WOM Reviews – Gus G / UDO / Apostolica / “All For Raven – The Tribute” / Northtale / Tales And Legends / Blessdivine / Hammerhead
WOM Reviews – Gus G / UDO / Apostolica / “All For Raven – The Tribute” / Northtale / Tales And Legends / Blessdivine / Hammerhead
Gus G – “Quantum Leap”
2021 – AFM
Gus G. deu-se a conhecer ao mundo do metal com os Firewind, a banda que lançou inicialmente como um projeto solo e que fez sua estreia oficial em 2002. Gus também participou e andou pela estrada com nomes como os Mystic Prophecy, Nightrage, Arch Enemy, Dream Evil e Ozzy Osbourne. A solo, lançou três álbuns, “I Am The Fire”, “Brand New Revolution” e “Fearless” e agora surge com mais um brilhante trabalho que é “Quantum Leap”, com dez faixas dentro do estilo que o fabuloso guitarrista grego já nos habituou e que confirmam todas as suas virtudes e habilidades de guitarra em punho. Este disco é um pleno de riffs e solos geniais, elegantes e traz mais uma vez à tona o porquê de Gus ter passado em tempos pelas fileiras de Ozzy. Acreditem os fans que por aqui há muito por descobrir e vão certamente ficar presos numas boas horas de audição.
10/10
Miguel Correia
UDO – “Game Over”
2021 – AFM
Já o referi, se há músicos que são como algodão, Udo Dirkschneider é um deles, pois nunca nos enganam. A sua voz é uma marca, o seu estilo inconfundível e o seu trabalho um legado brilhante que um dia vai ficar na história mas que hoje ainda nos delicia ao poder usufruir de tanto que ele tem para nos dar. “Game Over” é mais disso, é mais de Udo, é mais de um músico, que é um exemplo, é mais um excelente disco, que traz com ele a prova de que os anos trazem maturidade e assim inteligência nas escolhas. Acompanhado pelos guitarristas Andrey Smirnov e Fabian Dee Dammers, com Tilen Hudrap no baixo e o seu filho Sven Dirkschneider na bateria. Tudo o resto é Udo…
10/10
Miguel Correia
Apostolica – “Haeretica Ecclesia”
2021 – Scarlet
Foi a magnifica capa deste disco que me chamou a atenção e que associada ao nome da banda e título do álbum senti estar perante algo com uma sonoridade obscura, densa…nada disso! Dado o primeiro passo na audição de “Haeretica Ecclesia” deparei com um som power metal com umas incursões pelo sinfónico com aqueles malhas e enredos criados por muitos teclados a dar o brilho a cada uma das faixas que o compõem. No global, adorei este disco, mesmo não sendo a receita da originalidade, este trabalho preenche todos os requisitos dentro do estilo deixando a banda com todos os holofotes virados para eles. Muita energia, tudo muito bem doseado e com um resultado final cheio de emoção e digno de figurar na coleção de fãs do género.
9/10
Miguel Correia
V/A – “All For Raven – The Tribute”
2021 – LA Riot Survivor
Tributo mais que merecido a uma das bandas mais ignoradas (ou pelo menos subvaloriozadas) do heavy metal. Os Raven foram uma das primeiras bandas a fazer questão de meter o pé no pedal e de apresentar níveis absurdos de velocidade. O chamado speed metal antes do speed metal. Uma carreira que se mantém relevante nos dias de hoje – tendo até lançado “Metal City” no ano passado, um dos álbuns do ano. Temos aqui uma série de bandas a prestar a devida e merecida vassalagem, sem pontos negativos. Da Europa à Ásia, passando pela África e Ásia e o continente americano, é uma boa amostra do alcance e influência da banda que continua a ter nos dias de hoje – não temos exclusivamente bandas mais veteranas. As versões mais memoráveis são as de Albatross (“The Savage And The Hungry”), Avenger (“Inquisitor”) e Martyr (“Don’t Need Your Money”) mas no geral é um tributo bem conseguido e recomendado.
