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WOM Reviews – Krv / Curse Upon A Prayer / Dråpsnatt / Rise Of The Stateless Wolf / Zalmoxis / Unreqvited / Malign / Taake / Whoredom Rife

WOM Reviews – Krv / Curse Upon A Prayer / Dråpsnatt / Rise Of The Stateless Wolf / Zalmoxis / Unreqvited / Malign / Taake / Whoredom Rife

Krv – “Krv”

2020 – Chien Noir

Não gostam de bandas de black metal misteriosas? Este é que é o verdadeiro metal nostálgico, aquele que nos faz recuar até à época em que ouvíamos a música em cassetes que nos emprestavam e cujos músicos nos eram completamente desconhecidos. Apenas o black metal consegue manter o anonimato nesta era de Big Brother. Assim não há mesmo distracções e desculpas. O primeiro álbum, auto-intitulado, dos Krv é um assalto aos sentidos, com uma considerável dose de distorção cheia de gravilha, com groove agressivo e melodias. Sim, tudo de uma forma bem grim, trve e kvlt e outras coisas onde se substituam os “u”s pelos “v”s. Jarda da boa.

9/10
Fernando Ferreira

Curse Upon A Prayer – “Infidel”

2020 – Saturnal Records

Terceiro álbum dos finlandeses e algo polémicos, Curse Upon A Prayer. Após dois anos sem lançar nada, a banda volta para o terceiro assalto e não podemos dizer que ficámos desiludidos. Temos black metal, levemente melódico mas muito bem construído e conseguido. Capaz de somar pontos em usar a moderação nos elementos melódicos e na forma como soam mais metal que nunca, sobretudo nos riffs mais thrashados (ainda que não dispensando o tremolo picking) e nalguns apontamentos mais trabalhados de guitarra que é o centro de tudo. Bem conseguido e recomendado.

8.5/10
Fernando Ferreira

Dråpsnatt – “Skelepht”

2012 / 2020 – Nordvis Produktion

É cada vez mais comum termos bandas de black metal misteriosas das quais não há nenhuma informação. Mas no final o que interessa mesmo é a música e no caso dos holandeses Ossaert, o que temos é quatro temas longos, hipnóticos e cruz. Vistas a coisas, não é preciso saber quem são, de onde vieram e para onde vão. Nem é preciso letras nem títulos de música (por muito que seja um chavão termos “I”, “II”, “III” e “IV” como títulos, enquadra-se perfeitamente) porque a música fala por si só. E nem só consegue ser aquele black metal cru e primitivo como também consegue alcançar níveis inesperados de melancolia (conferir a “III”). No geral é um álbum surpreendente que não conseguimos ficar indiferentes.

8.5/10
Fernando Ferreira

Rise Of The Stateless Wolf – “Born Dead/Year Of The Rats”

2020 – Italian Extreme Underground

Não há grande informação acerca da banda e nem há muito a dizer a não ser que este lançamento em cassete é de extremo bom gosto e traz-nos black metal cru e primitivo mas depois surpreende com uma cover fantástica da “Troops Of Doom” dos Sepultura. E no final um momento estranho e experimental que nos faz questionar se não estamos a ouvir outra coisa completamente diferente. Produção e atitude no ponto e um lançamento que sem precisar de grande hype satisfaz-nos tanto (ou mais) que muitos álbuns que por aí andam. Com momento experimental (“The Cleaning”) incluído.

8/10
Fernando Ferreira

Zalmoxis – “A Nocturnal Emanation”

2020 – Signal Rex

A Nocturnal Emanation é o primeiro EP da banda alemã Zalmoxis. O disco possui uma faixa de quase 25 minutos que é uma verdadeira viagem transcendental de inquietude, agonia, desespero e também momentos de calmaria. Com  diferentes tipos de vocais  o som é realmente “Uma emanação noturna” de sonhos e pesadelos como uma viagem astral dentro de si mesmo. A banda não deixa a desejar e certamente irá agradar desde os apreciadores do black metal medieval até os que curtem um black metal mais experimental.

