas amarras societais), o que me leva ao último ponto: este álbum parece-me em bastantes aspectos uma dedicatória aos fãs de Alestorm ao longo dos anos, devido às referências líricas (em “ Fannybaws”), às descendências “espirituais” e também às mais diretas (como de “The Woodening”) e, como já disse, a essa faixa mais sentimental. Portanto, ao contrário de mim, não criem expetativas em relação a este álbum com base nas duas faixas lançadas até agora, nem com base no nome das faixas (coisa que também me preocupava por parecerem demasiado irónicas), porque, pelo menos para mim que oiço tudo deles há já algum tempo, este álbum foi uma verdadeira surpresa que de facto prova que a faixa “Scraping the Barrel” de 2011 era, em termos de lyrics, uma completa mentira.

9/10
Matias Melim

War Cloud – “Earhammer Sessions”

2020 – Ripple Music

Antes as bandas gravavam álbuns ao vivo em estúdio e metiam uns faixas a mostrar o público efusivo. E sim, esses eram os momentos em que a música era mais honesta. Os War Cloud resolveram ir para estúdio e pegar nas faixas mais emblemáticas dos dois álbuns gravados até agora e trazerem-nos este “Earhammer Sessions” que é bem raçudo e mostra que a música quando é orgânica e boa, até mesmo tocado num estúdio, parece que é ao vivo. Para além de ser mesmo. Isto está a tornar-se confuso. O que interessa reter é que o espírito hard rock(ão) clássico, rock(ão) descomprometido, está mais que vivo aqui, deixando qualquer um sem qualquer defesa. Grandes solos, uma voz de bagaço, perfeito!

9/10
Fernando Ferreira

Alogia – “Semendria”

2020 – Elevate Records

Fantástico trabalho. Não conhecia os Alogia, uma banda sérvia que completa no presente ano duas décadas de carreira e que tem uma qualidade inesperada – pelo menos para um colectivo que nos passou completamente ao lado. Power metal clássico de grande feeling e que é ainda mais abrilhantado pela participação de Mark Boals, de Tim “Ripper” Owens e de Fabio Lione. Mas nem eram precisos estes nomes para tornar este álbum fantástico. Mesmo sendo curto, com pouco mais de meia hora, é um vício absoluto. Ouve-se sem cansar e é memorável como tudo. Agora, claro, a missão é descobrir o que está para trás.

9/10
Fernando Ferreira

Marty and the Bad Punch – ‘Walk a Straight Line’

2020 – Enghardt Media/ Edel

O novo álbum ‘Walk a Straight Line’ de Marty and the Bad Punch fala-nos de uma viagem temporal pelos tempos áureos do Rock AOR & Melódico dos anos 80. O título do novo álbum desta banda é baseado na expressão idiomática do Inglês: ’caminhar em linha recta’, e é o segundo lançamento desta banda composta por cinco elementos. Trata-se de um álbum duplo com a duração de pouco mais de uma hora, que demonstra toda uma variedade de influências e estilos musicais. Contou com a participação de várias estrelas internacionais onde se incluem David Cagle, Sarah Straub, Robert Karasek, Martin Motnik, Carsten Enghardt, Jk Northrup, Tommy Denanden, Frank Pané e Bruce Kulick. A gravação e mistura esteve a cargo de Carsten Engelhardt e toques finais de Dennis Ward. Dinâmico, de ritmo fluído e sonoridade agradável, com influências do rock romântico dos anos 80, ‘Walk the Straight Line’ trata-se de um excelente álbum para ouvir quando se sente aquela nostalgia do passado.

8/10
Alexandra Nunes

The Alligator Wine – “Demons Of The Mind”

2020 – Century Media Records

E que coisa mais refrescante. Sabem a dinâmica do duo rock? Guitarra e bateria? É isso que temos aqui mas com um órgão vintage em vez da guitarra. E se à partida pudessemos estar com algo mais limitado a nível de sonoridade, preparem-se para ficar totalmente surpreendidos pela variedade que “Demons Of The Mind apresenta. Grandes temas, grande groove (uma mistura rock’n’roll, blues e até música de dança – a sério!) e uma verdadeira viagem musical quase sem nos apercebermos. Que vício mais adorável.

8/10 
Fernando Ferreira

Space Giant – “Arrival”

2020 – Edição de Autor

Os norte americanos Space Giant combinam décadas de géneros e subgéneros de rock. “Arrival” é um trabalho totalmente inspirador, cheio de boas malhas, daqueles que se pode tornar num ótimo companheiro de viagem. Assertivo e melódico, “Arrival” leva-nos numa jornada musical por paisagens distópicas, conduzidos pela voz brilhante de Asha Marathe. Uma proposta interessante.

8/10
Miguel Correia

Bad Marriage – “Bad Marriage”

2020 – Edição de Autor

De Boston para o mundo, surgem aqueles que se candidatam a ser os novos bad boys do rock’n’roll. Assim, “Bad Marriage” é um álbum cheio de atitude e destreza com doze faixas de rock’n’roll, crú cheio de riffs old school e é com toda a certeza um excelente cartão de visita para a banda norte americana. “Diablo” é o exemplo perfeito daquilo que a banda tem para dar e faz as gentilezas de abertura para um desfilar sonoro com muitos momentos altos. Recomendo!

9/10
Miguel Correia

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