WOM Reviews – Horn / Odraza / Hohenstein / Stromptha / Azziard / Wilczyca / Nortavlaggh.377 / Svartedød
WOM Reviews – Horn / Odraza / Hohenstein / Stromptha / Azziard / Wilczyca / Nortavlaggh.377 / Svartedød
Horn – “Mohngang”
2020 – Iron Bonehead Productions
Este é um daqueles projectos que me dá muito prazer seguir e já estavamos a achar estranho porque é que não tínhamos notícias de Nerrath. Chegou numa altura perfeita e com um álbum perfeito. Talvez o mais variado de sempre da banda onde temos algumas surpresas (como as peças mais sinfónicas old school a abrir e a fechar o álbum, dentro do espírito de música de câmara ao contrário das produções bombásticas a tentar imitar bandas sonoras dos filmes actuais que acabam por ter um efeito plástico) mas continuamos a ter aquela mistura entre black metal e a sensibilidade folk que tanto apreciamos. Cada álbum é uma viagem no tempo, mas aqui é uma viagem ainda melhor do que todas as outras, com um impacto mais profundo.
9/10
Fernando Ferreira
Nox Formulae – “Drakon Darshan Satan”
2020 – Godz Ov War Productions
Black metal com groove? Blasfémia! Bem, até se calhar é um bocado porque há mais do que black metal neste segundo trabalho dos polacos Odraza. Há por aqui também algum death metal que só serve para caracterizar e tornar o som da banda único. Dentro dos limites daquilo que encaramos como único nos dias de hoje. Independentemente da originalidade, aquilo que é inegável é que “Rzeczom” entusiasma e empolga. Traz-nos entusiasmo mesmo quando já estamos cansados de música extrema – não que isso aconteça verdadeiramente mas ainda somos humanos, apesar de não parecer. Prazer metálico, não há muito mais que possamos pedir ou querer. Sendo o nosso primeiro contacto com o trabalho do duo, podemos dizer que ficámos fãs.
9/10
Fernando Ferreira
Hohenstein – “Weisser Hirsch”
2020 – Purity Through Fire
Poderá pensar-se que o facto de termos toneladas de lançamentos dentro de um género poderá implicar a forma como os mesmos são recebidos ou até mesmo o nível de criatividade necessários para que se consiga surpreender pela positiva. No caso do álbum de estreia dos Hohenstein, poderíamos pensar que a banda, sendo a estreia, estaria destinada ao fracasso de conseguir-nos impressionar. Mais uma vez digo, é tudo uma questão de expectativas. Não esperar nada ainda é uma das melhores formas de ser surpreendido embora eu confesse que apenas esperava era um lançamento de black metal. Voz arranhada, bom ambiente, tremolo picking. E isso está tudo presente aqui, mas para além disso também temos bons temas, com dinâmicas que vão para além do básico. O facto de midtempo também ser mais utilizado acaba por ser refrescante.
8/10
Fernando Ferreira
Stromptha – “Endura Pleniluniis”
2020 – Satanath Records
Confesso que o primeiro impacto desta one-man band não foi propriamente positivo. Um certo marasmo andou por aqui instalado enquanto a atenção demorou a acentar arraiais. Seja por uma certa letargia inicial e algo constrangedora, seja pelo som da bateria que tem o pedal com um som demasiado omnipresente. Quando é assim, há mais motivos para insistir. Há sempre a dúvida “será que estou a ser justo?” Quando a dúvida persiste, não há nada a fazer a não ser prosseguir e tentar esclarecer. O benefício da dúvida foi bem dado já que apesar de todas estas falhas que continuarm a persistir, também conseguimos apreciar para lá disso, uma obra interessante que mistura black metal atmosférico com doom e que até nos faz aperceber que fica um vazio após o silêncio se instalar.
8/10
Fernando Ferreira
Azziard – “Liber Secondus – Exégèse”
2020 – Malpermesita Records
E quem é que já tinha saudades do bom black metal francês dos Azziard? Três anos após a primeira parte, aqui está a segunda de uma anunciada trilogia, continuando a ser aquele black metal de sonoridade dinâmica. As melodias ora dissonantes, ora mais tradicionais de tremolo picking, poderão levar-nos ocasionalmente para os campos do black metal depressivo, não sendo esse o seu verdadeiro móbil. Negro como se deseja e com uma profundidade acima da média, este trabalho acaba por manter a criatividade da banda numa fasquia elevada. Exige do ouvinte mas também muito em troca. E depois é também um álbum que obriga a que se ouça do início ao fim. Obras destas começam a escassear hoje em dia.