8.5/10
Fernando Ferreira
V/A – “All For Raven – The Tribute”
2021 – Nuclear Blast
Engraçado reparar como não é só com os concertos que parece que precisamos de nos reambientar. O impacto (estrago) da pandemia foi tão grande que até ficamos algo desorientados quando nos surgem bandas como Northtale, que lançaram estreias promissoras mas que depois desaparecerm sem deixar grande rasto. Na realidade não desapareceram mas o facto de não haver digressões certamente impediu que o seu nome pudesse ser espalhado devidamente após um álbum de estreia. Mas aqui estão eles com o segundo álbum e com um novo vocalista – Guilherme Hirose – que, tal como Bill Hudson, também é brasileiro. Também é dono de uma voz fantástica que faz lembrar (e muito) Michael Kiske, o que aproxima a banda obrigatoriamente dos Helloween caso estes fossem mais neo-clássicos. Curiosamente também se aproximam dos Angra ao explorarem as suas raízes brasileiras na “The Land Of Mystical Rites” num tema que grita “Holy Land” por todos os poros. Entusiasmo não falta e não são estas referências mais óbvias que impede de estarmos perante um bom álbum de power metal. Mas também não lhes faz bem.
7.5/10
Fernando Ferreira
Tales And Legends – “Struggle Of The Gods”
2021 – Punishment 18
Dá-se as boas vindas a esta nova banda (ou projecto) italiana Tales And Legends que surgiram através da vontade do teclista Andrea Atzori querer criar algo ainda mais épico e power metal que Ancient Knights, que lançaram a sua estreia em 2019. Não conhecendo o som destes últimos, devo dizer que “Struggle Of The Gods” é efectivamente um trabalho que vai buscar as referências comuns do power metal do final da década de noventa. Se isso cria um sentimento de identificação de imediato, também faz com que quem nunca engraçou com o mesmo, não seja agora que o vá fazer. Um sentimento de familiaridade que nem sempre é bom. Tirando isso, não há nada a apontar em relação a esta estreia. Um álbum conceptual bem construído, uma boa voz (ainda que demasiado previsível) e bons instrumentistas e canções. No geral, boa estreia mas seria bom partirem o molde da próxima vez, só para ver se o resultado é interessante.
7/10
Fernando Ferreira
Blessdivine – “Between Sin & Sacrifice”
2021 – Elevate
Trabalho de estreia dos BlessDivine, uma nova banda que nos traz um som que não é propriamente novo mas que não deixa de ser interessante. Por esta altura não há nenhum som que seja novo e quando o é, raramente é interessante. Temos a tradição power metal, daquele mais neo-clássico sem chegar a estar completamente embrenhado nessa sonoridade. E temos metal sinfónico sem ser sufocante na utilização das orquestrações – neste caso movidas a teclado. O resultado é um álbum sólido que nos relembra muita da tradição daquilo que era feito no início do milénio, uma sonoridade que não faz ferver o sangue deste ouvinte que aprecia tanto uma como outra vertente mas não compromete. Interessante estreia que poderá trazer ainda melhores frutos no futuro.
7/10
Fernando Ferreira
Hammerhead – “ Destroyer”
2021 – High Roller
Com tanto tempo de música pesada às costas, parece que se está sempre a desbravar novo território quando olhamos para trás e descobrimos bandas que na altura tinham passado despercebidas. Os britânicos não tinham feito grande coisa durante os anos em que estiveram activos entre ‘78 e ’86, e é um dos casos que só lançaram o seu álbum de estreia na segunda vida que tiveram direito. O meu primeiro contacto com eles foi mesmo através desta compilação que junta todas as faixas demos e o single “Time Will Tell” e ainda uma versão alternativa para “Lochinvar”. Tudo muito arcaico e não sei de que forma é que tem ligação com a sonoridade da banda hoje em dia, mas não deixa de ter um encanto muito especial. Um documento interessante para quem gosta de olhar para trás à procura de pequenos tesouros. Poderá não ser um deles mas não deixa de ser interessante.
6/10
Fernando Ferreira