Review

WOM Reviews – Hourswill / Sonus Corona / Aronious / Jason Stallworth / Constellatia / Lucy Kruger & The Lost Boys / Love Machine / Svart1

Hourswill – “Dawn Of The Same Flesh”

2019 – Ethereal Sound Works

Terceiro álbum daquela que é uma das grandes bandas nacionais de metal progressivo: Hourswill. Alguns destes temas tivemos oportunidade de os ouvir ao vivo e voltar a elas agora em estúdio ainda têm mais impacto. Costuma-se dizer que o terceiro é aquele que define e no caso da banda portuguesa, não nos traz nada que não saibamos já. Grandes músicos uma grande voz e uma capacidade para fazer músicas de heavy metal tradicional com pés e cabeça e com aquela base prog. O resultado é sem dúvida memorável e atrevo-me a ser contagiado pelo entusiasmo de andar a ouvir isto non stop nos últimos tempos mas será provavelmente o seu melhor trabalho. Fantástico. Temas que recomendamos, a emocional “Now That I Feel” e a intensa “Corrupted Soul”.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Sonus Corona – “Time Is Not on Your Side”

2019 – Inverse Records

A banda da Finlândia, proveniente de Turku, fundada em 2011 e que conta com um disco de estúdio na bagagem, lançado em 2015, lançou em fins de 2019 o seu segundo longa-duração, elevando ainda mais a fasquia da sua música. Na verdade, desde 2015, o grupo tem surpreendido pela sua capacidade de aglomerar diversos géneros, desde o rock ao metal progressivo, ao heavy metal até ao rock experimental. Sonus Corona consegue em “Time Is Not On Your Side” uma verdadeira compilação que nunca abranda e que nos revela novos mundos, tornando a audição deste disco uma experiência única. Há muitos elementos de originalidade, tal como há uma diversidade estonteante ao longo das 11 faixas, onde o sexteto se apraz em apresentar temas poderosos como “Oblivion” e “Swing Of Sanity”; temas melódicos e futuristas como “Induction” e “Unreal”; e temas atmosféricos e emotivos como “Here” e “Illusions”. Em cada uma das faixas, é apresentado ao ouvinte algo novo, tanto ao nível lírico, conceptual e instrumental. O álbum consegue englobar vários géneros e várias temáticas, sendo um disco maioritariamente emotivo.

Nota 9/10
Review por João Braga


Aronious – “Perspicacity”

2020 – The Artisan Era

Confesso que tive alguma dificuldade com este álbum. Apesar de ser habitualmente um grande fã da sonoridade mais técnica e progressiva do death metal, “Perspicacity” não facilita a vida para que fiquemos imediatamente agarrados. Provavelmente é o seu intuito. Para já, este é um álbum que funcioca como um tema de quase uma hora de duração, dividido por treze capítulos. E não se iludam, apesar de estar dividido em treze faixas, as mesmas têm um sucessão que não permitem que sejam ouvidas em separado. E por um lado tudo bem, afinal, estamos na era em que os álbuns perderam quase todo o significado. Mas por outro tentar absorver toda esta complexidade de uma vez só sente-se como uma tarefa intensa demais para se conseguir saborear, além de ser demasiado unidimensional. Do lado técnico, estamos perante bons músicos que não têm problemas em mostrar isso mesmo. “Perspicacity” é um trabalho forte mas que carece um pouco mais de algo que nos surpreenda. Mais ganchos.

Nota 6.5/10
Review por Fernando Ferreira


Jason Stallworth – “Masterpeace”

2019 – Edição de Autor

O novo álbum de Jason Stallworth chegou-nos às mãos e não sabemos bem como, mas estando cá, só temos que seguir em frente e ainda bem porque não ficámos desiludidos. Com uma base que oscila entre o thrash metal técnico e o death metal progressivo, este é um álbum que surpreende para quem esperava apenas algo onde as capacidades técnicas do amigo Jason fossem exibidas. Não só toca bem como também sabe escrever grandes temas. Apesar da produção soar caseira, parece-nos que teve ajuda de muitos outros talentos onde salientamos o baterista e a voz limpa que ocasionalmente aparece – a gutural nem sempre se destaca pela positiva. No geral é um álbum bastante sólido que agradará aos fãs do thrash progressivo.