8/10
Fernando Ferreira
Wilczyca – “Horda”
2020 – Godz Of War Productions
Segundo álbum em 2020 e com a mesma podridão que anteriormente apresentaram na estreia auto-intitulada de Fevereiro (este foi lançado em Abril). Não podemos falar em progressão até porque o temos aqui é um seguimento do que para trás ficou mas tenho que salientar que continuamos a ficar reféns do factor primitivo e sobretudo do ambiente que consegue estabelecer nestas cinco faixas. O ponto principal é mesmo a faixa final, “Demon” que nos traz um longo tema de dezasseis minutos que se torna depressa mesmo o que provoca mais impacto e nos fica na memória. Sendo curto, não teria sido descabido juntar este álbum ao anterior. De qualquer forma, é um trabalho que agradará aos fãs do black metal cru.
7.5/10
Fernando Ferreira
Nortavlaggh.377 – “Demo 2020”
2020 – Edição de Autor
Z:c4, de Singapura, montou esta besta, em 2004. Ao longo destes 16 anos, pouco foi divulgado pelo músico, somando um total de duas demos e um split, anteriores a este novo, a partir de 2020. Uma coisa que aprendi ao longo dos anos, é como os músicos (e fãs) de Black Metal asiáticos levam o seu som a sério, e “violentamente”, já agora. Violento, em termos da disposição da Música, não que sejam pessoas violentas. A sua produção em Black/Death Metal é muito mais do que um simples imitador de Beherit ou Blasfémia. É claro que se pode sentir essa faceta punitiva e cáustica da sua música, mas também se pode ouvir uma abordagem exótica da música. Bandas como Impiety, Abhorer ou Surrender of Divinity, ou mesmo Zygoatsis, todas elas carregando alto a tocha do Ross Bay Cult, mas, ao mesmo tempo, adicionando camadas e camadas de algo mais, algo dinâmico e diferente.
Nortavlaggh.377 é a criação definitiva do músico acima mencionado – Z:c4 – uma expressão de ódio e total desrespeito pela condição humana, que durante 13 anos esteve adormecida. NH377 é a expressão musical de um futuro pós-apocalíptico, em que nós, humanos, estamos a ser débeis a rastejar pelas terras desoladas desta Terra. É uma imagem futurista, posso dizer. Em termos de som, tem esse algo industrial, sem estar presente de forma flagrante, sem tomar a dianteira. Anaal Nathrakh vem-me à mente, para ser honesto. Talvez menos o lado grindcoriano. No início, pode-se voltar um pouco atrás, dada a violência que o acolhe, mas depois começa-se a compreender como funcionam as engrenagens, e como encaixam as peças (referência TOOL… vencer), e encontra-se a melodia escondida debaixo de toda essa veemência e obliteração. Essa capa de Báthory é, para mim pessoalmente, um ponto extra!
No geral é um lançamento que encontrará um lugar entre os fãs da linha mais bestial de Black Metal. É abrasivo e avassalador. Não é um conjunto de canções que se possa facilmente “consumir” diariamente, mas mesmo assim, um conjunto muito sólido. Vamos ver se passarão mais 13 anos antes que o homem decida lançar nova música!
Traduzido com a versão gratuita do tradutor – www.DeepL.com/Translator
6/10
Daniel Pinheiro
Svartedød – “Ansikt”
2020 – Edição de Autor
O principal objectivo dos Svartedød é, e passo a citar, “misturar vocalizações de black metal old school com riffs pesados e passagens sem distorção atmosféricas”. De certa forma, faz sentido, no entanto os três temas apresentados aqui não chegam para satisfazer a curiosidade que a premissa provoca ou sequer para ficar com uma ideia clara do que são capazes. Dark metal rústico é um rótulo parvo mas é o único que faz sentido, com uma produção rude e com certo sentimento de estarmos perante algo inacabado. Seja como for, sendo o primeiro EP/lançamento, estou curioso para ver o que vem de seguida.
6/10
Fernando Ferreira