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WOM Reviews – Kult Of The Wizard / Pothamus / Oldblood / Pulchra Morte / Vaneno / Yashira / Stonedrift / Shrines Of Dying Light

WOM Reviews – Kult Of The Wizard / Pothamus / Oldblood / Pulchra Morte / Vaneno / Yashira / Stonedrift / Shrines Of Dying Light

Kult Of The Wizard – “Gold”

2020 – Interstellar Smoke Records

Finalmente o álbum de estreia dos Kult Of The Wizard. Com três EPs lançados, chega agora o álbum e chega em grande. Com um estrondo stoner/rock clássico. Não vou esconder, apaixonei-me logo à primeira. Mahle Roth tem aquele timbre mágico à la Janis Joplin que faz um par perfeito com este peso fuzz. Uma mistíca retro mas que nos parece sempre actual – afinal há certo tipo de música que fica sempre bem, não importa quantos séculos passem. Este é um deles. Groove do proto-doom mistura-se com o stoner, misturando-se até com occult rock. Tudo junto dá um álbum fantástico e viciante do início ao fim. Valeu a pena a espera.

9/10
Fernando Ferreira

Pothamus – “Raya”

2020 – Consouling Agency

É mais uma das estreias absolutas de 2020, falo dos Belgas Pothamus com o seu primeiro álbum de originais ‘Raya’, e que estreia. Sendo que o Atmospheric Post-Metal não é de todo a vertente que mais aprecio do Post-Metal desta vez fiquei rendido, ouvir ‘Raya’ é embarcar numa verdadeira viagem transiente, caracterizada pelos riffs longincos, lentos e dissonantes apoiados por uma secção rítmica criteriosamente tribal ampliando e de que maneira a dimensão hipnótica do álbum. Os Pothamus conseguem em ‘Raya’, juntar ao seu evidente padrão de Post-Metal sedimentado a partir do Atmospheric Slugde Metal dos icónicos Neurosis uma tendência do Drone Doom ambiental dos Om resultando num magnético, fluido e intangível transe formidavelmente espelhado em faixas como ‘Orath’, ‘Viso’ ou o tema titulo ‘Raya’. Num ano onde o Post-Metal teve indubitavelmente um crescimento assinalável ‘Raya’ é inquestionavelmente um dos lançamentos que mais destaque merece.

8.5/10
Jorge Pereira

Oldblood – “Arms to the Sky”

2020 – Argento Records

            Por vezes existem bandas que lançam E.p’s em que cada tema é sólido. Os Oldblood fazem isso mesmo ao entregarem quatro temas de alta qualidade. Doom pesado com uma execução de guitarra à medida. De notar a mudança de velocidade ao longo destes temas. Da lentidão doom à agressividade punk, passando pelo BBB (Black Blast Beat) estes londrinos conduzem bem esta carruagem. O tom cavernoso da voz confirma aquela veia Black Metal num corpo em que Oldblood são sangue velho a fazer uma boa meia-hora de bom Black Doom. Certamente será um trabalho em rotação este inverno.

10/10
Fernando Monteiro

Pulchra Morte – “Ex Rosa Ceremonia”

2020 – Transcending Records

Quando cheguei a este “Ex Rosa Ceremonia”, a única coisa que sabia era que os Pulchra Morte tinham lançado o álbum de estreia no ano anterior. Logo aí é um ponto a favor. Gosto de bandas activas e proficientes – não sabendo bem porquê, parto do princípio que, tal como os clássicos, lançamento de álbuns todos os anos é indicativo de mestria na sua arte. Nem sempre é algo certo mas pelo menos em relação a este álbum podemos estar seguros já que temos um death/doom de qualidade bem acima da média. O tom das guitarras, quente e cheio mas ao mesmo tempo a lembrar os clássicos My Dying Bride e Paradise Lost (principalmente estes últimos), enquanto a melancolia anda sempre colada ao peso bruto. Se é para fazer death/doom que seja assim!

9/10
Fernando Ferreira

Vaneno – “Struggle Through Absurdity”

2020 – Raging Planet

Peso bruto em quatro temas. Quatro temas que passam num instante. Os Vaneno – até o nome é delicioso – são uma mistura de poder metálico e muito groove negro que nos chega como que uma marreta na cabeça dada sem misericórdia. A produção (onde há o dedo de Pedro Mau dos Kneel e Wells Valley) tem uma palavra muito forte neste resultado final porque isto das marretadas dadas na cabeça são coisa para amolgar o crânio mas neste caso, não há dor, apenas prazer. O comunicado de imprensa fala em bandas como Crowbar e Kingdom Of Sorrow, algo que faz todo o sentido, mas eu até ouso dizer que há aqui algo de próprio, uma alma própria que se desenvolve por si próprio. É vê-la crescer e expandir, este início é fantástico.

9/10
Fernando Ferreira

Yashira – “Fail To Be”

2020 – Good Fight Music

Directamente de Jacksonville (Florida) chegam os Yashira com um dos últimos lançamentos do ano, ‘Fail To Be’. Depois de uma ilustre estreia com ‘Shrine’ e da terrível perda do seu primeiro baterista Seth Howard num trágico acidente de viação os Yashira recompuseram-se voltando agora dois anos depois com o seu segundo trabalho de originais ‘Fail To Be’, e pode-se afirmar com firmeza que apesar desse acontecimento a qualidade do seu som não foi abalada. Em ‘Fail To Be’ a proposta musical da banda continua a ser uma dicotomia entre o Sludge Metal e o Post-Metal onde é nítida e explicita a influência dos míticos Neurosis, intrincada com uma inusitada dose de Death Metal enrijecendo e de que maneira os pesados, severos e implacáveis riffs. Dignas de registo são também as fantásticas, criativas e constantes variações de velocidade e de peso percorridas ao longo de ‘Fail To Be’, projectando ainda mais a incrível perícia e técnica da banda ao mesmo tempo que põem à prova a produção do álbum. Apesar da distinta solidez do álbum destaco ainda assim as formidáveis ‘Shards of Heaven’, ‘Impasse’ , ‘Shades Erased’ e ‘Inertia Mines’.

8/10
Jorge Pereira

Stonedrift – “Mass Destruction Media”

2020 – Volcano Records

Músculo. Muito músculo. Stoner meio sludge, meio thrash, com muito groove, é a dádiva dos Stonedrift à humanidade com cinco temas que não perdem tempo para nos conseguir cativar. E conseguem-nos fazer muito bem, muito bem mesmo.  Claro que para quem já tenha construído anticorpos para este tipo de coisa, poderá ficar algo indiferente, embora os argumentos (as cinco músicas) consigam mesmo apresentar uma energia muito boa. Fica ao critério do público, quem gosta do(s) género(s) vai ficar fã, de certeza.

7/10 
Fernando Ferreira

Shrines Of Dying Light – “Sadness”

2020 – Edição de Autor

Como o próprio nome indica. Tristeza. Simples com passagens musicais demasiadamente repetitivas e presentes em centenas de trabalhos discográficos do género nos últimos vinte anos. Se a intenção foi trazer um aspecto gótico, este foi certamente transmitido com uma semelhança inconfundível a bandas como Paradise Lost e My Dying Bride. Existe bom Doom e Doom que não trás nada de novo. Este cai no nada de novo.

A vocalização baseada no tipo canto gregoriano torna-se monótona, pouco convidativa a uma segunda passagem, simples e  e as letras não são a faceta mais forte deste grupo.

4/10
Fernando Monteiro

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