10/10
Marcella Vieira

Unreqvited – “Empatica”

2020 – Northern Silence Productions

O comunicado de imprensa indica que os Unreqvited levam o ouvinte por uma viagem sinfónica cheia de alma Facilmente concordamos no entanto neste quinto álbum, parece que temos duas facetas que não se integram tão bem. Temos a faceta ambient e melódica, com orquestrações movidas a sintetizadores. O tema-título surge dividido entre três faixas, as três primeiras, que são bonitas peças introspectivas. Apenas na quarta, “Crystal Cascade” surge a personalidade mais agressiva e fica-se por aí, o que poderá desiludir os fãs que gostavam de ver um incremento de peso. Confesso que me posso incluir nesse grupo, o que faz com que a minha apreciação ficado deste trabalho tenha ficado mais aquém do expetável.

7/10 
Fernando Ferreira

Malign – “Demo 1/95”

1995/2020 – Shadow Records/Regain Records

Reedição do trabalho inaugural dos suecos Malign, editado originalmente em 1995. A Shadow Records pega nesta demo e reedita em cassete, vinil e cd, os temas originais e ainda versões alternativas. Se os originais soam a podre, os temas alternativos ainda mais ainda. Recomendado unicamente para quem é coleccionador e para quem gosta de coisas exóticas. A demo está interessante e tem o seu relevo vintage. O resto, nem por isso.

5.5/10
Fernando Ferreira

Taake / Whoredom Rife – “Pakt”

2020 – Terratur Possessions

Deveras interessante aquilo que temos diante de nós, neste momento. De um lado, uma banda já considerada clássica – e com todo o direito – na forma dos Taake; do outro, uma banda que surgiu há relativamente pouco tempo, mas que tem créditos mais que firmados, contando nas suas fileiras com o Sr. V. Einride, baterista dos extintos – e soberbos – Aptorian Demon.

From Nameless Pagan Graves” dá início a esta viagem pelo Black Metal Norueguês, de um modo tremendo! Como acima referido, os WR são relativamente recentes, como banda, mas o seu som é reminiscente de tudo aquilo que foi até à data de edição deste Split, no que ao Black Metal Norueguês se refere. Há, efectivamente, uma linha musical afecta à cena Noruguesa. O trabalho de bateria é imenso, algo que não me surpreende de modo algum. Há uma melodia tremenda, a correr em paralelo com um contimento gélido. E as linhas de guitarra reflectem exactamente isso: um misto de melodia com agressividade, dando uma fluidez e dinâmica à música. Há uma robustez deveras característica da Noruega. A produção de ambos os temas de WR é límpida q.b., permitindo que a sua audição corra de uma forma suave. Estes WR, aquando do seu primeiro lançamento, deixaram de imediato fantásticas impressões no underground mundial. Conseguem, com os seus temas, pintar imagens que vão do mais gélido ao mais opulento, no mesmo tema. São um dos grandes nomes, na minha opinião, do Black Metal Norueguês actual. De relembrar que os WR são constituídos por somente dois elementos. Dois músicos, uma imensa construção musical!

Os Taake, sobejamente conhecidos por aventuras musicais – quem não se recorda do recurso ao cavaquinho, no Passado – conseguem, uma vez mais, surpreender: uma cover de The Sisters of Mercy. E, apesar de não ser grande conhecedor da influente banda britânica de Rock Gótico, sou minimamente conhecedor do género em si para conseguir perceber que a transição que foi feita, para o Black Metal, foi muito bem construída. Adoro o facto de os vocais de Hoest soarem arrastados, como que cansados, moribundos. Adequadíssimo. Para lá desta cover, os Taake apresentam-nos um tema novo: “Ubeseiret”. A primeira coisa que me bate, é a quantidade de “groove”. Não estava à espera. Mas, de repente, esse groove é substituido por uma linha mais Black Metal Noruguês – ou não fossem os Taake das bandas que ainda mantém a chama viva – mais próxima dos Taake que conheço. Mas, mais uma vez, fugimos de um registo mais TNBM, para um registo mais Hard Rock (oi?)… e de regresso ao groove. Sinceramente, não me oponho a que haja pessoal que sente que a sua música necessita um boost, uns ajustes, call what you please, e sei que soaria a Velho do Restelo se condenasse o velho Hoest por fazer algo diferente, mas gosto mais dos Taake que evocam o Capeta, envoltos no nevoeiro norueguês. Ou algo assim… vós entendeis-me.

De qualquer modo, a contribuição dos Whoredom Rife é mais que bastante para fazer deste, um excelente Split. E mesmo o novo tema apresentado pelos Taake é bom, ainda que não seja aquele som Taake tradicional. Mas verdade seja dita, há quanto tempo o Hoest faz algo sem lhe adicionar… something special?

7/10
Daniel Pinheiro

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