WOM Reviews – Kreator / Mastemey / Bullet Ride / Three Dead Fingers
WOM Reviews – Kreator / Mastemey / Bullet Ride / Three Dead Fingers
Kreator – “Violent Revolution”
2001/2022 – Nuclear Blast
Para muitos o regresso dos Kreator, para outros o início da fase que não foi suficiente para convencer os velhos fãs. E entretanto já passaram mais de vinte anos. Pessoalmente, não creio que os Kreator tenham um álbum mau sequer embora admita que existem alguns menos conseguidos e que a fase anterior a esta eles libertaram todas as experimentações que tinham dentro de si para depois voltar à arte de thrashar como gente grande, que no fundo é a sua grande. A piscadela de olho feita a “Coma Of Souls” é notória, quer na capa quer até nalgumas melodias, mas, por falar em melodia, aqui há um sentido muito mais apurado da mesma e uma eficácia na construção de temas que temos que atribuir ao novo elemento que por esta altura se juntou à banda – Sami Yli-Sirniö na guitarra solo. “Violent Revolution” é trabalho de death/thrash sólido que talvez tivesse a intenção ingénua de capturar fãs antigos mas que na realidade apresentou a banda da melhor maneira a toda uma geração de novos e ávidos seguidores. Vinte e um anos depois e continua a soar tão bem como na altura.
9/10
Fernando Ferreira
Mastemey – “Obraz Pozorny”
2019 – Defense
Depois de uma estreia interessante, o segundo álbum dos polacos Mastemey. A grande diferença que encontramos logo à partida é o facto de depois na estreia terem escolhido o inglês como língua de expressão, optam pelo polaco. Uma opção que se compreende, principalmente se não houver um à vontade com inglês ou se se pretender o mercado interno. Claro que a nível internacional, poderá ser um pouco mais complicado mas ainda assim isso hoje em dia não é um impedimento tão grande como seria décadas atrás. A fórmula mantem-se intacta assim como a inspiração da banda para nos trazer grandes malhas. As letras são um bocado mais complicadas de seguir mas como já disse atrás, o impedimento de alcance é sempre relativo. Produção e som poderoso que sabem bem neste contexto.
7.5/10
Fernando Ferreira
Bullet Ride – “At The Gates Of Hell”
2021 – Music-Records
Certas músicas têm uma sonoridade que perplexa e não sabemos porquê. Tenhamos como exemplo os Bullet Ride que se podem inserir na mistura entre o thrash metal e o heavy metal mas que contam com uma voz que apesar de ser poderosa está longe de ser comum. Principalmente ao thrash. No final do dia, resulta, embora a mesma possa ser um registo mais heavy metal que os thrashers gostam de admitir. Esta estranheza esbate-se com a insistência – e com a percepção de que a voz é mesmo boa, mesmo quando embarca nuns guturais que até nem servem assim tanto a música – e com a percepção de que temos aqui temas sólidos de heavy/thrash metal que até soam mais tradicionais do que o esperado.
7/10
Fernando Ferreira
Three Dead Fingers – “Issues”
2021 – Art Gates
Incrível pensar que estes Three Dead Fingers tinham entre treze e quinze anos quando lançaram o álbum de estreia pouco mais de dois anos atrás. O que é dizer que agora entram entre os quinze e os dezassete. Não querendo ser arrogante mas isso nota-se um pouco. O que não é necessariamente mau. “All Worlds Apart” continua na mesma senda da mistura do thrash metal com elementos mais alternativos e groove e continua a ter algumas coisas que até poderiam soar bem no papel mas que depois na prática simplesmente não resultam – como a intro que poderia ser perfeitamente dispensável. No entanto, como disse, não soa mal, apesar de algo antiquado – o que não deixa de ser admirável, uma banda tão jovem ir buscar referências e tocarem num formato que parece saído de algo entre 2005 e 2010. Boas ideias e boas guitarradas, só falta termos canções memoráveis que não nos soem a outra coisa qualquer do passado.
6/10
Fernando Ferreira