Nota 7.5/10
Review por Fernando Ferreira


Constellatia – “The Language Of Limbs”

2019 – Isolation Records

É impressão minha ou cada vez mais temos bandas de qualidade brutal a iniciarem a sua carreira discográfica? É exactamente o caso dos sul-africanos Constellatia que com este álbum nos deixaram completamente derreados. O primeiro trabalho e logo uma bomba desta que apesar do rótulo pós-metal, traz-nos bem mais do que era suposto. Grandioso e de uma beleza ímpar, “The Language Of Limbs”, é composto por quatro temas que nos trazem uma ambiência própria de bandas como Alcest ou até mesmo Devin Townsend (no “Ghost” por exemplo) e um peso que não chega a dar demasiado contraste a esses momentos. Tudo soa bem fluído e apesar de ter pouco mais de meia hora é um trabalho que nos deixa preenchidos e satisfeitos. E, claro, com vontade de ouvir mais. Excelente Estreia.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Lucy Kruger & The Lost Boys – “Sleeping Tapes For Some Girls”

2019 – Unique Records

Sei que a nossa missão passa por trazer o melhor (e o máximo) que conseguimos encontrar dentro do nosso mundo do metal. No entanto, é inegável que o som sagrado, apesar de ter alguns subgéneros elitistas, é também dos mais abertos que existe, onde o seu público se mostra disponível e fã de propostas que à partida lhe são estranhas. E com isto, este trabalho de Lucy Kruger encaixa na perfeição, onde temos uma espécie de folk minimal e quase ambient (e que ambiente fantástico nos traz em temas como “Cotton Clouds) ao qual não conseguimos ficar indiferentes. Nem os surdos, arrisco a dizer, porque as energias transmitidas aqui transformam o ar à nossa volta. Um trabalho verdadeiramente apaixonante.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Love Machine – “Mirrors & Money”

2019 – Unique Records

Regresso de uns renovados Love Machine que apesar da mudança na formação não deixam para trás o seu rock desconcertante. Se por vezes nos faz lembrar os resquícios do som da vanguarda em meados da década de oitenta, noutros parece embarcar nalguma extravagância psicadélica que a nós nos soa muito bem. Aliás, soa melhor este registo do que o citado primeiro. São seis temas num EP que mostra o seu estado actual e que até nos deixa com alguma curiosidade pelo próximo longa-duração.

Nota 6/10
Review por Fernando Ferreira


Svart1 – “Monotono”

2019 – Mask Of The Slave

É inevitável começar por aqui por mais que tente – imagino quantas pessoas, com um coração negro, não dirão que este título é perfeitamente enquadrado com aquilo que se pode ouvir? Comentários mal intencionados mas que ainda assim são esperados por parte daqueles que são estranhos ao ambiente mais minimalista e quando o mesmo surge com uma pitada de noise e drone. Para quem trata por tu todos os géneros e sub-géneros atrás citados, então esta será a vossa praia. Ao longo de nove temas com duração acima da média, Raimondo Gaviano, o senhor por trás do que se pode ouvir, brinda-nos com várias disposições e ambientes que de certa forma são tão desconfortáveis como subtis. Diria que seria música para meditar mas o mais certo é que essa seria uma meditação para levar qualquer um a uma consciencialização de algo indesejável. Musicalmente falando, é esse ponto mesmo o seu principal poder. Não é um trabalho que se ouça regularmente – pelo menos para nós – mas é inegável que a forma como está construído e o resultado final é memorável.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


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