Review

WOM Reviews – Iterum Nata / Stahv / Sanguisugabogg / Rigor Sardonicous

Iterum Nata – “Trench Of Loneliness”

2023 – Nordvis

A capa é emblemática, pelo menos no contexto daquilo que a música oferece. Iterum Nata é a nova identidade musical de Jesse Heikkinen, guitarrsita dos Hexvessel, um projecto solitário onde ele exorcisa belas e ao mesmo tempo melancólicas paisagens musicais. O neo-folk que emana destas canções faz-nos pensar na cena do estilo no final da década de noventa mais ao mesmo tempo também temos evocações da riqueza musical da Escandinávia nos cenários progressivos da década de setenta. O músico finlandês conduz-nos como quem sabe que aquilo que está a contar e a mostrar é de uma beleza única. Efectivamente é. Única e hipnótica, é difícil não nos rendermos e deixarmos ir perante a mística que temas como “Bones In The Forest” possuem.

8.5/10
Fernando Ferreira


Stahv – “Simple Mercies”

2023 – Edição de Autor

A capa pode ser assustadora e o som no início também mas os Stahv acabam por conquistar com a sua personalidade excêntrica. As referências a post punk, goth rock e shoegaze estão mesmo no ponto mas apenas por referir estes estilos não se fica com uma ideia correcta do real alcance. Capacidade de criar grandes músicas, simples na sua essência e que nos fazem viajar no tempo, é certo, mas com uma capacidade melódica que nos faz saltar para lá da esquisitice que é abundante – nada que quem esteja absolutamente embrenhado nos géneros atrás citados, sobretudo os dois primeiros, vá estranhar. “Simple Mercies” é um bom EP de rock gótico e totalmente recomendado.

8/10
Fernando Ferreira


Sanguisugabogg – “Homicidal Ecstasy”

2023 – Century Media  

Os Sanguisugabogg não só têm um nome esquisito para caraças como também têm uma capa que não lembra o diabo. Em termos sonoros, como os que ainda se lembram da sua estreia discográfica, também editada pela gigante Century Media, o que apresentam é um death metal que vai beber às influências mais primitivas e gore do género, sem cruzar para terrenos goregrind ou brutal death – mas a ficar muito perto de lá chegar, embora esta seja sempre uma questão aberta a debate. O que apresentam não é surpresa e nem seria para ser, death metal que apesar das suas limitações, até consegue resultados bem satisfatórios.

7.5/10
Fernando Ferreira


Rigor Sardonicous – “Praeparet Bellum”

2023 – Memento Mori 

A maneira como por vezes abordo discos de doom metal e sobretudo funeral doom, parece que não há nada que possa ser feito que não possua a capacidade de fascinar. A prova maior de que tal não acontece é este regresso dos Rigos Sardonicous. Regresso porque o anterior álbum de originais é datado de há onze anos, sem que isso a banda tenha entrado em qualquer tipo de hiato. “Praeparet Bellum” é aborrecido, não há outra forma de o dizer. Os riffs são desinteressantes assim como a abordagem vocal não traz qualquer tipo de dinâmica. Não há nenhum tipo de recompensa para que estejamos a ouvir música lenta, não há construção emocional que justifica isso. O que faz com que seja particularmente difícil de ouvir este álbum com entusiasmo. Difícil para não dizer impossível.

2/10
Fernando Ferreira


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